Como são escolhidos os jurados de Cannes?

Buscar

Como são escolhidos os jurados de Cannes?

Buscar
Publicidade

Comunicação

Como são escolhidos os jurados de Cannes?

Desempenho em premiações anteriores, histórico profissional e as holdings em que trabalham são critérios considerados pela organização para compor o júri


7 de maio de 2018 - 12h01

Alguns dos jurados brasileiros da edição de 2017 do Cannes Lions: participação em premiações e distribuição entre as holdings são critérios importantes na escolha (Crédito: Divulgação)

A cada ano, os meses que antecedem o Festival Internacional de Criatividade Cannes Lions trazem bastante expectativa aos criativos e profissionais da indústria de comunicação do Brasil. Ser escolhido para participar do júri do mais importante festival de criatividade do mundo é algo que, inevitavelmente, impulsiona a carreira e traz visibilidade para todos que atuam na indústria. A chance de isso acontecer, porém, é bem restrita.

As mudanças que a organização do Festival fez para essa edição de 2018 tornou a escolha dos grupos de jurados algo ainda mais criterioso. A recomposição das categorias e subcategorias, que culminou com a eliminação de algumas e a criação de outras novas e a proposta do festival em tentar diminuir o gigantismo das edições anteriores, fará com que Cannes tenha menos pessoas avaliando as peças neste ano. Algumas categorias que, até o ano passado, contavam com 20 jurados, terão apenas 12.

Apesar dessa nova configuração, o Brasil terá uma representatividade maior neste ano do que em 2017. Enquanto no ano passado 20 profissionais brasileiros avaliariam os trabalhos, neste ano, até o momento, 21 nomes já estão garantidos no Festival – e ainda é possível que esse número aumente, uma vez que a organização ainda não finalizou a lista. Desse total de profissionais, 18 trabalham em agências brasileiras e, por isso, representação o País no júri, enquanto 3 residem no mercado norte-americano. Entre esses últimos está Fernando Machado, CMO global do Burger King, que presidirá o júri de Creative Effectiveness.

Entre tantos profissionais que atuam dentro e fora do Brasil, como a organização do festival elege esse seleto grupo que avaliará os mais criativos trabalhos do mundo? De acordo com Flavio Pestana, diretor executivo comercial do Estadão – veículo que representa oficialmente o Cannes Lions no Brasil – existem alguns critérios importantes que possam determinam quais são os brasileiros que têm mais chance de serem escolhidos para o júri do Cannes Lions. Veja os principais:

Equilíbrio das holdings
Segundo Pestana, esse é um fator primordial que determina a escolha dos jurados. “A organização tenta equilibrar a quantidade de vagas no júri entre os cinco maiores grupos de comunicação do mundo (WPP, Publicis Groupe, Omnicom, Interpublic e Dentsu). O ideal é que cada uma dessas holdings tenham representatividade semelhante no júri”, explica Pestana. Por isso, ao fazer as indicações dos profissionais brasileiros, o Estadão tenta contemplar pessoas que trabalhem em diferentes grupos. O diretor do veículo também alerta que as agências e corporações independentes também são consideradas para ampliar a diversidade do grupo de jurados.

Histórico em premiações
Além da distribuição equilibrada entre as holdings, o que chama a atenção da organização é o histórico daquele criativo em premiações. “Ter tido trabalhos premiados em Cannes ou em outros grandes festivais internacionais ajuda bastante a fazer o nome do profissional”, comenta Pestana.

Inscrições em Cannes
Outra razão que pesa na escolha dos jurados é o fato de a holding a qual ele pertence ser uma participante assídua do Cannes Lions. “O histórico mostra que a maioria dos jurados escolhidos pertencem à agências e empresas que inscrevem bastante no Festival”, diz o diretor do Estadão. A questão mercadológica pode ser vista neste ano: nenhum profissional do Publicis Groupe (holding que não participará do Cannes Lions este ano) foi escolhido para representar o Brasil no júri).

Diversidade e áreas
Além das questões acima, Cannes também está preocupada com a construção de um júri mais diverso. “A ideia da organização para este ano é ter um júri formado por metade homens e metade mulheres. Além do equilíbrio de gênero, o festival também procura abrir as portas para empresas de fora das agências, como escritórios de design, consultorias, estúdios de música e anunciantes”, destaca Pestana.

Inglês fluente
Ainda que o profissional cumpra os critérios acima, a passagem para Cannes estará condicionada ao domínio pleno da língua inglesa. “Há muitas discussões e conversas no júri e é preciso ter domínio total do idioma para poder argumentar e discutir sobre as peças com pessoas que vêm de todas as partes do mundo”, comenta o porta-voz do Estadão.

 

 

Publicidade

Compartilhe

Veja também