O que está em jogo na relação entre marcas e coletivos

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Comunicação

O que está em jogo na relação entre marcas e coletivos

Mapeamento da Eixo, estúdio de insights da BNetwork, traz panorama da criação visual e questionamentos na parceria de anunciantes e artistas


22 de janeiro de 2019 - 6h00

 

O levantamento escolhe seis segmentos da criação visual —fotografia, moda/styling, beleza, audiovisual, arte digital e corpo/performance (Crédito: Alma Negrot)

O mercado já entendeu a importância da cocriação, mas é necessário que exista um envolvimento genuíno e mais aprofundado das marcas que atuam com coletivos e artistas. Essa é uma das constatações do mapeamento feito pela Eixo, estúdio de insights da BNetwork. O objetivo do estudo, realizado no último semestre de 2018 e divulgado nesta terça-feira, 22, é traçar um panorama da criação visual no Brasil, sob os aspectos cultural e comportamental. Além de questionar a relação entre marcas e criadores.

Para a pesquisa, foram escolhidos seis segmentos da criação visual —fotografia, moda, beleza, audiovisual, arte digital e corpo —, compilados pela Eixo após serem expostos a alguns dos nomes mais expressivos em cada um desses recortes. Em um período de seis meses, 40 pessoas foram entrevistadas entre coletivos, artistas e produtores. O material coletado deu origem ao vídeo “Image Makers – Imagem da Ausência”, realizado pela produtora Tilt Rec.

“O mercado já entendeu a necessidade de trazer para a mesa outras vozes, perspectivas e vivências. Mas é preciso ouvir de verdade, entender como esse novo relacionamento entre a rua e o ar-condicionado pode se desenvolver para que os resultados sejam positivos para todas as partes”, diz Lulie Macedo, jornalista e sócia da Eixo.

 

Na mesma medida em que o relacionamento entre marcas, agências e criadores independentes se intensificou nos últimos anos, críticas a algumas práticas do mercado têm se tornado mais abertas (Crédito: Alma Negrot)

A Eixo organizou em cinco pontos os aspectos que se destacam no discurso e no trabalho dos criadores. Um deles aborda a relação entre marcas, agências e criadores independentes. “Collabs, parcerias e novas frentes de trabalho têm provocado discussões importantes sobre autoria, crédito e formatos de colaboração. Temos visto que as ações com melhores retornos em termos de alcance, credibilidade e relevância são as que estão em sintonia com a cultura em que estão inseridas “, diz Lulie.

Alguns dos insights e trechos presentes no levantamento da Eixo:

Apropriação
“Na mesma medida em que o relacionamento entre marcas, agências e criadores independentes se intensificou nos últimos anos, críticas a algumas práticas do mercado têm se tornado mais abertas. O chamado ‘pagar artista com salgado’ não passa mais batido. Atentas às suas potências, elas vivem uma espécie de empoderamento criativo. É preciso olhar para essas pessoas como autoras. Dividir a autoria sim é verdadeiramente cocriar —em vez de ‘se apropriar'”.

Fluidez
“Já sabemos que deixou de fazer sentido a classificação de públicos a partir de gênero, idade e classe social, e que essas amarras demográficas são cada vez mais insuficientes como critério, uma vez que não descrevem mais comportamentos e escolhas. Do ponto de vista da criação visual, a separação em segmentos também deixa de ter importância, porque a tônica é exatamente a sobreposição de linguagens, técnicas, ferramentas e discursos.”

 

Cena BXD, gupo de criativos da Baixada Fluminense que defende a identidade territorial na economia criativa (Crédito: Cena BXD)

Imagem da Ausência
“Ausência, aqui, tem dois sentidos: 1) criar para inventar o que não existe (ou não foi feito pensando neles), 2) criar a partir da escassez. As duas situações aparecem neste mapeamento como base da criatividade. “Criar fora das grandes estruturas é um desafio grande, mas gera muita inteligência de produção e experiência por conta da complexidade de formatos possíveis”, dizem os integrantes do Cena BXD, gupo de criativos da Baixada Fluminense que acreditam que “a identidade territorial deve se fazer presente na economia criativa”.”

Elogio ao Erro
“O que esperar da geração que cresceu na cultura do retoque, do uso indiscriminado do Photoshop? Como a maioria dos movimentos estéticos, vemos aqui uma espécie de ruptura com a escola anterior. Isso se reflete na valorização do imperfeito, do erro, como uma espécie de reação a esse mundo excessivamente retocado da última década. “O desenvolvimento das redes sociais coincidiu com o surgimento de sistemas de vigilância e supervisão. A fotografia glitch reconhece essa mudança paradigmática e entende que as falhas, adulterações e subversões desses sistemas são eventos fotográficos no mesmo sentido de um momento na vida real”, explica o multiartista Sabato Visconti.”

 

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