Wanted à procura de ícones

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Comunicação

Wanted à procura de ícones

Nova agência de conteúdo busca criar marcas fortes transformando-as em símbolos culturais


10 de dezembro de 2012 - 10h56

Ações transmídia, concepção de cultura de marca e construção de marcas ícones. Esses termos são os mais comuns de se ouvir dentro da Wanted, agência com ares de butique comandada pelos sócios Raphael Costa Neves, Jeffis Carvalho e Patrícia Weiss — ela, incorporada à sociedade um ano depois da criação da empresa, em 2011, após uma longa consultoria para definir seu posicionamento.

O modelo de trabalho da Wanted, instalada num charmoso escritório no Jardim Paulista, em São Paulo, atrela a criação de conteúdo proprietário como ferramentas de construção de marcas fortes, em diferentes plataformas. “Somos transmídia porque essa é a forma que contamos qualquer história das marcas, de forma muito mais conectada com a cultura”, explica Patrícia. “A nosso ver, é preciso estar conectados com a cultura brasileira e contar histórias de forma relevante, muito além das fronteiras tradicionais, com a participação das pessoas. Envolvendo entretenimento ou não."

Além da geração de conteúdo pertinente para as marcas, outra modalidade de atuação adotada pela agência é a de consultoria — de negócios, e não só de comunicação. O trabalho é encabeçado por Patrícia, que entre 2009 e 2011 foi vice-presidente de planejamento da Leo Burnett. Antes, teve passagens por M&C Saatchi, Africa, Ogilvy e DM9DDB, entre outras agências. A intenção é que a Wanted ofereça desde soluções de comunicação até auxílio em mudanças estratégicas, como novos produtos ou reposicionamento de marcas. “Precisamos estar debruçados sobre os negócios e os objetivos dos nossos clientes”, diz Patrícia.

Alguns cases criados desde o surgimento da agência exemplificam sua forma de trabalho. Uma delas é o filme — ou projeto transmídia — Astro, uma fábula urbana em um Rio de Janeiro mágico. O primeiro longa-metragem de Paula Trabulsi, diretora e sócia da Bossa Nova Films, foi desdobrado numa série de eventos e conteúdos criados e executados em parceria com a Wanted — além de Carvalho ter sido um dos roteiristas do filme (ele também é responsável pelo roteiro do programa Saia Justa, do GNT). Neves desenvolveu um aplicativo para smartphones com o nome do filme que serve de guia cultural da cidade (com detalhes sobre locações de cinema no Rio). Exposições de arte foram organizadas com artistas que participam do filme. Até um drink foi criado no bar Astor (que, por uma noite, teve seu nome trocado por Astro, em menção ao filme). E a Fiat foi a marca parceira do filme, tendo o modelo 500 incluído no projeto por meio de ações de product placement. “É um caso em que a marca permeia o projeto, mas não participa como ato de consumo”, explica Patrícia. “Quanto menos merchandising for, melhor.”

Caso semelhante é a série Penetras de Luxo, que se apropria da cultura dos VIPs e da exclusividade para brincar com um tema recorrente na cultura contemporânea. Uma versão inicial foi filmada e está disponível na SundayTV, do Terra. Nela, o 500, da Fiat, participa quase como personagem. A intenção, agora, é oferecer a série — produzida pela Bossa Nova — para um canal pago, a fim de que o argumento possa ser desdobrado.

Já em projetos criados para marcas, a Wanted foi responsável pela criação da marca, da identidade da loja virtual, das estratégias online e da campanha de lançamento do e-commerce de óculos escuros Livo. Até um curta-metragem foi produzido como parte do projeto de lançamento. Trabalho semelhante foi desenvolvido para a revendedora de vinhos Sonoma — que se soma a uma rede de clientes tão distintos quanto a Florestal Santa Maria (uma reserva para venda de créditos de carbono, em Mato Grosso) ou o ­PontoFrio.com (a Wanted atua como agência criativa para campanhas sazonais online e off-line, embora não compre mídia).

Em todos os casos, a intenção é criar um ecossistema em torno das marcas para que seja possível definir claramente qual é seu propósito na vida das pessoas. E, assim, convertê-las em ícones. “Porque não podemos transformar uma marca num novo James Dean?”, provoca Patrícia. 

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