Criativos investem em sites pessoais

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Criativos investem em sites pessoais

Conheça as vitrines virtuais de Dulcidio Caldeira, Eugênio Mohallem e Julio Andery


8 de julho de 2014 - 10h30

Quando o diretor de arte Júlio Andery, o redator Eugênio Mohallem e o diretor de cena Dulcidio Caldeira começaram suas carreiras, há cerca de 30 anos, as contratações nas agências de publicidade eram precedidas por entrevistas de emprego nas quais os profissionais exibiam enormes pastas contendo seus melhores trabalhos, muitos deles fictícios. Hoje, embora a mesma cena ainda se repita na batalha por uma vaga, a dinâmica foi otimizada por recursos tecnológicos, como laptops e tablets. Para quem pode investir um pouco mais, há também a opção dos sites pessoais, nos quais o contratante pode conhecer o trabalho do postulante antes mesmo da entrevista.

Entretanto, esse recurso visual online não é exclusividade de quem está começando e precisa se mostrar. Andery, Mohallem e Caldeira estão entre os nomes premiados do mercado que mantêm port­fólios eletrônicos. Mesmo que por motivos distintos, as plataformas criadas por esses três profissionais são tão bem aproveitadas que chegam a ter bons índices de acesso.

“Eu me dei conta de que tinha tanta informação e tantas histórias, que quis dividi-las com todos”, diz Andery, diretor de arte da AlmapBBDO. Na página julioandery.com estão armazenados trabalhos impressos, digitais, filmes e até mesmo projetos experimentais. Tudo devidamente catalogado em seções. “O site foi lançado há pouco mais de quatro meses e eu já estou muito feliz com a repercussão, principalmente pelos comentários dos jovens e estudantes. Foram cerca de seis meses de preparação revirando arquivos e fazendo ­backups”, conta Andery. Segundo ele, seu site já teve 6,5 mil acessos de aproximadamente 35 países e 23 estados brasileiros. De acordo com o criativo, o endereço é parte de um projeto maior que pretende celebrar seus 30 anos de carreira e inclui atividades como um ciclo de palestras para estudantes. 

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Mohallem, diretor de criação da Y&R, lançou o site eugeniomohallem.com.br em 2009. O objetivo era que o endereço ajudasse na prospecção de clientes da Mohallem/Artplan, agência que nascia na ocasião em sociedade com o Grupo Artplan. “Evidentemente, usava trabalhos meus como credenciais. Só que eu não queria misturar o material que eu havia criado em outras agências com o trabalho da minha agência de então. Criei então um site pessoa física em separado para as peças mais antigas. Hoje, ele não tem mais essa função, mas foi ficando”, descreve. Este ano, o criativo fez uma reestreia do portfólio eletrônico e atualmente o endereço possui cem filmes e 400 anúncios. De acordo com dados do Webalizer, no dia 10 de março, data em que o novo layout foi apresentado, houve 3.296 visitas. “Dois dias depois da reestreia, o serviço de hospedagem enviou e-mail ameaçando me despejar, porque o tráfego estava muito alto, mais de 213 gigas, e prejudicando os outros clientes deles”, diverte-se Mohallem. Segundo ele, em junho foram 2.708 visitantes únicos provenientes de 22 países. 

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Para Dulcidio Caldeira, a necessidade de investir no site pessoal veio com a guinada em sua carreira profissional. Em 2010, após 23 anos como redator, deixou o invejado posto de diretor-geral de criação da AlmapBBDO para se tornar diretor de cena na Paranoid. A concepção do dulcidiocaldeira.com.br foi feita pelo amigo Renato Fernandez, diretor de criação da TBWA\Chiat\Day. A página inicial foi propositalmente dividida em dois momentos: redator e diretor. O espaço para os trabalhos na criação formam uma linha do tempo para a esquerda, enquanto os de diretor de cena seguem para a direita, quase como um antes e depois.

Um dos maiores sucessos do portfólio digital de Caldeira é o filme Balões, da Loducca para MTV, realizado em 2011 e que rendeu 2 Ouros e um Bronze no Festival Internacional de Criatividade de Cannes daquele ano. O vídeo hospedado no Vimeo ainda hoje é visto semanalmente por cerca de 70 pessoas, sendo que a maioria das visitas é proveniente dos Estados Unidos. “Quando estou carente, dou uma passada lá para ver como anda a audiência”, brinca.

O diretor conta que alguns contatos profissionais já surgiram a partir do interesse gerado pelo site pessoal. “Escolhi mostrar coisas ecléticas para a TV, feitas com humor, algumas peças mais sérias para a área impressa e várias facetas para rádio. É bom alternar, pois o mercado tem mania de catalogar o trabalho de um diretor”, analisa. 

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Veja a matéria completa na edição 1617 do Meio & Mensagem que circula com data de capa de 7 de julho de 2014.  

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