Abap discute eleição e mídia programática

Meio & Mensagem
12 de setembro de 2014 - 3h47

A Associação Brasileira das Agências de Publicidade (Abap) promoveu nesta sexta-feira, 12, encontro nacional em Recife, onde reuniu os representantes dos capítulos regionais da entidade para tratar de temas como mídia programática, trading desk, eleições, entre outros.

Caio Barsotti, presidente do Conselho Executivo de Normas Padrão (Cenp), fez uma análise sobre como as empresas de mídia programática estão se instalando e atuando no Brasil. Ele detalhou o que o Cenp tem feito para garantir uma convenção de mercado para essas operações, assim como acontece com as regras estipuladas para a compra de mídia tradicional no País.

Barsotti afirma que o objetivo é proteger a cadeia produtiva do mercado, principalmente o anunciante, no sentido de que ele saiba realmente onde está investindo. “Que essa compra gera retorno de investimento, isso já sabemos, mas queremos ver qual porcentagem do que foi investido vai de fato para o veículo. Há uma caixa preta no meio dessa negociação que queremos esclarecer melhor, para que essas novas tecnologias não desvalorizem o nosso mercado”, frisa Barsotti.

Segundo ele, o assunto também está sendo tratado em países da Europa e nos Estados Unidos. Um dado da norte-americana Association of National Advertisers (ANA) mostra que 60% do que é investido em mídia programática fica na mão das empresas que conduzem o negócio entre agências, anunciante e veículos. O que pode ser feito por meio das trading desk, dmand side plataform (DSP), Ad Excahnge, Supply-Side Platform (SSP) e Ad Network. 

Eleição indefinida

A eleição presidencial deste ano, e a atual conjuntura em que se encontra o debate político, também entraram na pauta do encontro nacional da Abap. O presidente do Instituto Sensus, Ricardo Guedes, apresentou números para mostrar que ainda não há como confirmar um vencedor, e nem os possíveis candidatos que estarão no segundo turno.

Orlando Marques, presidente da Abap e da Publicis Brasil, pontuou que qualquer que seja o resultado da eleição a indústria da publicidade não será tão impactada, já que o mercado saberá reagir caso algo de ruim aconteça. “Tenho uma opinião mais como cidadão do que como presidente da Abap. Acho que nenhum deles é carismático ou forte”, completa.

No que diz respeito ao período eleitoral e sua propaganda, Marques destaca que a mídia massiva perde muito, o que impacta diretamente agências e veículos. “Nenhuma marca quer estar perto de toda essa poluição visual que vemos na TV e também nos anúncios de rádio”, avalia. Além disso, pela Lei, também ficam restritas as veiculações de publicidade de órgãos governamentais.

Desenvolvimento profissional

A Abap apresentou duas iniciativas que reforçam o compromisso da entidade com os profissionais do setor. O primeiro deles é o projeto Banco de Talentos. Trata-se de uma página eletrônica dentro do site da entidade que armazenará currículos e portfólios de profissionais, como um meio facilitador na contratação por parte das agências. A criação de uma ferramenta como essa, fez parte de uma das recomendações finais do V Congresso Brasileiro da Indústria da Comunicação, que aconteceu em maio de 2012, na comissão “O Futuro da Profissão” presidida por Marcio Santoro, copresidente da Africa. A campanha de lançamento da ferramenta é assinada pela Africa Zero.

A Abap também lançou um projeto de educação à distância desenvolvido em conjunto com a Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) pelo qual profissionais de todo o Brasil podem se capacitar em disciplinas como comunicação integrada, branding, design, jornalismo, marketing, finanças, projetos e relações internacionais, entre outros. Os cursos também podem ser fechados por grupos de alunos e diretamente com as empresas.

O próximo encontro da Abap com os capítulos regionais acontecerá no Rio de Janeiro, no dia 12 de dezembro.

*A repórter viajou a convite da Abap