Plataformas não excludentes

Buscar
Publicidade

Comunicação

Plataformas não excludentes

Grupo de Mídia vai do tradicional Washington Post ao Huffington Post, passando pela Vice e Spotify


19 de setembro de 2014 - 3h50

*Por Fabiana Manfredi, head of media da McGarryBowen

O The Washington Post falou a respeito das alterações na forma de consumo de mídia, sobre a migração para as plataformas digitais. Cecilia Lang (vice-presidente de global advertising) e Emilio Garcia Ruiz (editor para strategic projects), comentaram sobre o crescimento da base mobile. Ambos acreditam no complemento das plataformas e não nas mesmas de maneira excludente. E, por aprendizado, mostraram que seus consumidores iniciam o consumo em uma determinada plataforma (ex.: desktop) e acabam sua experiência em outra (ex.: mobile).

Também visitamos o escritório do Huffington Post. Conhecemos toda a estrutura e, depois tivemos uma conversa com o Nicholas Sabloff, executive international editor.

Muito se falou a respeito de credibilidade, bom conteúdo, “viewability” que se mostra cada vez mais importante no mercado de comunicação. Contaram que, de toda a propaganda na internet, mais de 50% é sequer vista. Por isto, se mostra ainda mais relevante e necessária esta garantia a exposição da mensagem ao consumidor. Além do “time spent”, métrica que devemos prestar cada vez mais atenção.

Segundo eles, a fórmula do seu sucesso se dá, pois suas histórias são trabalhadas para audiência de cada plataforma e de maneira particular. De formas diferentes, aumentando a busca e consumo pelo conteúdo, além do engajamento dos consumidores. Trabalham muito pautados em credibilidade, “native solutions” e com ferramentas editoriais e de engajamento.

O pensamento utilizado é como se eles que fossem a Amazon. Em soluções e experiências com o aprofundamento de uma vivência em especial. Ou seja, voltada para o consumidor, o que faz com que a mesma seja muito mais rica e aumente suas chances de sucesso.

Separam seus pilares de atuação por tema e ainda por consumidor e plataforma (ex.:: tema notícias da manhã, dependendo da plataforma e horário do dia, construída de forma diferente, aumentando a relevância da mensagem).

Comportamento multitela

Noah Elkin da empresa eMarketer que falou sobre algumas tendências de mídia, que se mostram globais.
O crescimento e a importância do mobile, apresentado números comparativos e de crescimento das bases/penetração no Brasil x outros mercados da América Latina, mas também EUA.
Panorama Social Global onde o Brasil se mostra um dos mais sociais do mundo, o que já sabemos, mas perdendo somente para o Peru e Uruguai.

TV Conectada é também uma tendência, mas que ainda apresenta baixa penetração. Mesmo nos EUA onde 20% das casas apenas possuem TV Inteligente. E apenas entre 5% e 10% deles acessam a internet através desta plataforma.
Agora se avaliarmos entre os domicílios AB, em mercados emergentes, este percentual cresce. Passando o Brasil a primeiro lugar (62% de penetração), se comparado com outras regiões da América Latina.

Noah, falou também sobre o tema Comportamento Multitela, nos apresentando dados que apenas confirmam o que estamos vivendo e tudo o que discutimos a respeito também em nosso mercado: que a plataforma mobile é a que mais cresce, mas rápido do que todos os outros canais.

Hora certa

Tivemos também apresentações da Vice, empresa de mídia com soluções voltadas aos milleniums, e pautadas em diversas frentes (canais online, mobile, TV, print, experiência/eventos e filme). A empresa nasceu da necessidade de unir este público e suas paixões a experiências de extrema riqueza e afinidade. Que é também o princípio do Spotify. Empresa na qual também tivemos a oportunidade de visitar, aqui em NY, para conhecermos um pouco mais sobre sua filosofia, que é “A Moment for Every Brand”. Visitamos o escritório e ouvimos um pouco sobre a empresa através do discurso da Amy Vale (head of global business marketing and branded experiences), além de Jeff Rossi (director of advertiser marketing) e também executivos brasileiros que nos acompanharam.

Nos mostraram que, o que importa em comunicação, é o environment, mas também o conteúdo e audiência para o qual ele está sendo apresentado.

Citaram que a empresa nasceu da relevância do tema Música na vida das pessoas. É um tema que permeia diversos de nossos momentos (especiais, marcantes) e rotina (dependendo da atividade que estivermos exercendo). É um tema verdadeiramente escalável e com uma poderosa razão para gerar engajamento.

Porém de alto potencial. Hoje marketeiros dizem que o tema música fortalece as marcas, possibilita a criação de um território, as aproxima ainda mais de seus consumidores. Mas como contraponto a isto, apenas 5% destes profissionais dizem apostar/investir neste setor. E por este motivo a empresa, que tem um potencial de crescimento no mercado enorme, atua em frentes como Music Content Understanding, Music Discovery and Playlisting, Taste Profiles and User Insights. Com estudos e ferramentas de alta capacitação.

Garantindo a entrega da música certa, para a pessoa certa, no momento certo. Disseram para nós, profissionais de comunicação, que “Our content (Spotify) makes your social content (agências/profissionais de comunicação) sing”.
Visitamos também a Wieden+Kennedy, que diferente do modelo de fora onde temos agências de comunicação e mídia, ainda apresenta um modelo full service, assim como no Brasil. Disseram que sua filosofia é prover um ambiente que inspire as pessoas a criar o melhor trabalho de suas vidas. Na área de mídia, possuem clientes que planejam e compram mídia (ou seja, atuação em toda a cadeia), mas também aqueles para os quais trabalham apenas nos planejamentos de comunicação, atuando em parceria com agências de mídia para comprarem e executarem esta estratégia.

No geral, muito se falou sobre credibilidade, experiência, um bom conteúdo para aumentar a relevância da mensagem e o engajamento. E posso dizer que minha vinda a viagem, e pela primeira vez, foi tudo isto literalmente na prática.

Esta iniciativa do Grupo de Mídia me proporcionou experiências incríveis, recheadas de conteúdo aumentando meu interesse dia a dia e a cada exposição. E, por fim, meu engajamento ainda maior com a causa. O que me fez querer dividir um pouco disto com vocês, leitores, e que me fará acompanhar as próximas edições e sua evolução, cultura e diferentes pontos de vista.  

wraps

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Pfizer transfere funções criativas do IPG para o Publicis Groupe

    Pfizer transfere funções criativas do IPG para o Publicis Groupe

    A mudança de agências ocorre apenas dez meses depois que o IPG foi premiado com o negócio criativo da farmacêutica

  • WPP promove fusão entre AKQA e Grey em cinco países

    WPP promove fusão entre AKQA e Grey em cinco países

    Austrália, Bélgica, China, Emirados Árabes e Itália serão os mercados em que as operações das duas redes irão se unir