Publicis Groupe apresenta DPZ&T

Alexandre Zaghi Lemos
20 de maio de 2015 - 3h11

O Publicis Groupe apresentou oficialmente nesta quarta-feira, 20, em São Paulo, a DPZ&T, agência fruto da fusão entre a DPZ e a Taterka. A nova marca nasce no 11º lugar no ranking nacional, com faturamento com compra de mídia de R$ 660 milhões, considerando os valores administrados por ambas em 2014, de acordo com a publicação anual Agências & Anunciantes, que circulará na semana que vem.

Como Meio & Mensagem noticiou na semana passada, a DPZ&T será comandada pelo CEO Eduardo Simon, ex-sócio da Taterka, e o COO Tonico Pereira, que desde maio do ano passado quando assumiu a direção-geral é o principal executivo da DPZ. José Passos, também ex-sócio da Taterka, será vice-presidente. A área de criação será comandada pelo CCO Rafael Urenha, atual diretor nacional de criação da DPZ. Marcelo Lucato, que hoje é diretor de criação da Taterka, será o hed of art. Dois dos fundadores de DPZ e Taterka integrarão um board consultivo: Roberto Duailibi e Dorian Taterka, o Dodi.

“Quando compramos a DPZ, sabíamos que estávamos adquirindo um ícone, que agora estará combinado com a capacidade de produção e espírito dinâmico da Taterka”, comentou durante o evento o CEO global do Publicis Groupe, Maurice Lévy. Ele mantém a expectativa de que o Brasil suba do atual 8º lugar entre os principais mercados do mundo para a holding para a 5ª posição nos próximos anos – de preferência até 2017, para quando está marcada a aposentadoria de Lévy, que terá, então, 75 anos. “As cifras virão se o trabalho for de qualidade”, disse.

Com a fusão serão 280 funcionários em São Paulo e no Rio de Janeiro. A nova sede na capital paulista será no São Paulo Corporate Towers, no bairro do Itaim, para onde o pessoal das duas agências deverá se mudar em agosto. No Rio, a DPZ&T manterá o endereço atual da DPZ, em Ipanema.

Um dos maiores facilitadores da união é a ausência de conflito entre os principais clientes: Itaú, McDonald’s, Natura, Vivo, BMW, Coca-Cola, Bombril. Polenghi, Kimberly-Clark, Dotz e Azul. “Não há conflitos e as duas agências estão habituadas com marcas líderes em seus mercados e relações duradouras. O Itaú está na DPZ desde 1972. O McDonald´s é atendido pela Taterka desde 1993, e a Natura há mais de dez anos”, frisa o CEO Eduardo Simon.

A DPZ&T ser reporta no Brasil a Paulo Giovanni, chairman da Publicis Worldwide Brasil (PWW), grupo ao qual já estão ligadas DPZ e Taterka, além da Publicis Brasil, Salles Chemistri, Talent e AG2 Nurun. Giovanni é também chairman da Leo Burnett Tailor Made.

Quarta letra
Em seus quase 47 anos de vida, a DPZ transformou as iniciais dos sobrenomes de seus fundadores no conjunto de letras mais icônico da publicidade brasileira. Por vezes, pensou-se que uma quarta letra poderia ser adicionada à marca criada em 1º de julho de 1968 por Roberto Duailibi, Francesc Petit e José Zaragoza. Nas décadas de 1970 e 1980, por exemplo, uma possibilidade era o “W” de Washington Olivetto, um dos ex-funcionários ilustres da casa – história essa retomada nos anos 2000 por Fabio Fernandes, presidente da F/Nazca S&S, que tentou reunir DPZ e W, mas Olivetto acabou fechando com a McCann em 2010.

Em diversas negociações malsucedidas, holdings internacionais tentaram juntar sua marca à da DPZ, entre elas a DDB, do Omnicomm, e a Grey, do WPP, na época em que a rede era comandada no Brasil pelo publicitário Silvio Matos. A partir de julho de 2011, quando o Publicis Groupe assumiu o controle acionário da DPZ, inicialmente com participação de 70%, houve várias tentativas de fundi-la com outras agências da holding francesa, fato que só agora é consumado com a Taterka, que também passou ao controle total da multinacional, cuja participação na empresa começou com modestos 5% em 2010. A DPZ&T adiciona o “T” do sobrenome de Dorian Taterka ao icônico DPZ de Duailibi, Petit e Zaragoza.