Sorrell não tira os olhos de Cuba e do Irã

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Comunicação

Sorrell não tira os olhos de Cuba e do Irã

Após anunciar a chegada do grupo WPP à ilha, o empresário destaca as oportunidades em nações que começam a se abrir para o mundo


7 de agosto de 2015 - 8h31

Em julho, o WPP, maior grupo de empresas de comunicação e marketing do mundo, anunciou o início de suas operações em Cuba. Por meio de um contrato com o Palco Group, empresa estatal cubana. O WPP passou a ter um executivo baseado em Havana que terá o suporte de uma equipe local. Nesta semana, Martin Sorrell, CEO do grupo WPP, divulgou em seu perfil no Linkedin uma longa reflexão sobre oportunidades em países outrora fechados e que apresentam oportunidades para as empresas. Sorrell destacou em seu artigo oportunidades no Irã, Cuba e contou a experiência do grupo em Myanmar. 

Oportunidades no Irã

Eu participei do primeiro Fórum Europeu-Iraniano, que reuniu líderes de negócios iranianos e ocidentais para discutir o que talvez aconteça no caso de um acordo ser firmado entre o País e a comunidade internacional derrubando algumas barreiras. Fiquei encorajado com as mensagens – tanto públicas quanto privadas – que o presidente Rouhani, o primeiro líder iraniano a falar no Fórum Econômico Mundial em Davos.

Eu também tive a oportunidade de falar e observei que o Irã é uma das maiores oportunidades inexploradas para os negócios mundiais, enquanto dei voz às minhas preocupações e esperanças de que em algum momento o País não apenas concordaria em limitar o seu desenvolvimento nuclear como também adotaria uma abordagem mais construtiva, para dizer o mínimo, em relação a Israel e pelo menos reconhecer a existência da outra nação.

Muitas empresas, incluindo as francesas e a Apple, já estão testando o potencial do Irã como mercado. A população do País é maior do que a do Reino Unido, da França e da Itália, com cerca de 80 milhões de habitante. Nesses termos, ele é quase do tamanho da Alemanha e as estimativas sobre seu PIB mostrarm que ele estaria entre as 30 maiores economias do mundo.

Mais da metade dos iranianos tem menos de 30 anos, quase todos são alfabetizados e bem educados e, apesar das antigas sanções ao regime, eles já tem um gosto desenvolvido pelas marcas e produtos ocidentais. A penetração de mobile e internet é alta. Mercados de consumidores tão maduros não caem do céu assim com frequência.

O exemplo de Myanmar

Em 2012, o grupo WPP foi a primeira empresa de marketing a investir em Myanmar após a queda das restrições ao País impostas pelos Estados Unidos. O País de 50 milhões de habitantes está recebendo de volta muitas marcas como a Heineken, que saiu do país há 20 anos atrás e, recentemente, anunciou que abriu uma cervejaria de US$ 60 milhões de dólares no País.

O setor de telecomunicações está crescendo rapidamente, respondendo por quase um terço do investimento estrangeiro a Myanmar. O Reuters estima que o número de cartões SIM passou de menos de um milhão em 2012 para mais de 18 milhões hoje. A expectativa é de que a penetração mobile alcance 80% em 2016.

McKinsey diz que Myanmar poderia quadruplicar seu PIB para mais de US$ 200 bilhões até 2030, adicionando 16,5 milhões de pessoas a sua classe de consumo e criando mais de 10 milhões de empregos fora da agricultura. E na semana passado foi noticiado que o Citigroup e o Standard Chartered estão prontos para dar uma taxa de crédito ao País, permitindo que ele estabeleça um vínculo e encerre seu longo exílio do mercado de capital internacional.

Agora, é a vez de Cuba

Cuba, outra batata quente da politica, é um País e um mercado muito menor, tanto em relação ao Irã quanto a Myanmar, mas também está atraindo grande interesse de corporações e marcas. Seguindo o anúncio do Presidente Obama, no dia 1º de julho, de que os laços diplomáticos entre os EUA e Cuba seriam restaurados, a WPP está agora em Havana com um executivo permanente sob um contrato com a Palco Group, empresa do estado.

Este é um dos primeiros passos da operação de trading da WPP na maior ilha do Caribe, fazendo dela o 122º país no qual nós estaremos presentes. Como outros negócios globais, nós estamos monitorante os desenvolvimentos em Cuba, em meio ao descongelamento gradual de suas relações com os EUA, e, ao mesmo tempo, desde fevereiro deste ano nós estamos em contato com muitas agências e negócios cubanos para explorar acordos de parceria e cooperação com a nossa companhia.

Nós também estamos mantendo contato com firmas cubanas e internacionais que estão operando na ilha, tendo em vista o fornecimento de serviços para uma base local em um futuro próximo.

Olhar para os países que se abrem

Fazer negócios em estados que já foram considerados párias, ou que estão em uma jornada de volta para a aceitação da comunidade internacional, ou que tem conflitos com os poderes ocidentais, sempre irá atrair um grau de controvérsia. Mas isso não vai impedir que as companhias façam investimentos.

As escolhas são se mover de acordo com as forças geopolíticas que estão moldando o mundo e participar, ou então enfiar a cabeça na areia e fingir que elas não estão acontecendo. A maioria vai escolher não ser avestruzes, e desenvolvimento econômico e comunicação talvez sejam as melhores maneiras de se construir raízes para o entendimento. Lembre-se de Nixon, Kissinger e Mao Tse-tung.

Tradução: Odhara Caroline Rodrigues

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