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Comunicação

Janelas abertas para as relações públicas

O momento complexo da imprensa como conhecemos evidencia o real papel das agências de relações públicas


27 de agosto de 2015 - 8h15

*Por Leonardo Stavale

A cada onda anunciando novos cortes nas redações do país a maré volta turbulenta e repleta de questionamentos. Qual o futuro do jornalismo? A reportagem morrerá? São apenas algumas delas. Não vou tentar respondê-las. Indico a leitura do artigo “A reinvenção do jornalismo” de Leandro Beguoci, a melhor análise que vi até agora sobre tais angústias. A redução das equipes também vem acompanhada de espaços jornalísticos cada vez mais restritos e eliminação de cadernos e suplementos. Outra questão que tem se tornado comum é “daqui a pouco não vai ter espaço na imprensa para vocês colocarem seus clientes?”. Já ouvimos isso tanto de jornalistas como dos próprios clientes. E o que temos a ver com isso?

A pergunta é ótima e rende discussões das mais variadas. O momento não poderia ser mais oportuno para tentar respondê-la. A primeira análise necessária é decifrar a miopia sobre a atuação das agências de relações públicas como se o trabalho fosse restrito a uma ponte entre empresas e jornalistas para gerar visibilidade na mídia. Na teoria, o papel dessas agências nunca foi limitado à assessoria de imprensa, que é apenas uma entre tantas ferramentas de comunicação. A realidade sobre a maturidade da comunicação corporativa no País é outra. São raras as empresas em que relações públicas é uma área diretamente ligada à alta direção e estratégia das companhias. A consequência para agências é de que os departamentos de marketing e comunicação acabam por contratar um escopo distante do que RP é capaz.

O momento complexo da imprensa como conhecemos evidencia o real papel das agências de relações públicas. A atuação restrita à ferramenta assessoria de imprensa, ou relações com a mídia, continua a ser de fundamental importância, independente do rumo do jornalismo, pois ainda confere credibilidade e contribui para a reputação das marcas e companhias. Mas é necessário repensar esta atuação restrita, afinal, os espaços midiáticos estão diminutos, as redações, enxutas e sobrecarregadas e a competição, naturalmente elevada. Como um retorno às suas raízes e teorias, as agências terão de ser cada vez mais de relações públicas, pensando a comunicação direta com os diferentes públicos e stakeholderes de interesse de seus clientes. Aliás, arrisco dizer que nunca foi tão fácil o acesso às diferentes audiências e o digital com seus diferentes canais e possibilidades assume papel fundamental neste processo.

Esta constatação carrega outras reflexões essenciais. Será que as empresas (leia-se clientes de agências de RP) estão preparadas para o desapego em relação à mídia impressa e à ferramenta assessoria de imprensa como a única possível e viável no escopo das agências? Estão preparadas para uma eventual queda na presença neste canal? O quanto estão abertas a colocar em um mesmo guarda-chuva a gestão da reputação, produção de conteúdo, estratégia de marketing de conteúdo, entre tantas outras alternativas? Por outro lado, as agências estão preparadas tanto em termos de capital humano como em ofertas apropriadas ao atual cenário? Temos soluções e produtos sexy o suficiente e com a linguagem adequada para que os clientes vejam o verdadeiro valor?

A respostas para tais questionamento pairam no ar. Alguns sinais indicam que os dois lados desta moeda precisam evoluir para superar a dependência da ferramenta de assessoria de imprensa, da mídia imprensa e praticar relações públicas. É dever das agências repensarem seus produtos e soluções, liderando este processo em parceria com seus clientes, apresentando os cenários possíveis e alternativas para atingir o objetivo de comunicação das organizações. Da boa e velha matéria no jornal diário à comunicação interna por WhatsApp, as janelas nunca estiveram tão abertas para esta transição ocorrer.

*Leonardo Stavale é gerente de contas da Perspectiva Comunicação

 

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