A propaganda brasileira e o Late Night Show

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Comunicação

A propaganda brasileira e o Late Night Show

Na TV americana, o que era para ser uma decadência anunciada virou a reinvenção de um formato, a criação de novas plataformas, um revigoramento do interesse e da audiência


25 de novembro de 2015 - 8h23

Por David Laloum (*)

Nos Estados Unidos, duas ou três gerações de americanos sabiam que toda noite iriam encontrar momentos extraordinários de diversão, informação e inspiração nos míticos Late Night Shows, que ritmavam suas vidas durante décadas.

Subitamente, em 2014, saíram David Letterman, Jay Leno e John Stewart. E, quando esses homens abandonaram a TV, a ansiedade subiu, criando uma sensação de “Quem eu vou encontrar no fim do meu dia?”, “Como a minha vida vai continuar?”, como a revista Vanity Fair descreveu maravilhosamente bem na sua edição de outubro.

A propaganda brasileira está um pouco assim neste momento. Saiu Serpa, saiu Madeira, saiu Ribeiro, saiu Zaragoza, saiu Dualib, saiu Loducca. Muitos outros grandes nomes da propaganda brasileira sairão nos próximos meses e anos. E alguns ficarão.

Nos Late Night Shows, em menos de um ano, entraram ou mudaram de cadeira Jimmy Fallon, Stephen Colbert, Jimmy Kimmel, Conan O’Brien, Trevor Noah, James Corden, John Oliver e Seth Meyers.

E o que era para ser uma decadência anunciada virou a reinvenção de um formato, a criação de novas plataformas, um revigoramento do interesse e da audiência, com um punch cultural, social e viral nunca visto antes. E o que era para ser um luto generalizado se transformou em um legado, para uma transformação benéfica a todos por meio de uma nova geração de apresentadores.

E, na propaganda brasileira, luto ou legado transformador? Eu já fiz a minha escolha, e ela não foi difícil. Provavelmente porque eu cheguei há dez anos ao Brasil e cresci, nesse mercado, carregando nos ombros um pouco menos da história da propaganda brasileira. E principalmente porque não há outra opção para mim. Legado.

Legado para se inspirar, para se reinventar, para se emancipar, para inovar. Não para reproduzir. Ninguém melhor do que eles para fazer o que fizeram. Ninguém melhor do que a gente para transformar.

E não é pretensão, é ambição. No sentido nobre da palavra: uma obstinação intensa para conseguir chegar aos nossos objetivos. Mais do que ambição, é obrigação. Obrigação de fazer diferente, de fazer benfeito, de ter coragem, de criar, de ser original.

O mundo nunca foi tão aberto, e, por consequência, as oportunidades para transformar nunca estiveram tão presentes nas nossas mãos.

Novos líderes, ajudem. Mostrem para o mercado que temos a competência, o talento, a vontade para escrever novos capítulos, mais interessantes ainda, da propaganda brasileira e mundial. Novos líderes, trata-se de ideia, de conteúdo, de social, de tecnologia, de conhecimento, de data, de métrica, de vida.

Novos líderes, temos como transformar o nosso trabalho processando e integrando todos esses ingredientes para desenhar o futuro da comunicação e da relação entre pessoas e marcas de uma maneira transparente, fluida, interativa, aberta. E, sim, trata-se de inspiração e muito, muito trabalho.

Veículos e produtoras, vamos inventar mais, ousar mais, juntos! Criar novas formas, novos formatos, novas conversas.

Anunciantes, vamos trabalhar mais próximos, mais íntimos. Vamos acreditar que temos muito a agregar ao negócio de vocês. Vamos aproveitar toda a inteligência dentro das agências. Vamos enxergar que há muita estratégia, muita criatividade, muita inovação e muita performance (mais do que nunca), e, antes de tudo, há uma paixão pelos negócios, pelas marcas, pelos clientes, com uma resiliência total para sempre buscar a excelência sem medir esforços. Vamos combinar que o tempo das agências ricas já passou. Vamos acreditar que somos um investimento e não um custo. Porque somos um braço avançado das suas empresas. Porque uma marca bem construída e comunicada faz uma diferença significativa para os seus negócios.

Novos líderes da propaganda brasileira, eu conheço vários de vocês: It is show time. Nada melhor do que uma crise para se desafiar. Nada melhor do que um vacuum para criar o novo. Vamos, porque daqui a uma década ou duas uma nova geração precisará de um legado para se reinventar.

(*) David Laloum é COO da Y&R e estreia nesta semana como articulista mensal do Meio & Mensagem

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