Comunicação
Agências faturam menos com desconto-padrão
Pesquisa do Sinapro-SP mostra que participação desta modalidade na receita bruta diminuiu de 31% em 2014 para 26% em 2015 e que o pagamento por fee se tornou a principal fonte de remuneração
Pesquisa do Sinapro-SP mostra que participação desta modalidade na receita bruta diminuiu de 31% em 2014 para 26% em 2015 e que o pagamento por fee se tornou a principal fonte de remuneração
Alexandre Zaghi Lemos
25 de novembro de 2015 - 10h21
A geração de receita para as agências via desconto-padrão decorrente da compra de mídia tem caído no estado de São Paulo. É o que mostra a segunda edição da pesquisa Perfil das Agências de Propaganda do Estado de São Paulo, realizada pela Toledo & Associados para o Sindicato das Agências de Propaganda – Sinapro-SP. Entre julho e setembro foram feitas 366 entrevistas via internet com donos e executivos de agências de todo o estado, sendo que 43% atuam na capital e 57% no interior.
A participação do desconto-padrão na receita bruta das agências paulistas diminuiu de 31% em 2014 para 26% em 2015. Entretanto, para as grandes da capital do Estado, que faturam mais de R$ 50 milhões anuais, essa modalidade ainda representa 50% do negócio. Estas grandes empresas da capital são menos de 5% do total de entrevistadas e informaram ter fechado 2014 com receita bruta média de R$ 140 milhões.
Considerando todo o estado, também caiu a receita com serviços internos (aqueles discriminados na tabela do Sinapro-SP), de 22% para 16%, e os honorários sobre produção externa, de 15% para 10%. Em contrapartida, cresceu 40% a remuneração por fee ou success fee, modelo que responde por 28% do total – em 2004 a participação foi de 20%. Assim, essa modalidade se torna a principal no faturamento das agências paulistas.
Também aumentou 25% a prestação de serviços digitais e a produção de conteúdo, que no ano passado respondiam por 9% da receita e agora representam 11%. A participação dos serviços digitais na receita das agências de publicidade é menor nas grandes da capital, onde o índice médio é de 17% – chega a 40% no Grande ABC e a 28% na região de Campinas.
“As pequenas e médias agências têm suas receitas melhor distribuídas dentro de um composto que será o futuro do mercado”, avalia Geraldo de Brito, presidente do Sinapro-SP.
Considerando todas as agências do estado, 40% aumentaram seu faturamento no ano passado, 34% se mantiveram estáveis e 26% amargaram queda. No caso das grandes agências da capital, 69% disseram ter crescido e 31% repetiram o resultado do ano anterior. O principal fator de crescimento, no geral, foi a prospecção de novos clientes, citada por 25%. Por outro lado, o que emperra o avanço dos negócios é a instabilidade político e econômica, segundo 48% dos entrevistados. Considerando os dois últimos anos, a receita bruta média caiu 15%, de R$ 9,5 milhões para R$ 8 milhões.
A partir dos resultados da pesquisa, o Sinapro-SP faz uma projeção de que as mil maiores agências do estado de São Paulo somam receita bruta de R$ 6 bilhões e empregam cerca de 20 mil profissionais, o que corresponde a uma produtividade média anual de R$ 300 mil.
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