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C&A e a busca do algodão mais confortável ao planeta

Varejista de moda fez parceria inédita com canal National Geographic para produção do documentário “For the love of fashion”


20 de maio de 2016 - 8h00

SAMSUNG CAMERA PICTURES

Esta semana, a varejista holandesa C&A promoveu em São Paulo uma sessão de pré-estreia do documentário “For the love of fashion” (Por amor à moda), resultado de uma parceria inédita entre a marca e o canal National Geographic, seguida de debate.

Apresentado por Alexandra Cousteau, neta do ambientalista francês Jacques-Yves Cousteau (1910-1997), o filme, de 45 minutos, estreia no Brasil na próxima quarta-feira, 25, no National Geographic, e aborda o cultivo do algodão orgânico e o impacto de seu uso nos produtos levados ao consumidor. Além disso, trata da necessidade de mudanças de paradigma na cadeia de produção da commodity. Entre os participantes, além de Paulo Correa, presidente da C&A Brasil, esteve presente Jeffrey Hogue, diretor global de sustentabilidade da rede.

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Em entrevista ao Meio & Mensagem, Hogue fala da importância do projeto feito em parceria com a National Geographic e dá sua visão sobre o tema sustentabilidade de uma forma geral.

Meio & Mensagem – É a primeira vez que a C&A faz parceria com um canal de mídia para esse tipo de iniciativa ou já tinham feito algo parecido antes?
Jeffrey Hogue – Sim, é a primeira vez que a C&A faz uma parceria com um canal de TV para coproduzir um documentário.
M&M – Por que o uso do algodão orgânico ainda é tão baixo? Quanto dele é utilizado nos produtos vendidos pela C&A?
Hogue – Sabemos que menos de 1% do algodão produzido mundialmente é orgânico e o setor enfrenta uma série de desafios que englobam a disponibilidade de sementes, incentivos para os agricultores, acesso ao mercado e a transparência na rede de fornecimento. Na C&A, atualmente, mais de 40% do algodão vem de fontes globais mais sustentáveis, tais como o algodão orgânico, Algodão REEL e BCI. Globalmente, trabalhamos com três tipos de algodão:

– Orgânico: cultivado sem produtos químicos ou organismos geneticamente modificados. Na Europa, nos referimos às nossas roupas feitas com algodão orgânico como roupas produzidas com BioCotton.
– Better Cotton Initiative (BCI): com o apoio de centenas de empresas em toda a rede de fornecimento, a BCI incentiva o cultivo de algodão com os seguintes princípios: respeitando o meio ambiente, aumentando o lucro dos agricultores e fortalecendo a indústria. O algodão cultivado neste programa é chamado de ‘Better Cotton’ (Algodão Melhor)
– REEL – Responsible Environment Enhanced Livelihoods: Este é outro programa que também visa otimizar o algodão convencional (não-orgânico) através de abordagens sustentáveis de cultivo lideradas pela Cotton Connect. Nos referimos ao algodão produzido neste programa como ‘Algodão REEL’.
Só para você ter uma ideia da importância desse nosso compromisso, em 2015, pela terceira vez, fomos nomeados o maior consumidor Global de algodão orgânico segundo o Relatório Orgânico Cotton Market da Textile Exchange, organização mundial sem fins lucrativos. Ainda em 2015, 33,1% dos produtos de algodão vendidos globalmente – mais de 138 milhões de itens – foram produzidos com algodão orgânico.

M&M – Existem muitos documentários que mostram a falta de sustentabilidade na indústria da moda, em diferentes aspectos. O interesse da C&A em relação a este documentário foi fazer um contraponto?
Hogue – Entendemos que o documentário é uma forma de comunicar com os consumidores e que ele nos ajuda a mostrar que é viável fazer produtos mais sustentáveis. Só por isso ele já traz um ponto de vista diferente do que você está acostumado a ver em outros documentários sobre a indústria da moda, mostrando que é sim possível usar a moda como uma força para o bem. Para o consumidor, o documentário mostra que há possibilidades de compra de produtos mais sustentáveis e que trazem benefício para ele ou para a comunidade onde ele está inserido, mudando também a vida das pessoas que estão envolvidas com o processo produtivo do algodão, e é isso que todos poderão conferir no For the love of fashion, que no Brasil foi traduzido para Por amor à moda.

M&M – Parece que a visão de sustentabilidade de muitas pessoas ainda é restrita e, por isso, existe certo descaso com o tema. Segundo um estudo Nielsen os países desenvolvidos demonstram menos engajamento com o tema. Qual sua avaliação sobre isso?
Hogue – Vemos através de pesquisas que, muitas vezes, o consumidor tem o interesse em adquirir produtos mais sustentáveis e que têm a preocupação não só ambiental, mas social da sua produção e que isso tem um impacto direto com a confiança que esse consumidor estabelece com a marca. Mas fato é que boa parte da percepção da compra ainda é baseada em valor, qualidade, design e informação de moda. A sustentabilidade ainda não é um fator decisório nesse processo de compra, mas sim aparece como uma parte pequena do processo. Nossa função como empresa do varejo de moda é oferecer esses produtos, por isso nossa meta de até 2020, termos 100% dos produtos à base de algodão utilizando matérias-primas orgânicas e/ou mais sustentáveis, como o algodão certificado BCI ou REEL.

M&M – De modo geral, quais são hoje as principais iniciativas de sustentabilidade da C&A?
Hogue – Temos uma lista de iniciativas que estão organizadas dentro de três pilares principais mundiais: Produtos Sustentáveis, Vidas Sustentáveis e Cadeia de Fornecimento Sustentável. Para cada um desses itens, empreendemos ações em todo o mundo. A meta de utilização de fibras sustentáveis faz parte do pilar de produtos e a redução de uso de químicos em processos de tinturaria está dentro do pilar Cadeia de Fornecimento Sustentável, por exemplo. Em cadeia de fornecimento, temos várias ações empreendidas para garantir que nossa cadeia cumpra com as normas estabelecidas em nosso código de conduta global de fornecimento, as ações de monitoramento da cadeia, bem como de fortalecimento e capacitação das empresas que fazem parte da nossa cadeia, entre outras ações. Já o de vidas sustentáveis está o engajamento de colaboradores, comunidade e clientes para os temas atuais de sustentabilidade na moda.

M&M – Que recado daria para empresas que em vez de sustentabilidade efetivamente ainda praticam o chamado greenwashing?
Hogue – Acho que um bom conselho seria o de aprender com as experiências do próximo, de buscar uma atuação em rede e efetiva. Não é preciso reinventar a roda e há muito conhecimento a ser compartilhado. Eu gostaria de me colocar à disposição para essa troca de experiências, de receber ligações de outras empresas nos questionando como fizemos isso ou aquilo e querendo entender como temos trabalhado para realizar nossa visão de oferecer moda com impacto positivo na vida das pessoas. Não é uma questão de competição, mas de trabalho em conjunto para um setor melhor.

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