O Triunfo da Cor inicia temporada no CCBB-RJ

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O Triunfo da Cor inicia temporada no CCBB-RJ

Exposição sobre pós-impressionismo é patrocinada por Banco do Brasil, Mapfre Seguros e BB DTVM; Pablo Jiménez Burrillo, um dos curadores da mostra, falou ao Meio & Mensagem


22 de julho de 2016 - 13h01

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Mulheres do Tahiti, 1891. Paul Gauguin (Crédito: RMN-Grand Palais (Musée D’Orsay) / Hervés Lewandowski)

Após atrair um público diário de três mil pessoas no Centro Cultural Banco do Brasil, em São Paulo, a mostra “O Triunfo da Cor”, que reúne obras de ícones do pós-impressionismo pertencentes ao Musée d’Orsay e Musée de l’Orangerie, começou esta semana uma temporada de exibição no CCBB-RJ. Por lá, a exposição poderá ser visitada até 17 de outubro, sendo uma das atrações possíveis, entre uma competição e outra, ao público que irá curtir os Jogos Olímpicos.   Entre as 75 obras apresentadas, sob organização da Expomus, estão trabalhos de Vincent Van Gogh, Paul Gauguin, Toulouse-Lautrec e Paul Cézanne. Ainda em São Paulo, a reportagem do Meio & Mensagem entrevistou Pablo Jiménez Burrillo, um dos curadores de O Triunfo da Cor e diretor de Cultura da Fundación Mapfre. Ele comentou a importância de fazer circular pelo mundo um patrimônio cultural tão valioso (o custo total da exposição, que tem patrocínio máster do Banco do Brasil e Mapfre Seguros e patrocínio do BB DTVM, é estimado em R$ 14 milhões), a ligação entre arte e publicidade e até o impacto causado pelo terrorismo na visitação e segurança dos museus.

 

Meio & Mensagem – Estamos tendo acesso a obras do Musée D’Orsay e Musée de L’Orangerie em espaços financiados pelo Banco do Brasil. Como o senhor vê o relacionamento de empresas privadas ou estatais com a organização de eventos culturais?

Pablo Jiménez Burrillo – Hoje, no mundo em que vivemos é absolutamente imprescindível para preservar o patrimônio a união de empresas, privadas ou estatais. É a única maneira que a arte e a cultura podem chegar às pessoas.

M&M – Qual a importância de fazer circular um patrimônio como este que está sendo exibido ao público brasileiro? Quais exigências costumam fazer para que isso seja permitido?

Burrillo – É um processo muito complicado, mas todos temos consciência de que esses artistas e muitas dessas obras pertencem a todos nós. Não são somente dos franceses que as têm em seus museus. Elas estão na nossa imaginação, as estudamos. Então, nos parecia que era muito importante que pertencendo também de alguma maneira aos brasileiros elas devessem estar aqui.

M&M – Não é a primeira vez que obras do Musée D’Orsay vêm ao Brasil. A mostra “Impressionismo-Paris e a modernidade” atraiu um grande público, em 2012. O volume de visitas no Brasil está em linha com o público que as obras do D’Orsay atraem em outros países?

Burrillo – Creio que sim. Aqui há um entusiasmo muito especial pela arte e pela cultura no Brasil. É um dos países do mundo que mantém o maior entusiasmo pelas exposições.

M&M – Esse novo contexto de ameaças terroristas mudou muito o dia a dia de espaços como o d’Orsay, que não deixa de ser um dos grandes pontos turísticos da França? Houve diminuição de público? Tiveram que reforçar a segurança?

Burrillo – É verdade que em Paris caiu muito a visitação aos museus. Em dezembro passado, havia caído 40% ou 50%. Os atentados foram muito traumáticos para a cidade, mas também é verdade que a cidade vai se recuperando pouco a pouco e o número de visitantes volta a subir.  E sim, tivemos que reforçar a segurança.

Quando todos vivemos realidades mais complicadas, a arte, às vezes, é um refúgio que nos devolve ao mundo com coisas boas. Se não fosse pela criatividade, o mundo não seguiria melhorando

M&M – Acredita que o mundo possui hoje artistas que algum dia poderão ser reconhecidos com o peso de um Toulouse-Lautrec, Gaughin, Cézanne ou VanGogh? O senhor identifica algum movimento cultural expressivo hoje?

Burrillo – Por que não? Temos pessoas igualmente pintando, fazendo quadrinhos, filmes. Claro que todas as épocas têm seus heróis. Entendemos que nossos artistas iluminam um pouco o mundo em que vivemos. Estamos num momento um pouco complicado em que há muitas formas de criatividade e muitos meios de expressão. A arte não segue sendo como a entendíamos.

M&M – No Meio & Mensagem, cobrimos o universo do marketing e temos visto muitas agências de publicidade aflitas para encontrar novos talentos fora do seu métier.  A arte é possível em uma atividade como a publicidade ou somente ocorrem aproximações eventuais entre esses dois universos?

Burrillo – Aqui há obras de Toulouse-Lautrec e o artista ganhava a vida fazendo também muitos cartazes de publicidade. A publicidade sempre esteve muito ligada à arte. Mesmo hoje em dia há muitos trabalhos de publicidade que parecem obras de arte. Creio que são mundos que sempre estiveram muito próximos. Onde há criatividade, há arte. O Brasil é um país extremamente criativo. A criatividade exala por todos os lados e na publicidade também.

M&M – O logotipo da próxima Olimpíada, no Japão em 2020, gerou um pouco de polêmica. Houve quem dissesse que o processo não deveria ter sido aberto à participação de qualquer pessoa e que o projeto eleito não remete à rica cultura japonesa e seu design. Outros defenderam o contrário. Acompanhou essas notícias?

Burrillo – Minha experiência mostra que cada vez que se lança um símbolo há um despertar de polêmicas.  As pessoas sentem o acontecimento como algo seu, ficam muito preocupadas, e nem todo mundo se sente representado por aqueles símbolos. Mas é somente polêmica, não acredito que tenha maior importância.

M&M – De forma geral, qual a importância da arte e da criatividade para a vida em sua opinião?

Burrillo – Talvez seja uma das coisas mais importantes hoje em dia. Pois quando todos vivemos realidades mais complicadas, a arte, às vezes, é um refúgio que nos devolve ao mundo com coisas boas. Se não fosse pela criatividade, o mundo não seguiria melhorando. A arte e a criatividade devem seguir estando no centro das coisas.

 

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