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Herdeiro da Samsung é acusado de suborno

Procurador-geral da Coreia do Sul pede prisão de Jay Y. Lee em razão de pagamentos para ter apoio do governo na sucessão da empresa


17 de janeiro de 2017 - 17h32

(*) Do Advertising Age 

Promotores estão em busca de um mandado para prender Jay Y. Lee, chefe do Grupo Samsung e vice-presidente da Samsung Electronics, por acusações de suborno, uma reviravolta impressionante na vida do descendente da família mais rica da Coreia do Sul e preparado por décadas para assumir a empresa de seu pai. Lee é acusado de participar de pagamentos feitos a Choi Soon-sil, amiga próxima da presidente Park Geun-hye, em troca de favores políticos como apoio do governo ao plano de sucessão da empresa. Um tribunal ainda terá de determinar se deve aprovar o mandado, que foi anunciado pelos promotores em uma reunião na segunda-feira, 16. Uma audiência está agendada para quarta-feira, 18.

Em dezembro, uma equipe especial de promotores foi criada para investigar se a Samsung e outros grupos empresariais em torno da transnacional de tecnologia deram dinheiro para Choi, confidente da presidente Park, em troca de favores políticos. A presidente já foi impedida de governar. Já as ações da Samsung, que estiveram perto de bater recordes, caírem 2,1% para, aproximadamente, US$ 1.500 no fechamento da bolsa de valores em Seul.

Jay Y. Lee (foto: reprodução)

Jay Y. Lee (crédito: reprodução)

“Acreditamos que houve um pedido ilegal feito pela Samsung para facilitar o processo de sucessão de negócios”, disse Lee Kyu-chul, porta-voz do Ministério Público, em nota oficial. O mandado de prisão permitiria que os promotores continuem suas investigações enquanto Lee estiver detido. O montante total de subornos, incluindo os fundos prometidos e o dinheiro desviado, é de cerca de US$ 36 milhões, segundo depoimento de Lee ao promotor.

A investigação compromete a capacidade de Lee de assumir o Grupo Samsung e acaba desestabilizando ainda mais a liderança da maior empresa sul-coreana. O pai de Lee, o presidente Lee Kun-hee foi hospitalizado desde que sofreu um ataque cardíaco em 2014. A Samsung está, agora, enfrentando sua segunda crise em questão de meses, depois que foi forçada a tirar o smartphone Note 7 do mercado, no ano passado, porque o dispositivo estava pegando fogo. “A prisão de Lee irá prejudicar a reputação da Samsung, bem como a economia da Coreia do Sul, no geral”, afirma o professor de economia Park Sang-in, pós-graduado em administração pública pela Seoul National University. “A Samsung representa a economia do país”.

A Samsung negou que a empresa forneceu ajuda financeira em troca de favores. “Não podemos aceitar o argumento do promotor de que fizemos pedidos ilegais associados à fusão e à sucessão de administração”, sustentou o Grupo Samsung, em comunicado à imprensa. “Acreditamos que o tribunal fará uma sábia decisão”.

Os promotores continuarão investigando outros três executivos da Samsung: Choi Gee-sung, vice-presidente da Samsung Corporate Strategy Office; Chang Choong-ki, presidente; e Park Sang-jin, presidente da Samsung Electronics. Legisladores questionaram os executivos de nove conglomerados de empresas em torno da Samsung para entender se eles foram pressionados a dar dinheiro para as fundações controladas por Choi. Nas últimas semanas, os investigadores se concentraram na Samsung para determinar se a empresa fez pagamentos para obter o apoio do fundo de pensão nacional da Coreia para uma fusão controversa entre as filiais da Samsung em 2015.

Uma questão-chave é se a administração exerceu pressão sobre o serviço nacional de pensões da Coreia para apoiar a fusão de duas empresas do Grupo Samsung, Cheil Industries Inc. e Samsung C&T Corp. O acordo controverso foi aprovado em 2015 e tornou mais fácil para Lee ganhar influência sobre o conglomerado. A fusão da Cheil e da C&T obteve sucesso por uma margem estreita, graças ao apoio do NPS, então o maior acionista da C&T. Os promotores já prenderam Moon Hyung-pyo, ex-presidente do serviço de pensões. Moon reconheceu que ele pressionou os agentes do NPS a apoiarem a fusão da Samsung, disseram promotores, no mês passado. Mais cedo, na segunda-feira, 16, os promotores acusaram separadamente Moon por abusar de sua autoridade e por perjúrio.

Tradução: Victória Navarro

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