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“A internet democratizou a propaganda”

Humorista Maurício Meirelles revela ao Meio & Mensagem sua relação com a publicidade e como lida com as marcas


17 de fevereiro de 2017 - 14h57

Com quase dois milhões de inscritos em seu canal de YouTube e uma agenda recheada de shows solos, Maurício Meirelles traz ao seu trabalho de comediante e criativo muito da experiência que reuniu no mercado publicitário, entre 2003 e 2009. Neste período, o profissional atuou em agências de publicidade como Lowe, NovaS/b e Talent, até que decidiu, por motivos como descontentamento pela área e atração pelo humor, abandonar seu emprego e se dedicar ao universo de Stand Up.

Há 11 anos, Maurício iniciou um blog de humor na internet e, em seguida, foi chamado para ser colunista semanal do portal IG. Já em contato com a comédia, encontrou-se nos espetáculos de humor, por meio de sua primeira apresentação no Clube da Comédia e, mais tarde, no Comédia em Pé. Em 2010, conquistou espaço na equipe de roteiristas do Legendários e lançou o livro “E se o Stand Up virasse livro”. Até que ingressou como repórter do CQC, programa que trabalhou de 2011 à 2015.

No Youtube, Maurício Meirelles possui 1.959.098 inscritos, no Facebook, 1.607.086 curtidas, no Instagram, 502 mil seguidores e, no Twitter, 873 mil seguidores (crédito: reprodução)

Viajou pelo Brasil com seus shows solos Não Leve a Sério e Perdendo Amigos. Mas, foi com Facebullying, presente em suas apresentações, que chegou ao Pânico na Band, em 2016, alterando o nome do quadro para Webbullying. Hoje, Maurício Meirelles tornou-se alguém conceituado entre as marcas, atuando como garoto propaganda da Colgate, Ruffles e Gilette, por exemplo. Em entrevista ao Meio & Mensagem, o profissional conta sobre a sua agência especializada na produção de conteúdo e mídias sociais Dromedário, o lançamento de seu e-commerce Loja do Mau, relação com as marcas e expectativas para o futuro.

Conteúdo, mídias sociais e agenciamento

“Eu resolvi abrir a Dromedário, porque eu tinha muitos projetos e não conseguiria realizar todos eles com uma agenda de shows no caminho. Com a ideia de ser um intermediador entre o que o cliente quer e o que uma empresa deseja, a Dromedário é uma agência, principalmente, de conteúdo digital. Eu sou o cara que pode criar algo que tenha a ver com a marca e que tenha a ver com o artista. Hoje, atendemos humoristas como Rafael Cortez e Fábio Rabin. E, tem dado muito certo. Em um ano, a gente cresceu para caramba e tem feito bastante coisas.

Agora, meu objetivo próximo é fazer esse trabalho não só para as marcas, mas também para as emissoras de TV. Eu adoraria que tivesse um programa popular que ligasse para a gente para criar algum conteúdo, ao invés de gastar milhões para pegar um formato da Argentina, por exemplo. A gente não quer ser babá de artistas, eu quero ser o cara que sabe exatamente qual conteúdo precisa ser feito para cada necessidade de cliente. Muito artista que eu conheço tem uma restrição em fazer publicidade, porque ele não gosta do conteúdo que é criado para ele e muita agência não gosta de fazer uma criação, especificamente, para ele. Então, eu posso ser quem saiba não só criar, mas também pensar sobre encomenda”.

Mau é politicamente incorreto

“A loja nova é uma produção de conteúdo que a Dromedário resolveu fazer. Ela se chama Loja do Mau, não só porque eu me chamo Maurício, mas porque eu me tornei um cara politicamente incorreto na internet. Então, eu resolvi fazer uma loja com esse conceito. É uma loja de sacanagem, para sacanear o seu amigo. Os melhores produtos para sacanear seu amigo segredo, acho que esse seria um bordão. A gente tem vários produtos do mundo digital, que você pode usar, baseados em um humor mais ácido, e produtos para você presentear as pessoas, namorado, pai, cachorro, irmã.

A gente está fazendo mais produtos, o portfólio ainda vai crescer mais. Eu quem criei os produtos e a gente tem uma fábrica que está em sociedade. Resumindo, é um grande laboratório de ideias. Se eu falar que estou planejando ganhar milhões com a loja é mentira, minha expectativa é atingir um público que gosta desse tipo de comédia”.

De publicitário para publicitário

“Eu acho que pelo fato de eu ter vindo da publicidade, eu peguei totalmente a manha de como falar com uma marca, coisa que eu vejo que muitos comediantes acabam tendo dificuldades como problemas com qual linguajar usar. Eu acho que, de certa forma, a gente está reinventando o mercado. Estamos vivendo uma parceria nunca vista antes. Porque, antigamente, um publicitário para falar com o público precisava ir até a Globo, a Band e o SBT, hoje, pode ser sócio de um comediante e chegar junto dele.

Eu acho que existe um equilíbrio muito legal entre o que eu posso oferecer, o que você quer oferecer, até onde eu posso ir e até onde você pode ir. Eu tento sempre gerar uma possibilidade comercial que eu e a marca conseguimos pensar juntos. Eu acho que as marcas conseguem me entender, ver o que dá certo no meu canal e com o meu jeito. A marca tem que entender que não é só número que vende e que é só número que vende também, depende do seu público-alvo. A internet democratizou a propaganda. A gente está vivendo a era do nicho inteligente”.

Desafio no humor

“Reinvenção é o desafio. Com o mercado publicitário, às vezes, me via meio bravo, porque eu via pouca reinvenção, tudo era fórmula, fórmula para fazer um bom filme, fórmula para fazer não sei o que. Quando você está trabalhando com você mesmo, você tem que estar fora da caixa o tempo todo. Então, eu fui ser repórter, fazer o Webbullying e, agora, eu estou com a minha produtora de conteúdo. Eu acho que você é seu próprio branding. Agora, eu sou dono das minhas ideias, antigamente, eu era fornecedor de ideias. Então, acho que existe o desafio de sempre tentar oferecer algo novo, até porque o mercado é gigantesco.”

“O Facebullying foi um projeto que daqui a pouco vai morrer”.

Mexeram no meu Face

“Eu acabei de estrear em um filme (Internet – O Filme) e a repercussão das minhas cenas foi muito legal. A Paris Filmes gostou muito do resultado. Talvez eu vá para o caminho do cinema, no futuro, mas eu não sei. A coisa que eu mais gosto é experimentar coisas. O Facebullying foi um projeto que daqui a pouco vai morrer. Eu quero terminar ele em um auge legal para não ficar conhecido como alguém que só faz isso. Eu estou criando outros projetos, em outros formatos. Então, hoje, eu estou na internet fazendo coisa para caramba.

Mas, a TV é uma coisa mais solidificada, eu estou lá há seis anos, então, volta e meia eu bebo daquela fonte. Teatro é meu tesão máximo.  Cinema é o que eu comecei a gostar. Então, a expectativa é estar em qualquer plataforma de conteúdo que existe, não só digital, off-line também. Eu quero ser esse cara que está migrando para todos os lados, sempre tendo alguma ideia nova para algum formato diferenciado. Publicidade, adoro fazer. Adoro ajudar o publicitário a entender esse mercado novo que muitos precisam compreender. E, eu estou muito feliz que eu tenho um nome que não tem muita rejeição”.

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