Cartilha das marcas: o ABC do d-to-c

Buscar
Publicidade

Marketing

Cartilha das marcas: o ABC do d-to-c

Marcas direct- to-consumer continuam a receber aportes de fundos de investimento e chamam a atenção de anunciantes tradicionais


22 de janeiro de 2019 - 6h30

Marcas vendem diretamente para o consumidor sem passar por varejistas ou intermediadores (crédito: Stock Up)

Por Adrianne Pasquarelli, do Ad Age*

Muitas das marcas de varejo que estão em alta no momento não existiam há dez anos. Mas, agora, impulsionada pelos aportes de venture capital, as empresas conhecidas como direct-to-consumer (d-to-c)estão movimentando o mercado o suficiente para chamar a atenção das redes tradicionais. A concorrência pelos consumidores está levando essas empresas a adotarem algumas estratégias de marketing implementadas por essas startups desde o início do negócio.

“Quase todas as categorias já contam com essas marcas ágeis, jovens e aceleradas, que estão mostrando quão efetivas são em conquistar participação de mercado”, afirma Terence Kawaja, fundadora e CEO da Luma Partners, uma consultoria focada em marketing e mídia digital. “Cabe ao grandes anunciantes dar uma olhada no que eles estão fazendo”.

O que é d-to-c?
Direct–to–consumer ou d-to-c são marcas nativas do ambiente digital que vendem diretamente para o consumidor sem passar por outros varejistas ou intermediários. Sozinhas, essas marcas são responsáveis por fornecer, produzir, divulgar e vender seus produtos para os consumidores. Muitas criam suas campanhas in-house ou contratam pequenas agências para cada job.

Como chegamos aqui
Essas novas marcas nasceram na internet, lugar onde os consumidores podem comprar e são facilmente atingidos pelas redes sociais a um custo baixo. Em oposição, as companhias consolidadas no mercado têm que arcar com lojas físicas, cadeias de suprimentos e ainda encontram dificuldade em navegar na era digital. As startups depositam seus investimentos nos millennials que preferem o conforto da tecnologia e estão sedentos por testar novas marcas. Esses empreendimentos conseguem trabalhar melhor os dados que coletam de seus consumidores em seus próprios sites e “conseguem controlar a imagem de seus produtos e como os consumidores experimentam a marca”, diz Anagha Hanumante, analista de inteligência sênior da CB Insights.

Marketing em amadurecimento
As d-to-c continuam a receber investimentos. Em 2018, o investimento nessas marcas, excluindo as do ramo alimentício, bateu US$ 1,1 bilhão. No ano anterior, foram US$ 616,9 milhões, de acordo com a CB Insights. Contudo, a chegada de novas marcas está diminuindo, enquanto fluxo de dinheiro está sendo direcionado para as empresas que estão crescendo. As primeiras rodadas de investimento contabilizaram 31% das transações do segmento em 2017, mas apenas 22% dos negócios em 2018.

Aparecendo na TV
Enquanto a maioria das startups d-to-c começam com campanhas digitais e em mídia OOH, elas estão se ramificando em meios tradicionais, incluindo a TV. “Elas provaram ser bem-sucedidas em contornar ou derrubar o funil de vendas, iniciando na parte inferior e aproveitando o social para construir seus negócios”, afirma a sócia criativa da agência Giant Spoon, Laura Correnti. Laura destaca que a estratégia gera mídia espontânea e receita. A TV leva esse crescimento para um novo nível. A Giant Spoon recentemente se associou à NBC Universal em um programa para ajudar marcas direct-to-consumer a testar modelos de publicidade na TV.

Desafios para grandes marcas
Marcas tradicionais estão limitadas por seus grandes e tradicionais sistemas e infraestruturas, tornando mais difícil para elas entrar no eixo das d-to-c. “Elas podem lançar sua própria startup, mas não é fácil dizer ‘Sim, nós somos uma grande companhia e agora somos legais’”, explica Terence Kawaja, CEO da Luma Partners.

Melhores práticas
As grandes companhias podem aprender com as estratégias de marketing do modelo d-to-c. A startup de cosméticos Glossier, por exemplo, transformou seus consumidores em micro influenciadores e construiu uma comunidade de marketing em torno deles, segundo a CB Insights. Enquanto seus principais concorrentes acostumaram seus clientes a esperar por promoções frequentes, as marcas d-to-c raramente oferecem descontos e empregam a ideia de preços já baixos.

Para Terence Kawaja, as gigantes do mercado podem tentar coletar melhor as informações de seus clientes para aperfeiçoar seu marketing. Outra opção é adquirir pequenas empresas para alcançar esse público, como a P&G fez no mês passado com a Walker&Co. Contudo, com muitas startups ainda vivendo a sua infância, o quesito principal continua sendo a rentabilidade. “Vemos muito potencial de negócios nesse setor ”, diz Kawaja.

*Tradução: Taís Farias 

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Cade aprova a compra do Playcenter pela Cacau Show

    Cade aprova a compra do Playcenter pela Cacau Show

    Rede de chocolates adquiriu a empresa de entretenimento com o foco de ingressar no setor de experiências

  • Vult entra no segmento de produtos para cabelos

    Vult entra no segmento de produtos para cabelos

    Marca de beleza amplia atuação, colocando no mercado mais de 50 diferentes produtos para contemplar a diversidade brasileira