Marca Periquita teme medidas de salvaguarda

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Marca Periquita teme medidas de salvaguarda

Vinícola portuguesa, que vende mais de um milhão de garrafas por ano no Brasil, rejeita medidas protecionistas do vinho nacional


3 de abril de 2012 - 6h00

Com a crise econômica nos mercados europeus, o Brasil vem ganhando destaque na importação de vinhos estrangeiros do Velho Continente e também da América do Sul. As prateleiras dos supermercados e as cartas de restaurantes estão recheadas de produtos vindos da Argentina, Chile, França, Itália e Portugal. Um dos maiores players na exportação da bebida para o Brasil é a vinícola portuguesa José Maria da Fonseca, detentora da antiquíssima marca Periquita, que vende mais de um milhão de garrafas por ano no Brasil.
O volume garante ao País o segundo lugar no ranking mundial da marca, que exporta para mais de 50 países, ficando atrás apenas da Suécia, que consome o dobro. “O Brasil pode e deve passar o consumo sueco em alguns anos. A Suécia só tem nove milhões de habitantes e o Brasil tem mais de nove milhões de pessoas que podem comprar uma garrafa de Periquita”, destaca Antonio Soares Franco, presidente da vinícola José Maria da Fonseca e sexta geração da família que fundou a empresa, em 1834.
Carro-chefe da vinícola, os vinhos Periquita são velhos conhecidos dos brasileiros. Produzidos há 162 anos, as importações para o Brasil começaram há um século e meio e passaram por altos e baixos. Na década de 1920, o País era um dos principais mercados da empresa, com mais de cem mil caixas de vinho vendidas por ano. As restrições às importações ao longo de décadas, rebaixou este número para 60 mil unidades anuais. Apenas a abertura às importações da era Collor, nos anos 1990, retomou os volumes, que ultrapassam atualmente a casa de um milhão de unidades por ano e garantem o posto de marca portuguesa de vinhos mais vendida no Brasil.
Porém, o aumento de oferta de importados com preços competitivos gerou uma reação nos produtores locais, principalmente do Rio Grande do Sul, que por meio das entidades representantes do setor entraram com pedido de salvaguarda junto ao governo, para tentar diminuir a entrada de produtos vindos de fora.

Cotas de importação

As sanções vão desde aumento de 27% para 55% no imposto de importação até imposição de cotas para cada país. “Estamos preocupados com a questão e aumento dos impostos porque nós (os importados) temos uma fatia pequena do ‘queijo’”, explica Franco, lembrando que do mercado total de vinhos no Brasil, apenas 20% são importados. Já dados do Instituto Brasileiro do Vinho (Ibravin) mostram que na categoria vinhos finos, dos 91,9 milhões de litros comercializados em 2011, somente 21,3% eram nacionais.
Enquanto a questão da salvaguarda da indústria nacional é discutida pelo governo, os produtos da vinícola José Maria da Fonseca continuam com boa aceitação entre os consumidores brasileiros. A grande influência da colonização portuguesa, aliada a preços bastante competitivos nas gôndolas — o vinho tinto custa entre R$ 25 e R$ 30 nos supermercados —, levou a empresa a ampliar o leque de ofertas no Brasil. Além do tradicional tinto, a marca já oferece o vinho branco e o Reserva, com preço mais elevado (cerca de R$ 70). O novo Periquita Superyor, que custa em Portugal dez vezes mais que a versão tradicional, ainda não está nos planos para o Brasil. “Podemos, porém, fazer exportações esporádicas para o mercado brasileiro”, diz Franco.

Visibilidade nas gôndolas
 

A distribuição do Periquita é feita pela Diageo por todo Brasil há mais de uma década. “A Diageo, em parceria com a José Maria da Fonseca, é responsável por fazer da marca o vinho português mais vendido no País. O poderoso canal de distribuição da marca — o mesmo de marcas como Johnnie Walker e Smirnoff — é responsável por isso”, destaca Leandro Medeiros, diretor de marketing da Diageo.
A empresa também é responsável pelas ações de divulgação da marca no mercado brasileiro, com foco em campanhas no PDV (supermercados) e com relações públicas. “O Periquita é um vinho para o dia a dia, cujo valor médio nas gôndolas é de R$ 28 e, por estar bem posicionado nos supermercados garante um grande volume de vendas”, explica. A próxima ação é dar visibilidade ao produto no ponto de venda durante a Páscoa, segundo perío­do mais importante em vendas para a marca no ano, depois do Natal.

 

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