A psicologia por trás dos likes humanitários

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A psicologia por trás dos likes humanitários

Pesquisa norueguesa lista seis motivos que explicam o ativismo negligente, a atitude de apoiar campanhas sem movimentações reais


15 de julho de 2014 - 12h08

(*) Do ProXXIma

Campanhas humanitárias e de conscientização social parecem estar cada vez mais populares. Curtir links e vídeos relacionados a uma boa causa tornou-se prática comum nas redes sociais. O problema é que muitos críticos do “slacktivism”, ou ativismo negligente, têm se preocupado com a falta de atitudes reais e mais significativas do que um simples clique.

Primeiramente, para entender o que leva as pessoas a curtirem ou não um conteúdo, foi publicado no International Journal of Web Based Communities um estudo que analisa esse comportamento. A pesquisa online contou com a participação de usuários do Facebook e foi conduzida por dois pesquisadores da Sintef, instituição de pesquisa de Oslo, Noruega. Os entrevistados tiveram que descrever, com suas próprias palavras, por que eles curtem causas e grupos humanitários no Facebook, e sua opinião sobre o quanto os “likes” podem ajudar ou não. Com base nas respostas, os pesquisadores classificaram as informações em seis categorias:

Responsabilidade social
O motivo mais citado pelos entrevistados (62%) foi o desejo de aumentar a conscientização ou ajudar e apoiar a causa de uma forma não-econômica. Cerca de metade dos participantes classificados nessa categoria eram membros do Plan Norway e haviam adotado uma criança por meio da organização.

Emocional
Esta foi a segunda maior categoria (37%), e envolve os sentimentos instintivos de surpresa, raiva, medo ou compaixão por tragédias humanitárias. Os autores da pesquisa sugerem que conteúdos que “estimulem esse estado emocional devem ser utilizados para aumentar o compromisso de engajamento das pessoas”.

Informacional
Receber atualizações sobre grupos de interesse foi o terceiro motivo mais mencionado (38%), mas os pesquisadores afirmam que “necessidades informacionais não superaram razões sociais para utilizar o Facebook”. Entretanto, visto que os algoritmos da rede social de Zuckerberg controlam o que os usuários visualizam em seu News Feed, nem sempre os internautas poderão ver todas as publicações dos grupos que eles curtem.

Performance social
A preocupação com a imagem social faz parte da natureza humana, e as redes sociais enaltecem ainda mais essa tendência. Obviamente, ninguém é capaz de admitir pertencer a esta categoria, mas 22% dos entrevistados acreditam que esse é o motivo que leva outras pessoas a curtirem. Afinal, apoiar causas e organizações humanitárias é uma forma de as pessoas construírem e apresentarem sua identidade social, seja autêntica ou falsa, segundo os pesquisadores.

Facilidade
Muitas pessoas mencionaram o baixo custo de curtir uma causa ou uma publicação no Facebook. O ato de clicar requer um esforço ou comprometimento quase inexistente, mas ainda ajuda a disseminar uma mensagem. O ponto principal da crítica ao ativismo negligente é exatamente este. O “slacktivism” não é capaz de substituir atitudes reais, mas é capaz de reforçar formas mais ativas de engajamento e participação, segundo estudiosos.

Rotina
O vício em redes sociais pode ter atingido tal nível que as pessoas passaram a executar atividades de forma automática. Curtir e compartilhar publicações tornaram-se parte da rotina dos internautas. É o que afirma 6% dos entrevistados, que acreditam que isso ocorre com outros usuários, mas não com eles mesmos.

Os autores da pesquisa alertam que o estudo é apenas uma interpretação inicial do assunto e apresenta muitas limitações. Isso inclui o fato de que os entrevistados eram todos noruegueses e muitos deles já havia curtido a página da organização Plan Norway no Facebook. Além disso, a maioria das pessoas que responderam eram mulheres.

Apesar da controvérsia acerca do “slacktivism”, os resultados da pesquisa mostram que os usuários do Facebook aparentemente acreditam que um “like” pode ajudar, seja muito (12%) ou pelo menos de alguma forma (51%).

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