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E-books, convergência e distribuição digital

Bienal do Livro de São Paulo começa na quinta-feira 21 com a realização do 5º Congresso Internacional do Livro Digital


20 de agosto de 2014 - 12h50

Por Erika Nishida, do ProXXIma,

Em 2007, a Amazon lançou a primeira edição do e-reader Kindle. Agora, sete anos depois, a empresa anuncia um serviço de assinatura para e-book e audiobook. Tanto no Brasil como internacionalmente, observou-se uma resposta positiva ao modelo. Segundo pesquisa realizada pela BookStats, a venda de livros digitais superou os impressos, gerando US$ 7,54 bilhões às editoras norte-americanas em 2013. Assim, diante da incerteza sobre o futuro dos livros tradicionais, um dos maiores eventos brasileiros do segmento decidiu apostar no tema.

Na sexta-feira 22 tem início a 23ª Bienal Internacional do Livro de São Paulo que, neste ano, está trabalhando diretamente com o público por meio das redes sociais e pelo blog do evento. A aproximação resultou em mais de 10 mil ingressos vendidos até o momento, em comparação aos 2,6 mil da edição anterior, o que corresponde ao recorde de vendas antecipadas. Para evidenciar ainda mais o tema, a Câmara Brasileira do Livro, responsável pela Bienal, promove um dia antes, na quinta-feira 21, o 5º Congresso Internacional do Livro Digital.

O tema deste ano é “Cultura em Convergência”, e será abordado nos dias 21 e 22 de agosto, no Auditório Elis Regina. A quinta edição do evento conta com a participação de Jason Merkoski, o primeiro evangelista de tecnologia da Amazon; Oren Teicher, presidente da American Booksellers Association (ABA); Jose Borghino, diretor de política da International Publishers Association (IPA); Stephen King, presidente do grupo Daisy; Olaf Eigenbrodt, diretor da Biblioteca Universitária de Hamburgo; Pedro Luis Puntoni, professor da Universidade de São Paulo e coordenador do Núcleo de Cultura Digital do Cebrap; e Danilo Venticinque, editor de cultura da Revista Época, dentre outros.

Tradicionalmente, o congresso acontece no primeiro semestre, mas desta vez vai anteceder a Bienal e se estender durante o evento. Além do espaço para discussão e apresentação de cases de sucesso, serão premiados trabalhos científicos sobre o livro digital. Os três vencedores receberão um valor em dinheiro e, dependendo do tema do trabalho, serão avaliados em fast track para publicação na Revista de Gestão da USP. O primeiro colocado vai apresentar seu projeto no dia 22, às 16h30, na plenária do congresso.

O Congresso do Livro Digital surgiu há cinco anos como parte das metas de trabalho da Câmara, com a missão de discutir o futuro do impresso e do mundo digital. Susanna Florisse, diretora da Câmara Brasileira do Livro, afirma que a ideia é debater os novos formatos, modelos de negócios e formas de bibliotecas. Serão abordadas as diversas possibilidades do autor, ilustrador e editor ao trabalhar com o conteúdo no impresso, aplicativo e nuvem.

Apesar da presença cada vez mais forte do livro digital, Susanna acredita que o impresso não vai morrer, embora alguns realmente desapareçam do mercado ou diminuam a tiragem. Para ela, haverá um mix, no qual o digital vai complementar o impresso. Os livros didáticos, por exemplo, devem manter o formato tradicional, mas com conteúdo reduzido.

“Biblioteca digital é um modelo de negócio que faz todo o sentido. As editoras precisam sair da zona de conforto e acompanhar tendências. Em um País com tamanha dimensão geográfica, o mais óbvio seria diminuir custos com papel e com frete. Além disso, estamos vivendo a realidade de uma geração totalmente digital. As pessoas não têm mais tempo. Os hábitos mudaram”, afirma a diretora.

A Bienal atrai um grande número de visitantes em todas as edições. Neste ano, já foram vendidos mais de 10 mil ingressos antecipados. Porém, Susanna explica que o motivo não são os livros impressos em si. Afinal, eles podem ser adquiridos pelas internet e, muitas vezes, a um preço mais acessível. “Cada vez mais as editoras vão se tornar prestadoras de serviço. A Bienal chama muita atenção, não necessariamente para venda de livros, mas para uma questão cultural. Os visitantes querem ir pelo aspecto cultural, para assistir a palestras, debates e premiação”, aponta.

Com o processo da digitalização, o conteúdo também se torna mais acessível, aumentando o risco de cair na rede. Entretanto, a diretora não enxerga o problema como o maior desafio do livro impresso. Para ela, as tradições é que podem representar a principal barreira para a consolidação da leitura. “O livro sempre teve que concorrer com a pirataria. Mas talvez o seu maior concorrente seja ter uma sociedade que prefira ter dois celulares, dois carros ou roupas de marca em vez de um livro”, analisa.

A abertura do 5º Congresso Internacional do Livro Digital acontece na quinta-feira, 21, às 9h. As inscrições podem ser feitas pelo próprio site oficial do evento. Já a Bienal vai até o dia 31 de agosto e também está com venda de ingressos abertas nos pontos de venda físicos e pela internet.

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