Como o Brasil vai driblar essa crise?

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Como o Brasil vai driblar essa crise?

Um ano após a fatídica derrota para a Alemanha, na Copa do Mundo, o futebol brasileiro precisa se reinventar em Preço, Praça, Produto e Promoção


8 de julho de 2015 - 7h57

Grandes marcas vivem ciclos. Um dia lideram o mercado. No outro, perdem espaço para um concorrente inovador. Em algum momento surge um comprador em potencial. Até que o sinônimo de produto de excelência ou líder de categoria fica apenas na lembrança. Não é uma regra, muitas se sustentam por séculos, superam as crises e seguem em frente. Outras, não resistem. Trazendo a analogia para o futebol brasileiro tudo se aplica. Nossa seleção já viveu de altos e baixos. Foi sinônimo de categoria dando ao Brasil o título de “País do Futebol” e faturou por mais vezes a taça de campeã mundial. Porém, no dia em que o País relembra um ano da fatídica derrota da seleção de 7 a 1 para a Alemanha e de ter assistido a uma eliminação recente na Copa América, os motivos de preocupação superam todos os louros do passado.

Assim como empresas, o futebol brasileiro vive uma crise profunda que vai além da imagem. Ela está na gestão, no plano estratégico e na linha de produção. Como apontou o editorial de Meio & Mensagem desta semana, o Brasil deixou de ser um produto premium no futebol e sucumbiu à mesmice da guerra de preços abrindo mão da vocação para o encantamento. A crise que vive o principal esporte dos brasileiros reflete primeiro na perda de credibilidade e tira o peso da camisa verde e amarela. Além disso, ela afeta também os números. O desempenho dos nossos jogadores na Copa do Mundo de 2014 fez com que o time brasileiro perdesse 4,3% de seu valor de mercado, segundo a Pluri Consultoria. No ranking da Fifa, o Brasil caiu da terceira para a sétima colocação. Se tivesse ação em bolsa, a seleção provavelmente já teria amargado perdas consideráveis.

Para os analistas, porém, apesar de existir muito a que ser feito, a reestruturação do nosso futebol é possível. “O 7 a 1 foi uma consequência de todo o trabalho de gestão do futebol brasileiro e não a sua causa. Temos um mercado de clubes deficitário, elevado endividamento e baixo investimento privado”, diz Pedro Daniel, consultor de gestão de esportes da BDO. Na visão do analista, o futebol brasileiro ainda é forte, principalmente como negócio. “Nosso futebol é comandado por uma instituição que fatura R$ 500 milhões ao ano, sendo 70% vindo de patrocínio”. O maior desafio dessa empresa, portanto, é ir a fundo em seus problemas começando pela gestão. A empresa a que Daniel se refere é a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) cujos dirigentes estão ligados direta e indiretamente aos escândalos de corrupção da Fifa, o que torna as coisas um pouco mais delicadas.

Anderson Gurgel, professor de comunicação esportiva do Mackenzie, explica que o erro do futebol brasileiro foi ter vivido preso ao seu passado. O equívoco de muitas marcas que, diante de uma situação de liderança, não se aprimoram. “A seleção sempre foi temida, mexia com os maiores adversários, mas em algum momento esse potencial se perdeu”, explica. Segundo Gurgel, o Brasil rompeu um ciclo. “Em outros momentos, mesmo que não jogasse um bom futebol a seleção fazia uso de sua reputação, força e história para intimidar os adversários, porém, isso acabou. O contexto é outro, o futebol jogado no mundo mudou e nossa seleção não acompanhou esse ritmo”, conclui Gurgel. Diante de um cenário de concorrência acirrada, basta ver os milhões que estão sendo investidos em times americanos e o quanto as seleções europeias, a Alemanha no caso, investiram em um futebol de técnica e eficiência, o Brasil precisa, com urgência, de um plano de ação e reconstruir seus 4 P´s.

Preço
A seleção brasileira perdeu 4,3% de seu valor de mercado com o desempenho ruim na Copa do Mundo de 2014. Segundo a Pluri Consultoria, o impacto foi sentido diretamente em negociações posteriores de jogadores que estavam na equipe de Felipão.

Praça
O futebol está cada vez mais global, apesar das torcidas regionais, a tendência é que cada vez mais times olhem para públicos fora de suas fronteiras como fazem Barcelona e Real Madrid, com torcedores nos quatro cantos do mundo. Times brasileiros com potencial como Corinthians e Flamengo perdem oportunidades com o enfraquecimento do futebol brasileiro.

Produto
Investimento em base. Preparação de craques. A formação de novos jogadores tem sido um problema para a seleção que, como pode ser visto na Copa América, vive na dependência de apenas um jogador: Neymar.

Promoção
Aqui entra a imagem e a percepção que o torcedor e o mundo têm do futebol brasileiro. Desânimo, desencanto e desesperança. Fatores que somados podem resultar em queda de patrocínio, bilheteria e menos negócios gerados na indústria do futebol.

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