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Amazon veta Apple TV e Google Chromecast

Aparelhos de streaming das companhias não interagem bem com o Prime Video, produto de vídeo do e-commerce


2 de outubro de 2015 - 3h52

Do Advertising Age,

A Amazon não irá mais vender os aparelhos de streaming do Google e da Apple que não são facilmente compatíveis com o serviço de vídeos da marca. Esse é último exemplo da marca usando sua força para promover produtos que encaixem na sua estratégia de vendas.

A varejista online baseada em Seattle enviou um e-mail às suas lojas avisando que a venda do Apple TV e do Google Chromecast estão suspensas, já que esses aparelhos não funcionam bem com o Prime Video. Nenhum pedido pelos produtos poderá ser feito e os itens em estoque serão recolhidos até o dia 29 de outubro, de acordo com a marca. O Prime Video não funciona com facilidade nos hardwares dos concorrentes.

O aparelho da Roku, o Xbox (Microsoft) e o Playstation (Sony), que funcionam com o serviço de vídeo da Amazon, não serão afetados, de acordo com a empresa. O Fire TV, da Amazon, que é conectado na entrada HDMI das televisões e conversa com serviços de streaming como Netflix e Prime Video, é o produto eletrônico mais vendido da Amazon.

A iniciativa, realizada pouco antes das festas de fim de ano, mostra que a Amazon está disposta a sacrificar as vendas de marcas populares – a Apple o Google têm a melhor média de vendas em devices streaming – para impulsionar o seu próprio serviço. A Amazon investiu pesadamente em conteúdo digital, incluindo a produção de programas exclusivos como o premiado seriado de comédia transgênero “Transparent” como uma forma de atrair um novo público para o programa de vantagens Prime – o usuário paga US$ 99 por ano para ter acesso a envios mais rápidos e vídeos.

A estratégia da gigante do e-commerce deve afetar mais o Google do que a Apple, que tem suas próprias lojas e acesso direto ao consumidor. O movimento também pode fazer com o que os consumidores acabem saindo da Amazon e migrando para concorrentes como Best Buy.

“Isso tem o potencial de afetar a Amazon tanto quanto a Apple e o Google”, afirma Barbara Kraus, analista da Parks Associates. “Como uma revendedora, eu quero dar uma razão para as pessoas virem até mim. Quando eu tiro nossas marcas mais vendidas, eu tiro esses motivos”.

Tom Neumay, porta voz da Apple, não quis comentar. O Google também não se pronunciou.

Participação de mercado
Amazon, Apple, Google e Roku representam cerca de 86% de todos os produtos de streaming vendidos nos Estados Unidos em 2014, de acordo com um estudo de agosto da Parks Associates. Segundo estimativas da empresa, 86 milhões de aparelhos de streaming serão vendidos globalmente até 2019.

A Amazon tirou o terceiro lugar da Apple no número de vendas em 2014, de acordo com a Parks. Roku foi o líder do mercado com 34% de participação, enquanto o Google ficou em segundo lugar com 23%.

“Nos últimos três anos, o Prime Video se tornou uma parte importante da Prime”, afirmou a Amazon no e-mail que foi enviado aos vendedores. “É importante que os aparelhos de streaming que vendemos interajam bem com o Prime Video para que não haja confusão com os consumidores”.

A loja online usou uma estratégia similar no ano passado em uma disputa com a Hachette Book Group sobre venda de livros impressos e digitais. A Amazon bloqueou a pré-venda de alguns livros da Hachette enquanto as duas partes discutiam sobre preços. Uma coalisão de autores acusou a Amazon de engajar práticas não competitivas durante o conflito.

Argumento fraco
A decisão de limitar a venda dos produtos de streaming do Google e da Apple provavelmente não aumenta o nível de violação antitruste, já que os consumidores ainda terão a oportunidade de comprar os produtos da Apple e do Google em outros lugares, de acordo com Allen Grunes, advogado do Konkurrenz Group. “A Amazon provavelmente quer ensinar a Apple e o Google a tornarem seus aparelhos mais compatíveis”, afirmou Grunes. “Esse é uma maneira de fazer e não é anticompetitiva”.

Porém, a decisão de limitar as opções “emite um sinal errado aos consumidores”, e a explicação da empresa que o Prime Video não funciona bem nos aparelhos concorrentes é “especialmente fraca”, afirma Michael Pachter, um analista da Wedbush Securities em Los Angeles. “Menos de 20% dos consumidores da Amazon são membros do Prime, e os 80% que querem uma Apple TV para assistir Netflix? Eu acho que a desculpa de não criar confusão nos clientes é uma ação não tão velada de tentar favorecer os produtos próprios da Amazon, em detrimento de produtos de terceiros”, analisa.

Tradução: Mariana Stocco

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