O profissional de marketing e a crise

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O profissional de marketing e a crise

Opinião: repassar aos seus subordinados a pressão pela qual está passando sem filtro, sem foco e sem uma boa estratégia é a primeira cilada


20 de janeiro de 2016 - 8h14

(*) Por Cláudia Campos,

Em tempos de crise, temos que adaptar nossas estratégias, apresentar (e cobrar) melhores resultados, reduzir custos e investimentos naquilo que é considerado plus. No essencial: cortar na carne.

Esse cenário impacta fortemente o clima organizacional. O mau humor ronda nossas empresas, entra sorrateiramente e insiste em contagiar nossas equipes. Pois é nessa época que precisamos que ele esteja bem longe e a nossa gente, motivada.

Como o profissional de comunicação e marketing deve agir nos momentos de crise para tentar mandar embora o mau humor e salvar a motivação das equipes? Repassar aos seus subordinados a pressão pela qual está passando, sem filtro, sem foco e sem uma boa estratégia, é a primeira cilada.

O peso da crise deve sim ser compartilhado, mas precisa estar de acordo com a responsabilidade de cada um. Em vez de cobranças por resultados (fazendo mais do mesmo), devemos nos preparar para passar orientações estratégicas, voltadas para as mudanças, para estimular ações mais impactantes e eficazes de cada um dos profissionais. De forma objetiva, personalizada, construtiva. Acrescente no seu “to do” que uma das suas metas também é liderar. E liderar é inspirar.

Em vez de lamentar a crise, desafie a criatividade de cada um para encontrar novos caminhos e propor novas soluções. Tenho certeza de que a saída para enfrentar essa crise está na inovação – naquela que fazemos com as pequenas coisas, no dia a dia de cada empregado, independentemente do departamento em que ele trabalhe. Todos podem contribuir. Está na nossa gente a capacidade de reagir, enfrentar e superar este momento.

Caberá sempre à liderança integrar e manter a motivação em todos os envolvidos. Assim, os resultados se somam. O endomarketing, que recentemente ocupa lugares mais estratégicos na empresa, está aí para isso. Agora, com desafios multiplicados.

Para que sejam eficazes, marketing, comunicação e recursos humanos devem trabalhar em sinergia, com estratégia, táticas e objetivos bem determinados, favorecendo um ambiente motivacional. É muito mais inteligente ter empregados preparados para a guerra do que com sentimento de derrota.

Aqui também vale lembrar a importância do reforço positivo. Os líderes esqueceram o que é elogio ou reconhecimento. Uma recente pesquisa da Fundação Dom Cabral, que utiliza como base a ferramenta MBTI (Myers Briggs Type Indicator), indicador de tipos psicológicos, revela que 75% dos líderes brasileiros estão classificados na categoria ESPJ. Trata-se de um dos tipos de personalidade definidos pelo psiquiatra Carl Gustav Jung, caracterizada pela extroversão, sensação, sentimento e julgamento. O que me chamou atenção é que essa categoria dominante é justamente aquela que não faz elogios ou reconhecimento.

Que perigo! E se você for um desses? Como sua equipe está sendo conduzida? Já pensou como deve ser frustrante um empregado dar o seu melhor para entregar algo diferenciado, dedicar seu tempo (aquele que ele poderia estar com amigos ou com a família) e sequer ouvir uma palavra de agradecimento?

Se você é um desses, não desanime! Quero mesmo te provocar, despertar sua autocrítica. O importante é que se dê conta de como está conduzindo suas equipes, para que possa cobrar delas. Porque toda hora é hora de mudar, de procurar fazer melhor e de proporcionar ao outro um ambiente mais atraente para trabalhar.

Inspire pessoas, pois elas são sua maior ferramenta para vencer. Reconheça os empregados comprometidos. Em época de crise, as remunerações são restritas, as promoções e as participações de lucro são reduzidas. Mas os elogios, não! Aposte no reconhecimento – aquele que traz o brilho nos olhos, o orgulho por pertencer, a força para superar os desafios.

Afinal, se uma equipe de marketing também mergulhar na crise, como propor novos caminhos? Como traçar novos planos? Já que a crise é real, que as nossas inspirações sejam maiores que ela. Afinal, se a sua equipe não estiver motivada, a do concorrente pode estar.

Sucesso!

Cláudia Campos é gerente de marketing & comunicação para caminhões da Mercedes-Benz do Brasil

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