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“Redes sociais viraram negócios de notícias”

Kjerstin Thorson, professora da University of Southern California, fala sobre as polêmicas de manipulação de notícias por parte do Facebook


27 de junho de 2016 - 14h00

Em maio, o Facebook anunciou uma mudança no algoritmo que determina os trending topics da plataforma. A alteração, disponível somente nos Estados Unidos, gerou polêmica após uma reportagem do site Gizmodo que revelou como jornalistas, contratados pela empresa, trabalhavam a curadoria de notícias. Os jornalistas alegaram que a plataforma determinava que eles priorizassem notícias de teor liberal e evitassem as mais conservadoras.

Na ocasião, Mark Zuckerberg, presidente do Facebook, disse que o caso seria investigado. “Não encontramos evidência de que esse relato é verdadeiro. Se encontrarmos qualquer coisa contra nossos princípios, vocês têm meu compromisso de que tomaremos os passos necessários para solucioná-lo”, disse Zuckerberg, em seu perfil.

Thorson-Kjerstin

Kjerstin Thorson

A repercussão diante do caso, segundo Kjerstin Thorson, professora da University of Southern California e pesquisadora especializada em redes sociais, mostra que cada vez mais as grandes plataformas terão de lidar com a cobrança por transparência. “Não há nada de novo sobre a curadoria de notícias para o público. A seleção sempre foi uma tarefa fundamental para as organizações de notícias. A diferença é que, no caso dos veículos tradicionais, sabemos como eles fazem”, diz a pesquisadora.

Meio & Mensagem – O que a revelação de que o Facebook manipularia seus trending topics traz na discussão sobre ética e transparência?
Kjerstin Thorson – É um lembrete da influência que as plataformas de redes sociais como Facebook têm sobre as histórias que chegam até nós e quão pouco sabemos sobre como eles estão usando essa influência. Não há nada de novo sobre a curadoria de notícias para o público. A seleção sempre foi uma tarefa fundamental para as organizações de notícias. A diferença é que, no caso das organizações de notícias tradicionais, sabemos como eles fazem isso diferentemente das grandes plataformas.

M&M – Qual seria a recomendação para que essas empresas tivessem condutas mais transparentes?
Thorson – Isso é complicado. Por um lado, há uma necessidade de respeitar a natureza proprietária dos algoritmos do Facebook e seus processos de negócios. Faz sentido que eles não querem que todos saibam como o Facebook funciona. Mas quando a sua plataforma tem uma vasta influência sobre o que as pessoas podem ver e aprender sobre o mundo, fica difícil de recusar pedidos para explicar em detalhes, com provas, como estão protegendo tantos dados.

M&M – A possível manipulação do Facebook chamou a atenção de todos, mas o que isso representa em outras redes sociais?
Thorson – Muitas redes sociais estão entrando no negócio de notícias, e a única coisa que eles têm em comum é a falta de transparência sobre as escolhas que estão fazendo, sobre quem está fazendo e sobre como elas influenciam naquilo que chega até as pessoas.

M&M – É ano de eleições nos Estados Unidos e qual tem sido a principal preocupação em relação às redes sociais como fonte de informação política?
Thorson – Os meios digitais tornaram possíveis aprender mais sobre política do que nunca. No entanto, se o perfil da pessoa é ficar apenas com aquilo que recebe por essas plataformas, a preocupação deve ser maior. Quando você usa o Facebook como sua primeira página, ou qualquer outra mídia social ou agregador de notícias, não sabe o que você está recebendo em termos de julgamento notícias. Pode ser uma representação mais justa do mundo do que você iria ficar em qualquer outro lugar. Ou pode ser algo tendencioso. A questão é que não há como saber.

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