Women to Watch: Andrea e Celina

Buscar
Publicidade

Mídia

Women to Watch: Andrea e Celina

Conheça mais sobre a trajetória profissional deAndrea Pinotti, diretora de marketing institucional e atacado do Itaú e Celina Esteves, vice-presidente executiva de atendimento da Africa


31 de agosto de 2016 - 8h15

Pelo quarto ano consecutivo, o Meio & Mensagem realizou a edição brasileira do Women to Watch, um evento para destacar as profissionais que estão fazendo a diferença nas indústrias de publicidade, marketing e mídia.

Neste ano, seis mulheres foram homenageadas no Women to Watch. Ao longo da semana, Meio & Mensagem publicará perfis dessas profissionais, detalhando suas trajetórias profissionais e destacando as razões que as levaram a alcançar posições de destaque.

Depois de Adriana Knackfuss, da Coca-Cola e Aline Santos, da Unilever, nesta quarta-feira, 31, são apresentadas Andrea Pinotti, diretora de marketing institucional e atacado do Itaú e Celina Esteves, vice-presidente executiva de atendimento da Africa.

Andrea Pinotti

 

Andrea-Pinotti-AN

Andrea Pinotti (Crédito: Arthur Nobre)


Algumas horas antes da sessão de fotos e entrevista com a equipe de Meio & Mensagem, Andrea Pinotti foi chamada para dar uma consultoria. Engana-se, no entanto, quem pensa que o pedido veio de algum superior, como mais uma das muitas de suas atribuições no Itaú. “Recebi um e-mail de um analista sênior do banco, dizendo que ele estava com duvidas sobre os rumos de sua carreira e queria conversar comigo”, conta.

O rapaz não é o único. Desde criança, Andrea faz o papel de ouvinte e aconselhadora de quem está ao seu redor. “Lembro que ia passear com a minha mãe e era só ficar um tempo sozinha que já se sentava alguém do meu lado para contar sobre a vida e os problemas. Minha mãe até se assustava. Mas sempre fui assim. Acho que sempre abri as portas para as pessoas e, por algum motivo, elas me veem como alguém confiável”, comenta.

O perfil “mãezona” provavelmente é a principal característica da diretora que tem a responsabilidade de administrar todos os trabalhos de marketing institucional e de atacado do Itaú, cuidando de cerca de 200 pessoas. O verbo não foi escolhido por acaso. Compreender, acolher e se mostrar disposta a ouvir cada um são atividades que ela leva a sério. “A sensibilidade feminina acaba sendo um diferencial. Geralmente, a mulher tem uma percepção melhor para captar os sentimentos das pessoas e
isso gera mais proximidade. Não que um homem também não possa ser assim, mas acho que, assim como a maternidade, esse é um dom também feminino.”

A tranquilidade e o olhar voltado ao próximo até chegam a contrastar com a imagem árida e pesada do mercado financeiro, setor do qual Andrea jamais saiu em seus 25 anos de carreira. Para ela, no entanto, os números, balanços e outros termos financeiros não assustam mais. “Todo setor tem suas pressões e stress. Mas acho que o fato de trabalhar no marketing, com pessoas mais jovens, atenua um pouco isso”, opina.

Em sua segunda passagem pelo Itaú – a primeira iniciou quando ela ainda era estagiaria, em 1991, e durou nove anos – Andrea tem a missão de fazer com que as pessoas enxerguem o banco e os serviços financeiros como algo mais amigável. “As pessoas gostam de comprar roupas, bebidas. Mas ninguém acorda morrendo de vontade de abrir uma conta no banco. Por isso, o trabalho é mais desafiador”, comenta ela, que também trabalhou no marketing da Visa e no portal financeiro Patagon.

E é exatamente nessa tarefa que a parte conciliadora da executiva vem a tona. “Para dar conta de um trabalho assim é preciso estar cercada de pessoas competentes, para quem você possa entregar as tarefas e saber que aquilo será bem executado. Por isso é importante ouvir, estar próxima e tentar extrair o melhor de cada um.”

Essa postura permite que Andrea equilibre melhor as funções de diretora com sua vida pessoal. A profissional se recorda que, quando sua filha Mariana (atualmente com 15 anos) era pequena, ela foi chamada na escola para perguntar se trabalhava como comissária de bordo. “A professora me perguntou aquilo porque, cada vez que passava um avião, minha filha apontava para o céu e dizia ‘mamãe, mamãe’”, recorda. Apesar das inúmeras viagens que fazia – e que ainda fazem parte de sua rotina profissional – Andrea afirma nunca ter sentido culpa. “Sabia que tinha que trabalhar e lidei muito bem com isso. Parece clichê, mas a gente aprende a ter mais qualidade do que quantidade de tempo livre”, afirma. Separada há um ano depois de um casamento de duas décadas, Andrea aproveita as horas fora do trabalho na companhia da filha, dos pais, dos amigos e se dá ao luxo de fazer algo que, por muitas vezes, parece impossível. “Fico muito feliz quando consigo ficar umas horinhas em casa, sem preocupações”, brinca.

Mesmo com a trajetória profissional bem construída, Andrea procura fazer sua parte para que as próximas gerações encontrem um mercado de trabalho melhor. Defensora da ideia de que a diversidade é um grande ativo para o ambiente dos negócios, ela foi escolhida para integrar a Global Bank
Aliance for Women, um grupo internacional formado por oito executivas de diversos bancos cuja proposta é discutir maneiras para melhorar o posicionamento das mulheres no mundos dos negócios e estimular o empreendedorismo feminino. “Sou completamente contra a criação de cotas para mulheres em cargos de liderança. Mas para competir de igual para a igual com os homens, elas precisam ter suporte, educação e respaldo que hoje não é oferecido. E é isso que queremos mudar”, defende.

Aos 49 anos, a executiva não se enxerga longe do mercado financeiro e acredita ainda ter muito a contribuir com os trabalhos de marketing do banco. E, também, com quem está fora dele. “Penso em um dia oferecer um pouco da minha bagagem para alguma associação do terceiro setor. Existem trabalhos muito bacanas sendo feitos e acho que, se algum dia eu sair do banco, esse seria meu novo caminho”, almeja.

Celina Esteves

Celina-Esteves-AN

Celina Esteves (Crédito: Arthur Nobre)


Alguns pontos da trajetória profissional de Celina Estives representam exceções. Como vice–presidente de atendimento da Africa, ela é uma das poucas mulheres a ocupar um posto de liderança dentro de uma agência nacional, setor que, majoritariamente, é comandando por profissionais do sexo masculino. Quando estava grávida de seu primeiro filho, fase em que, normalmente, as mulheres se deparam com as portas do marcado de trabalho fechadas, ela chegou até a ser disputada. “Fui convidada a trabalhar na J. Walter Thompson e na F/Nazca. Comentei que não poderia trocar de agência naquele momento, mas chegaram a me garantir que poderia sair de licença-maternidade sem me preocupar e, depois, assumir minha função”, recorda.

Celina não aceitou os convites, mas guarda o episódio na memória para provar que seu gênero nunca foi empecilho para alcançar posições importantes. Com 30 anos de carreira – sendo 29 deles passados nas maiores agências de publicidade no Brasil – ela classifica como sorte o fato de ter se deparado com profissionais que lhe deram espaço e confiaram em sua capacidade de liderança. “Sempre tive chefes homens maravilhosos, que me compreenderam e nunca atribuíram qualquer problema meu ao fato de ser mulher. Sei que isso não é comum com a maior parte das mulheres, então só tenho a agradecer”, comemora a profissional, que está na Africa há cinco anos, sendo os últimos dois como vice-presidente de atendimento.

Apaixonada por criação de ideias e por comunicação, não demorou para que ela percebesse que o lado mais atrativo do balcão era o das agências e não o dos clientes, como a formação superior em marketing lhe dizia. Depois de um ano de trabalho no marketing da Cica, ela migrou para o universo das agências, onde acumulou uma extensa bagagem de três décadas com passagens por McCann, W/Brasil, Age, Y&R, Loducca, DM9DDB até, finalmente, chegar à Africa.

Conciliar a rotina profissional com a maternidade nunca foi um problema para Celina. “Me questionam muito sobre isso, mas acho que sempre tratei desse assunto de forma tão natural que consegui levar numa boa. Sou grudada nos meus filhos e temos uma relação muito próxima, com qualidade e quantidade de tempo”, conta, orgulhosa de Rafael, de 25 anos, e Gabriela, de 15. “Talvez o que tenha faltado equilibrar melhor foi o trabalho com a minha vida pessoal. Tive três casamentos diferentes, o que mostra que nessa parte eu devo ter falhado”, diverte-se Celina, que namora há três anos e procura aproveitar o tempo com o namorado e os filhos em viagens, jantares e principalmente em casa.

Conciliar melhor suas diversas funções foi algo que a executiva foi aprendendo com o passar do tempo. Por duas vezes, no entanto, ela chegou a pensar em interromper sua trajetória na publicidade. A primeira foi quando seu primeiro filho ainda era pequeno e ela havia acabado de se tornar a primeira mulher a ocupar o cargo de vice-presidente de tendimento na W/Brasil. “Estava sobrecarregada, havia acabado de me separar e tinha que cuidar do meu filho. Conversei com o Washington (Olivetto) e pedi demissão. Ele recusou e me disse para tirar uma licença, de quanto tempo precisasse. Fiquei comovida porque ele compreendeu aquele momento e jamais mostrou arrependimento por ter colocado uma mulher naquele cargo”, conta.

A outra situação foi em uma das fases mais difíceis de sua vida, quando ela perdeu o marido (o publicitário Affonso Serra, que faleceu em 2010). “Fiquei parada de 2006 a 2010, para cuidar de meu marido, que estava muito doente. Depois, pensei muito se deveria voltar para uma agência, mas o carinho do pessoal do ABC foi tão grande que eles me convidaram para voltar sem nem saber exatamente que cargo eu ocuparia”, conta.

Depois de contar tantas vezes com a compreensão e o acolhimento das pessoas, Celina canalizou sua ambição profissional para aprender mais sobre pessoas. Sorridente e boa ouvinte, ela conta que pensa em usar a empatia e a facilidade de comunicação para auxiliar a carreira de outras pessoas. “Eu fiz coaching e acabo de me formar como coach. Tenho paixão em lidar com pessoas e quero voltar minha vida profissional para isso, seja para aprimorar as habilidades de executivos ou para orientar as pessoas que queiram um novo rumo na vida profissional”, conta.

Para essa nova função, certamente, a empatia e o bom humor continuarão sendo seus diferenciais. “Quando comecei a atuar em agência disseram até que, por ser sorridente e tranquila, eu nem combinaria com aquele ambiente. Mas sempre acreditei que era dessa forma que ia tirar o melhor da minha equipe”, conta. Apesar da simpatia, Celina se considera tímida. Ou melhor, considerava até ter de subir ao palco para receber o Premio Caboré, na categoria Profissional de Atendimento, conquistado no ano passado. “Ali, eu não tive como me esconder”, ri.

Publicidade

Compartilhe

Veja também

  • Flávia Alessandra e Otaviano Costa: artistas são mídia

    Flávia Alessandra e Otaviano Costa: artistas são mídia

    No Mídia Master 2024, casal de artistas divide carreira de empreendimento no cenário da mídia e relação com marcas

  • Como o público enxerga os anúncios em sites de notícias?

    Como o público enxerga os anúncios em sites de notícias?

    Pesquisa realizada pela Teads ao lado da CNN Brasil revela critérios para a escolha de site de notícias, bem como sentimentos em relação a anúncios em veículos