Por que não há mulheres CEOs de grupos de mídia?

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Por que não há mulheres CEOs de grupos de mídia?

Com a saída de Ariana Huffington do The Huff Post, praticamente todos os grandes publishers internacionais não comandados por homens


27 de setembro de 2016 - 12h12

Foto: Reprodução

Cofundadora do The Huffington Post, Ariana Huffington anunciou a saída do cargo de editora-chefe neste ano (Crédito: reprodução)

O anúncio da saída de Arianna Huffington do cargo de editora-chefe do Huffington Post, companhia criada por ela 2005, deixou o ambiente de mídia ainda mais carente de lideranças femininas.

Agora, o Huff Post entrou para o rol dos publishers conduzidos por um CEO ou líder homem, tal como acontece com Time Inc., The New York Times Co., Condé Nast, Hearst Corp, Meredith, Bloomberg Media, The Financial Times, Guardian Media Group, Gannett, Tronc, Dow Jones, Forbes Media, Politico, BuzzFeed, Vox Media, Vice Media, Mashable, Fusion, Mic e Business Insider.

Alguns executivos começam a se preocupar com esse desequilíbrio não somente do ponto de vista da igualdade de gênero, mas também pelo ponto de vista da saúde dos negócios. “Essa é uma questão na qual penso frequentemente. Por um lado, essa desigualdade é óbvia. Assim como todas as outras indústrias, a da mídia também tem sido, historicamente, dirigida por homens.”, comenta Brit Morin, CEO da companhia de mídia e e-commerce Brit & Co – e, portanto, uma exceção à regra.

A atual escassez de CEOs mulheres em empresas de mídia é ainda mais grave se for considerado que, na década de 90 e também no início dos anos 2000, elas chegaram a ocupar tais postos. Publishers como Time Inc. The New York Times, NPR e Hearst Magazines chegaram a ser presididos por mulheres.

Essa fase, no entanto, parece ter terminado. Ann More, que presidiu a Time Inc. por oito anos, deixou a empresa em 2010. Desde então, o posto de CEO foi ocupado por outras três pessoas: Jack Griffin, Laura Lang, Joe Ripp e, desde o mês passado, por Rich Batista. Janet Robinson, que foi CEO do The New York Times de 2004 a 2011, foi substituída por Mark Thompson.

Vivian Schiller, que foi a primeira mulher CEO do NPR, comenta a questão. “Não há duvidas de que esse é um problema considerável. Parece que o número de mulheres CEO não está crescendo. E sabendo que, quanto mais mulheres alcançarem o posto de CEO, mais mulheres irão surgir no mercado dispostas a se tornarem líderes. É preciso trazer a nova geração para esse debate e mostrar como uma líder mulher pode ser e agir ”, opina.

Há, entretanto, algumas companhias de mídia presididas por mulher. É o caso da PBS, presidida por Paula Kerger desde 2006. A Cumulus Media tem como CEO Mary Berner, que é ex-CEO da Fairchild e Reader’s Digest Association). Maria Rodale e Pamela Wasserstein são CEOs de companhias familiares, a Rodale e a New York Media, respectivamente.

“Sendo parte de uma família de negócios, eu tive vantagens e oportunidades que muitas mulheres não têm sozinhas, mas isso também traz uma pesada imagem de nepotismo”, relatou Maria Rodale.

De acordo com as executivas, não há uma razão isolada que explique a pouca participação feminina nas empresas de mídia. Mas o fato de os conselhos administrativos e diretivos serem formados essencialmente por homens colabora para que as escolhas dos próximos líderes também sejam homens, na opinião das entrevistadas.

A área digital parece trazer uma perspectiva de mudança para esse cenário. Algumas das mais promissoras companhias digitais da atualidade foram criadas por mulheres, como a TheSkimm (cofundada por Danielle Weisberg e Carly Zakin) e que, recentemente, atraiu US$ 8 milhões de investidores. A newslatter de informações de tecnologia The Information foi fundada pela jornalista Jessica Lessin. “Estou começando a ver mudanças e há muitas mulheres interessadas em criar novas companhias de mídia”, aposta Brit Morin, CEO da Brit & Co.

Com informações do Advertising Age

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