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“Não toleramos mentiras no Facebook”

Country director da plataforma no Brasil, Conrado Leister fala sobre fake news, GDPR e Copa do Mundo


7 de junho de 2018 - 7h00

Conrado Leister teve passagens por cargos de liderança em multinacionais de software, como SAS e SAP, antes de chegar ao Facebook, em setembro de 2017. Desde então, o executivo acompanhou e colaborou, como country director do Brasil, na resolução de diversas questões envolvendo a plataforma, como a maior exigência por brand safety e melhores métricas por parte de anunciantes, o caso Cambridge Analytica e, mais recentemente, as adaptações envolvendo o General Data Protection Regulation (GDPR), determinando maior rigor na gestão de dados de usuários no âmbito da União Europeia, com reflexos globais. Veja a seguir destaques da entrevista de Conrado, a primeira como executivo do Facebook, em que analisa algumas dessas polêmicas e fala de oportunidades comerciais visando o Mundial de Futebol na Rússia.

 

Conrado Leister, do Facebook (Crédito: Vivian Koblnsky / Divulgação)

Segurança do usuário
O Facebook está mais do que nunca preocupado em deixar a plataforma segura, confiável para os usuários, para que possam compartilhar e saber quais ferramentas a plataforma usa ou não, trazendo mais transparência com privacidade, garantindo que não seja usada para o mal, seja em interferência em eleições, fake news, terrorismo, self-inflicted injury vídeos que, ainda bem, não pegaram muito no Brasil. Isso se tornou central nos últimos anos e estamos trabalhando, mas não podemos deixar de evoluir para que a plataforma continue relevante, siga sendo esse motor para pequenas e médias empresas, criando comunidades, aproximando consumidores e marcas, oferecendo oportunidades de carreira, ou reaproximando pessoas que não se veem há muito tempo. Temos de mudar bastante para que vá se adaptando a novas demandas e, ao mesmo tempo, sem perder o foco de inovação e evoluir a plataforma.

Privacidade de dados
Privacidade é um dos temas centrais. Com o GDPR, lançamos mais controles não só para a Europa, mas para o mundo todo. Desde o episódio do Cambridge Analytica, tomamos uma série de atitudes para melhorar os controles das pessoas sobre o que elas estão compartilhando e usando, mostrando o que estão aceitando com os partners apps — os usuários davam consentimento, mas na prática não sabiam muito bem o que estavam aceitando. Restringimos muito o que os app developers podem fazer, como quantos dados podem ter e por quanto tempo. E adaptações sobre políticas de dados já vinham pelo menos desde 2014… Agora o GDPR ajuda a estabelecer um padrão para tratar de privacidade de forma mais ampla. Além de nos adequarmos 100% à legislação local, seja de Brasil, México, Argentina ou qualquer outro país, tentamos ser proativos a respeito de onde vêm os dados e como serão usados. Tivemos, por exemplo, a suspensão do partner categories. Anunciantes podiam pegar dados do Serasa dentro do próprio Facebook para segmentar. Nos dados da plataforma havia foto, idade, e-mail e o Serasa complementava com classe social e dados do CPF, entre outros. Os clientes continuam podendo comprar isso se quiserem, mas fora da plataforma. Não temos esses dados nativamente justamente para certificar de que as informações no Facebook são privativas e estão seguras.

Cerca de 80% das pessoas que estão no Instagram seguem alguma marca. Gostam de certa empresa e querem saber o que ela está fazendo

Fake news
A parceria com as agências verificadoras para combater fake news é, do meu ponto de vista, um movimento correto. O Facebook não está em condições de realizar esse trabalho nem é o árbitro para isso, mas vai trazer as empresas externas e certificadas para tal. Claro, há opiniões contrárias, divergências, mas a mensagem principal é que não toleramos e não queremos que a plataforma seja usada para espalhar mentiras. Tem de ser um lugar no qual o usuário possa navegar com certa tranquilidade. Mesmo durante a greve de caminhoneiros, por exemplo, divulgaram links para supostas listas de postos que tinham gasolina, mas era só uma ferramenta para roubar dados. As agências são, portanto, o caminho certo. São certificadas internacionalmente e têm um trabalho de auditoria em cima delas, não vão fazer o que quiserem por tendência política.

 

Crédito: Vivian Koblnsky / Divulgação

Oportunidades na Copa
A Copa de 2014 foi o maior o evento global do Facebook. Olimpíada não foi maior, final do futebol americano também não. Na época, a plataforma tinha um bilhão de pessoas e hoje já são 2,2 bilhões, mais que o dobro. Mais de 350 milhões comentaram o Mundial do Brasil no Facebook e nem sequer tínhamos uma série de produtos que, hoje, são realidade. O Instagram era incipiente, nossa plataforma de mensageria também. Hoje temos vídeo vertical, Stories, Live e, em 2014, nada disso era factível. Temos uma expectativa muito grande de que a Copa da Rússia vai ser novamente o maior evento para do Facebook. E há mais ferramentas. O Instagram é nossa plataforma que mais cresce e, dentro dele, o Stories é o produto do Facebook de maior crescimento da história. Mostra que as pessoas gostam desse formato efêmero, que você pode trocar. É um ótimo jeito de aproximar pessoas e empresas. Você pode mandar uma mensagem diretamente à marca, como “gosto dessa camiseta do Neymar, onde eu compro?”, e a empresa pode responder ali mesmo, sem sair do Instagram, pelo Direct. É uma plataforma nova, com muita atração. E cerca de 80% das pessoas que estão no Instagram seguem alguma marca. Gostam de certa empresa e querem saber o que ela está fazendo. Então é uma grande oportunidade para as marcas não só publicarem no feed, mas também no Stories, para comunicar as novidades aos seus seguidores.

A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1813, de 4 de junho, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.

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