Netflix erra previsão de novos usuários em um milhão

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Netflix erra previsão de novos usuários em um milhão

No último trimestre, o serviço de streaming conquistou 5,2 milhões de novos clientes, um número abaixo do desejado, o que fez as ações da empresa caírem até 15%


17 de julho de 2018 - 15h45

Do Advertising Age, com informações do Bloomberg News*

 

(Crédito: FreeStocks/Pexels)

Após registrar um crescimento decepcionante em seu número de assinantes no segundo trimestre, a Netflix passa a enfrentar desafios na bolsa de valores de Nova York, nos Estados Unidos. Nesse período, o serviço de streaming adicionou 5,2 milhões de usuários, cerca de um milhão a menos do que a empresa havia previsto. Suas expectativas para o trimestre atual também refletem uma desaceleração: a maior rede de TV online paga do mundo espera a adição de 5 milhões novos clientes à plataforma, um ritmo mais lento que o do ano anterior. As ações da Netflix caíram até 15% para US$ 342 em negociações estendidas – mais do que dobrou este ano, até o fechamento desta segunda-feira, 16.

Agora, investidores e analistas têm a tarefa de avaliar se esse afrouxamento no número de assinantes é um problema de curto ou longo prazo.  Nos últimos meses, as ações de Netflix atingiram o seu recorde em termos de crescimento, porque os investidores acreditam que a empresa irá adicionar dezenas de milhões de clientes em todo o mundo nos próximos anos.

Uma razão para o déficit pode ter sido a falta de conteúdo. A Netflix lançou um pequeno número de produções no trimestre, em relação à grade comum. Não adicionou novas temporadas de seus maiores sucessos como Stranger Things. Além disso, nenhum outro conteúdo se tornou um fenômeno. Desde que a empresa apresentou House of Cards para o público, a Netflix ganhou novos clientes com novas temporadas de séries originais. O serviço de streaming lançou uma nova temporada de 13 Reasons Why, de Luke Cage, da Marvel, e da comédia Nanette, de Hannah Gadsby.

A Copa do Mundo foi um problema?
Potenciais novos clientes também podem ter sido distraídos pela Copa do Mundo, que está entre os eventos de TV mais assistidos do mundo. A Netflix, com sede em Los Gatos, na Califórnia, nos Estados Unidos, não especificou por que ficou aquém no último trimestre, depois de citar a dificuldade de prever o crescimento em 190 países ao redor do mundo.

Os investidores valorizam a Netflix em um nível muito mais alto do que outras empresas de mídia de tamanho similar, por conta do potencial crescimento no futuro. Sua avaliação de mercado superou a feita para a Walt Disney este ano, apesar de reportar menos de um quarto da receita.

A receita do segundo trimestre, a propósito, também deixou a desejar. A Netflix registrou US$ 3,91 bilhões, em comparação com uma estimativa média de US$ 3,94 bilhões. Mas, a empresa atingiu um marco: os clientes internacionais representaram um volume maior de vendas do que os usuários domésticos.

Inicialmente uma plataforma feita para falantes do inglês, a Netflix aumentou o seu investimento em programas filmados em outros idiomas. A empresa estreou suas primeiras produções dinamarquesas e indianas no trimestre e planeja lançar um novo programa em idioma estrangeiro, pelo menos uma vez por semana no próximo ano.

O lucro foi um ponto brilhando no último trimestre, mas não o suficiente para tranquilizar os investidores. Os ganhos chegaram a 85 centavos por ação, superando a estimativa de analistas, que era de 79 centavos. “Tivemos um trimestre forte, mas não excelente”, escreveu a empresa em uma carta aos acionistas.

Farra de gastos
Produzir e promover uma biblioteca de produções para um público global tem um alto custo. A Netflix emprestou dinheiro repetidamente para pagar por sua programação e espera gastar entre US$ 3 bilhões e US$ 4 bilhões a mais em dinheiro do que gerará em 2018. As despesas de marketing ultrapassaram US$ 500 milhões no trimestre, quase o dobro do gasto feito há um ano.

A ascensão da Netflix levou outras empresas de tecnologia e entretenimento a investir mais em serviços de vídeo online. A Disney está vendendo uma versão para internet da sua rede esportiva ESPN e deseja lançar um serviço de vídeo de entretenimento geral no ano que vem. A Apple, enquanto isso, está gastando mais de US$ 1 bilhão em programação original.

Nesta segunda-feira, 16, a Netflix disse que espera mais concorrência, mas descartou qualquer potencial impacto negativo nos negócios. “Nossa estratégia é simplesmente continuar melhorando, como fazemos todos os anos”, afirmou a empresa.

(*) Tradução: Victória Navarro

*Crédito da foto no topo: Pixabay/Pexels

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