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“Chega de se esconder para jogar em paz”

Uma das participantes do projeto #MyGameMyName - premiado em Cannes - a youtuber gamer Malena fala sobre marcas, conteúdo e assédio


25 de setembro de 2018 - 9h22

 

Malena: “A galera que acompanha videogame é apaixonada” (Crédito: Divulgação)

A youtuber Malena cresceu influenciada pela mãe, fã de games. Hoje, como uma das principais criadoras de conteúdo relacionado a esse universo, para ela, não faz sentido que games ainda sejam vistos como uma prática masculina já que sua referência sempre foi feminina. Esse engajamento relacionado à inclusão no universo gamer Malena deixou claro como uma das participantes do projeto #MyGameMyName, premiado em Cannes, e que discute o assédio no universo gamer.

Contratada por marcas como Fanta, CNA e outras, Malena falou ao Meio & Mensagem sobre seu processo criativo, a evolução do universo gamer no Brasil e o desafio de um criador de conteúdo. Para ela, cada vez mais, marcas estão se interessando por esse universo. “Apesar de termos muitos jovens, grande parte desse público é mais velho e tem poder de compra”, afirma.

A força dos games
A indústria de games já passou Hollywood em faturamento e investimento em produção. É natural que o reflexo desse mercado seja visto também no Brasil. Além disso, temos uma realidade em que o acesso à tecnologia – console, PC e mobile – e os creators que produzem conteúdo desde 2012 contribuíram com a popularização do game como conteúdo. Agora, temos marcas se interessando cada vez mais pelo assunto. Desde então, muitas personalidades surgiram nos games, seja um creator, um streamer ou jogadores profissionais. A galera que acompanha videogame é apaixonada. É um público muito fiel e engajado que tem poder de compra.

 

#MyGameMyName, campanha premiada em Cannes que contou com a participação de Malena (Crédito: Reprodução)

Processo criativo
O meu público, por ser uma galera mais nova, tem muito tempo livre e uma demanda muito alta de conteúdo. E isso exige muito tempo. Eu posto dois vídeos por dia, mas tenho colegas que sobem sete. Eu, por exemplo, já não consigo editar meus vídeos, delego para outras pessoas. Neste ritmo, o quanto for possível produzir e suprir essa demanda, melhor, respeitando, é claro, sua sanidade mental. É um processo totalmente espontâneo. Para gameplay, eu não tenho roteiro. A não ser que seja algum job de uma desenvolvedora que você precisa de guidelines e especificar informações importantes.

Relação com marcas
Eu, por exemplo, tenho algumas particularidades. Uso calça jeans e camiseta e se uma marca quiser mudar isso não vai conseguir, por que é minha essência. Posso até ser flexível na estrutura de um vídeo, mas não na minha essência. Eu já neguei trabalho com um grande restaurante por não comer carne vermelha, por exemplo. Ainda tem marcas que chegam mandando como devo dizer algo e existe todo um trabalho para mostrar que é preciso construir a quatro mãos. Apesar de eu ser lembrada como a menina do game e 70% do meu conteúdo ser sobre isso, consigo me associar com marcas para assuntos que não têm nada a ver com esse universo gamer. Claro que algumas marcas estão querendo explorar mais esse universo. Tem muita gente olhando para o game.

Equidade de gênero
Eu acredito que a situação da mulher no universo dos games já foi muito pior. Meninas que jogam e não querem se expor usando nomes neutros ou masculinos com medo de serem discriminadas. Estávamos ali o tempo todo mas não aparecíamos. Chega de se esconder para jogar em paz. Eu entendo que é um ato de militância não se esconder e fazer com que os meninos se acostumem com meninas jogando. Eu cresci vendo minha mãe jogar videogame, logo, não fazia sentido dizer para mim que menina não joga. Além disso, 53% de quem consome games hoje são meninas. Acho idiota colocar gênero nas coisas, não tem carrinho de menino, tem brinquedos legais.

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