Revistas almejam maior share do bolo

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Revistas almejam maior share do bolo

V Fórum Aner de Revistas discute caminhos para ampliação da participação do segmento nas verbas de publicidade


12 de setembro de 2011 - 4h36

Sob o lema “O melhor dos tempos, o pior dos tempos. Você faz a diferença”, foi aberto nesta manhã em São Paulo o V Fórum Aner de Revistas, evento da Associação Nacional de Editores de Revistas. No primeiro painel, executivos do setor debaterem o meio como mídia publicitária, destacando a necessidade de o segmento voltar a se promover para receber mais investimentos. De acordo com o Projeto Inter-Meios, o segmento de revistas saiu de participação de 10,6% em 2000 para os atuais 7,5%.

O presidente da entidade, Roberto Muylaert, abriu o Fórum chamando a atenção para o crescimento de 5% na circulação do meio nos últimos 12 meses – período fechado em julho último. Ele destaca que o índice foi puxado pelos títulos de até R$ 5,00 – o que vê como bastante positivo, num momento em que se discute no mundo todo a queda das revistas.

Para ele, o grande desafio é as empresas que investem em conteúdo se manterem saudáveis ao enveredarem pela área digital, já que a tecnologia não assusta mais as empresas. Uma grande preocupação da Aner no momento, segundo ele colocou, diz respeito à oferta pirata de conteúdos das publicações pagas em sites de nomes que todos conhecem, os quais se remuneram com publicidade via Google, já que obtêm alto tráfego de internautas.

Muylaert destacou o crescimento do mercado brasileiro , mas também os seus entraves, como a alta carga de impostos, a regulamentação norteada por “exigências exageradas e mutantes”, alertando para a volta da ameaça de controle de liberdade de imprensa. Contudo, o mais importante, segundo ele, diz respeito à educação, onde os progressos são lentos: “E nosso negócio depende de pessoas com capacidade para entender o significado de um texto”.

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No primeiro painel, “Por que anunciar em Revista?”, José Carlos de Salles Gomes Neto, presidente do Grupo Meio & Mensagem, destacou a riqueza do segmento, que teve lançamentos de 300 novos títulos nos últimos anos. De acordo com ele, há estabilidade na participação de publicidade, a despeito do crescimento de títulos e de circulação, quando na realidade o meio deveria, sim, angariar uma participação maior no bolo.
Luiz Lara, presidente da Abap, fez vários elogios ao segmento, lembrando do seu papel importante no trabalho de comunicação das marcas. “Revista tem portabilidade, e tem atenção. A base é absolutamente emocional: gostamos de revistas”, afirmou.

Ele acredita que o setor deve promover mais eventos, a fim de mostrar a grande importância das revistas na pauta dos demais veículos. “Os assuntos surgidos na mídia tradicional abastecem as redes sociais”, lembrou. “O Brasil tem uma indústria de revistas muito fortes. São 4.705 títulos em 15 mil bancas”. Para Lara, não existe a história de que o digital vai acabar com o papel.

Thais Chede Soares, diretora geral de publicidade da editora Abril, lembra revista que foi o primeiro veículo de comunciação segmentado. Ela enumerou os atributos do meio, como a qualificação do consumidor, a relevância diante da grande quantidade de conteúdo gratuito, a influência do meio impresso na vida das pessoas e a atenção exclusiva que obtém. 

Ainda, Thais lembrou que o significativo crescimento de circulação dá-se não apenas em virtude de novos títulos, crescendo também pelos já existentes. Para ilustrar, ela utilizou como exemplo o nicho de revistas para adolescentes, todas com marcas fortes e com circulação ascendente: Todateen, Atrevida, Capricho (a mais antiga da Abril, que cresceu cerca de 30% em 2010). Ela falou também do grande sucesso das revistas masculinas e das entrantes internacionais no mercado brasileiro – uma indústria que vende um total de mais de 20 milhões de exemplares/mês. “Revista é um meio poderoso, que precisa ser mais divulgado”, finalizou.

Pelo lado dos anunciantes, José Vicente Marino, vice-presdiente de Negócios da Natura, diz que, para a marca nem sempre o custo por mil é o critério mais utilizado em muitos títulos que a empresa prefere. “O Brasil é o terceiro maior mercado do setor de higiene e beleza, que está mais competitivo, dada a grande concorrência. Temos uma marca estabelecida e, para reforçar crenças e valores, vemos o meio revista como o mais adequado”, assinalou.

Outro anunciante, Eduardo Tracanella, superintendente de marketing do Itáu, afirmou que o banco aprecia o meio, citando que houve grandes momentos de comunicação feitos em revista. Para ele, utilizar hoje termos como “plano de mídia” e “mídia social” são um tanto limitadores. “O que vale hoje é a jornada do consumidor.” Para ele, o anúncio em revista segmentada tem de seguir a natureza da publicação e não ser generalista. 

No segundo painel, Nirlando Beirão (Status/Editora Três), Daniela Falcão (Vogue/Ed. Globo-Condé Nast) e Alexandre Caldini (Exame/Ed. Abril) debateram “O Papel do Papel”, dando sua visão sobre os respectivos títulos e também do mercado. 

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