SxSw: Instagram é a camisa xadrez

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SxSw: Instagram é a camisa xadrez

Dos dois primeiros dias do SxSw, o painel que havia mas gente interessada foi o sobre a ferramenta, mas o papo não foi muito além das constatações comuns


12 de abril de 2012 - 2h48

*Douglas Mello e Angela Bassichetti

Dos dos primeiros dias do SxSw, o painel que havia mas gente interessada foi o “Is Our Photo-Madness Creating Mediocrity or Magic?”. Um daqueles com a sala completamente lotada, gente sentada no chão e encostada nas paredes do fundo. Estavam lá Kevin Systrom, fundador do Instagram e Verna Curtis, curadora da divisão de fotografia da Biblioteca do Congresso Americano, entre outros.

A conversa prometia, mas não foi muito além das constatações comuns: essas ferramentas estão permitindo a mais pessoas tirarem belas fotos; a fotografia se tornou uma linguagem muito mais presente do que jamais foi; as fotos ajudam a enxergar o mundo de uma forma diferente.

OK, é legal que estamos todos produzindo fotos mais bonitas. Mas se elas são feitas através de ferramentas como o Instagram, que repetem modelos estéticos consagrados, então cada vez mais vemos as mesmas imagens bonitas, feitas com os mesmos efeitos, que são imediatamente classificadas como boas ou ruins através dos likes ou dislikes.

Essa padronização de técnicas, junto com a absurda difusão de imagens, não está reduzindo a nossa sensibilidade, nossa capacidade de enxergar outras formas de beleza?

Eu fiz essa pergunta ao painel, e depois de alguns segundos de silêncio, a resposta de Richard Koci Hernandez foi que essa diversidade de ferramentas abre espaço para muitas oportunidades de experimentação. Ele preferiu ver o copo meio cheio. Eu não.

Se você não ler, é racista
O primeiro KeyNote da semana foi Baratunde Thurston. Ele é humorista, director digital do The Onion, ativista político e escreveu o livro How to be Black.

Durante seu standup, quer dizer, seu painel, Baratunde, falou entre outras coisas, sobre o papel da comédia nas revoluções sociais e políticas que estão acontecendo hoje, impulsionadas pelas redes sociais.

Baratunde deu alguns exemplos de como o humor pode transformer questões politicas em um conteudo mais “consumível” e compartilhavel.

Um exemplo do poder politico do humor é o LATM – Laughter Against The Machine, um grupo de ativistas comediantes, que fazem standup pela America, com o propósito de fazer as pessoas rirem e pensarem.

O painel How To Read the World, foi um exemplo de como o humor pode levar centenas de pessoas até uma sala, para ficarem mais de uma hora ouvindo alguém falar de questões politicas. E ainda sairem rindo.

wraps
O divertido Iron Sky.
Iron Sky é um filme produzido e financiado com a ajuda dos fãs. No painel “Iron Sky: Forging the Future of Film” o diretor finlandês Timo Vuorensola e sua equipe contaram como foi produzir um filme junto com uma comunidade de fãs, que emprestou seu conhecimento, esforço e dinheiro para que a história pudesse acontecer.

Dos aproximadamente 7,5 milhões de euros que o filme custou, cerca de 20% vieram dos fãs, através da venda de itens de merchandising, doações ou de um engenhoso sistema no qual os fãs se tornaram investidores, recebendo de volta um percentual dos lucros, se houver.

Não foi uma discussão sobre o futuro do cinema, como diz o título. Iron Sky não resolve diversas das questões que a indústria cinematográfica enfrenta hoje. Foi um papo com quem colocou a mão na massa, mais um making of do que um painel mesmo. Decerto, a empolgação meio descontrolada do diretor contribuiu para irritar várias pessoas na platéia (entre eles a Angela, que caiu fora logo no começo).

Mas eu gostei do filme em si, porque ele tem o tema mais absurdo do mundo: Nazistas escondidos no lado escuro da Lua. E não é que parece um filme divertido? Eu fiquei impressionado com a qualidade visual para um projeto com um espírito tão Maverick.

O filme teve a sua premiere no próprio SXSW. Vou tentar conseguir um ingresso para ver a sessão de amanhã. E convencer meus chefes na JWT de que preciso também ver os festivais de música e cinema no ano que vem.

*Angela Bassichetti, diretora de criação da JWT e Douglas Mello, diretor de estratégia da JWT, estão em Austin e enviarão posts sobre o que de melhor – e mais inusitado – acontecer no SXSW deste ano. Acompanhe.

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