Rússia quer cortar verba de mídia estrangeira

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Rússia quer cortar verba de mídia estrangeira

País, que vem enfrentando forte oposição internacional na Ucrânia, aprova projeto de lei que fixa teto de 20% de capital internacional


24 de setembro de 2014 - 4h53

O parlamento russo aprovou um projeto de lei nessa terça, 24, limitando a propriedade estrangeira sobre ativos de mídia no país. O novo texto recomenda que investidores internacionais tenham um máximo de 20% de ações ou sociedade de veículos da Rússia, segundo o New York Times. No Brasil, esse limite é de 30%.

Segundo o jornal, se aprovada pelo presidente, a lei pode ruir negócios como o principal diário econômico do país, o Vedomosti, a edição russa da Forbes e muitos outros produtos, especialmente revistas de moda e sociedade. A lei prevê que tais publicações revisem suas divisões societárias até 2017.

Os parlamentares russos debateram longamente antes de aprovar o projeto, que teria sido considerado essencial para proteger o governo russo dos ataques da mídia. A relação do país com o ocidente tem se deteriorado desde o início da guerra contra separatistas da Ucrânia.

Segundo o New York Times, a aprovação não é tão surpreendente, uma vez que o Kremlim já vinha se movimentando há anos para aumentar a fiscalização sobre as concessões de rádio e TV. Em 2013, expandiu seu controle sobre a internet. Procuradores da república derrubaram sites e blogs de opositores e delatores. O RIA Novosti, considerado um bastião liberal entre os sites políticos, foi liquidado e incorporado pelo governo sob o nome de Russia Today. O canal de TV Dozhd, de conduta semelhante, quase faliu e seus proprietários atribuíram a queda de receita às perseguições de Moscou.

A Forbes despertou a fúria do governo russo ao publicar listas dos milionários e oligarcas do país, acompanhadas de estimativas de suas fortunas – magnatas que são, em muitos casos, funcionários de empresas públicas. O Vedomosti realizou uma cobertura crítica em agosto sobre um pedido de empréstimo de US$ 41 bilhões que a petrolífera Rosfnet pediu ao governo, como forma de reajustar as contas danificadas pelas sanções do ocidente. O jornal econômico foi fundado em 1999 como uma joint venture do Financial Times, Dow Jones e do grupo midiático finlandês Sanoma.

Tais empresas já vem sofrendo processos jurídicos reincidentes por parte de Moscou e tem gasto boa parte de suas receitas em advogados e indenizações. Seus principais executivos e diretores já dão como certa a aprovação da lei e aguardam a assinatura de Vladimir Putin para tomarem providência sobre suas estruturas societárias. Mesmo marcas sem viés político, mas com alto investimento estrangeiro, estão ameaçadas. Títulos como Cosmopolitan, Esquire, National Geographic e Men’s Health também terão de rever seu futuro no país.

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