Um retrato do audiovisual brasileiro

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Um retrato do audiovisual brasileiro

Estudo divulgado durante o RioMarket foi desenvolvido pela Tendências Consultoria Integrada para MPA-AL e SICAV


30 de setembro de 2014 - 2h42

O segmento do audiovisual foi responsável por 0,57% do PIB brasileiro em 2009, contribuindo diretamente para a economia com R$ 15,7 bilhões naquele ano e R$19,8 bilhões em 2013, segundo valores corrigidos pelo IPCA/IBGE. Este e outros dados que formam um retrato da área no Brasil são parte integrante do estudo “Contribuição Econômica do Setor Audiovisual Brasileiro”, desenvolvido pela Tendências Consultoria Integrada para a Motion Picture Association na América Latina (MPA-AL) e o Sindicato Interestadual da Indústria do Audiovisual (SICAV). O documento foi apresentado durante o RioMarket, área de negócios do Festival do Rio.

O estudo aponta que o crescimento do mercado audiovisual de 2013 para 2014 foi de 8% até agora. Já em relação ao faturamento, o número mais recente é de 2013 e mostra que o valor bruto acumulado pelo setor no ano passado foi de R$ 42,8 bilhões. Ainda segundo os dados levantados, em 2012, a indústria audiovisual foi responsável pela criação de cerca de 110 mil empregos diretos e de 120 mil indiretos. Com isso, pode-se afirmar que para cada emprego gerado no setor, outros 1,09 são gerados nos demais setores da economia. Em 2012, por exemplo, o audiovisual gerou uma massa salarial de aproximadamente R$ 4,2 bilhões. O valor representa um crescimento relevante do segmento já que em 2007 o montante registrado foi R$ 3 bilhões.

Já em relação à questão tributária, a arrecadação direta de impostos foi de R$1,6 bilhão em 2009, valor equivalente a R$ 2,1 bilhões em 2013. Ao mesmo tempo, a arrecadação gerada pelo impacto indireto em outros setores foi de, aproximadamente, R$ 1,2 bilhão, também em valores corrigidos. Os dados colocam o audiovisual ao lado de setores como turismo, impressão e esportes, quando avaliado este desempenho.

“Confirma-se assim o gênio criativo dos brasileiros e a oportunidade imensa para esta indústria crescer no país e no estrangeiro, assim como a relevante contribuição social e econômica na criação de empregos qualificados. É importante unir esforços e encontrar as melhores soluções legais e regulatórias que promovam ainda mais o potencial do setor, considerando as inovações tecnológicas em curso”, destacou Ricardo Castanheira, diretor-geral da MPA-AL.

Cinemas

O número de salas de cinema no País foi outro dado avaliado. De acordo com as informações levantadas, o percentual brasileiro é baixo quando comparado com outros países, com a maior parte delas concentrada nas grandes cidades. Hoje, são 2679 salas de cinema distribuídas por todo território nacional. Para que seja feita uma análise comparativa, o estudo traz dados de outros mercados. Os Estados Unidos possuem o maior número de salas por grupo de 100 mil habitantes (14,0), seguido da Austrália (9,8) e Espanha (9,7). O Brasil, por outro lado, possui uma das taxas mais baixas dentre os países analisados (1,3). O número nacional fica inclusive bem abaixo do registrado em países sul-americanos vizinhos como Argentina (2,2), Chile (2,0), Uruguai (2,0), Venezuela (1,7) e Peru (1,5).

Os gastos das famílias com entretenimento também foram objeto de análise. Eles são relativamente modestos, porém crescem conforme a renda: famílias mais afluentes gastam uma parcela maior de seu orçamento com entretenimento e cultura. Para os pesquisadores, “esta constatação indica que a demanda pelos bens do setor crescerá de forma acelerada no Brasil caso haja a manutenção do processo de crescimento da renda observado na última década”.

Quanto aos diversos segmentos do setor de audiovisual, os associados à TV aberta e por assinatura têm destaque. “Com maior massa de rendimento, empregos gerados e salários médios. Já o segmento de produção tem se mostrado dinâmico, com uma participação crescente nos indicadores do setor, enquanto o segmento de vendas e locações está em franco declínio”, conclui o texto. 

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