Os 10 fatos de mídia de 2014

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Os 10 fatos de mídia de 2014

Veja os principais acontecimentos envolvendo o mercado de veículos e plataformas de mídia no ano


23 de dezembro de 2014 - 10h16

1. Globo em movimento
O novo logo, de superfície branca e linhas coloridas ao fundo em movimento, foi apenas a face estética de um pacote de transformações que a Globo tem realizado em sua estrutura, visando a comemoração de seus 50 anos, em abril próximo. Em 2014 a empresa retirou o "Organizações" do nome e passou a chamar-se Grupo Globo. Mais autocritica, criou cinco fóruns internos para avaliar a produção dos principais formatos da grade: series, variedades, humor, novelas e formatos em geral. Com a preocupação de priorizar qualidade, inovação e relevância mais do que audiência, a emissora redefiniu seu pilar de entretenimento. O trabalho de Manoel Martins – diretor da área que se aposenta neste fim de ano – foi delegado a quatro importantes nomes da casa: Silvio de Abreu (novelas), Guel Arraes (dramaturgia semanal), Boninho (variedades) e Ricardo Waddington (programas noturnos e de fim de semana). O objetivo é dar mais dinamismo e flexibilidade à área, que continua rendendo reconhecimento à Globo. Em novembro, a emissora conquistou um Emmy Internacional para a novela Joia Rara, enquanto o CEO Roberto Irineu Marinho foi reconhecido pelo troféu como Personalidade Mundial de Televisão.

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2. Novas metas para o OOH
Já era esperada a escalada da mídia-exterior depois dos primeiros contratos de concessão para explorar mobiliário urbano de São Paulo em 2012, seis anos após a Lei Cidade Limpa. A reconstrução e a regularização desse setor no maior mercado nacional catalisaram movimentos semelhantes em todo o País, colaborando para o out-of-home bater as expectativas em 2014. Foi o meio que mais cresceu no primeiro semestre (35,91%) depois de TV paga – que foi especialmente beneficiada pela Copa do Mundo. Gerou negócios de R$ 663 milhões e muitas empresas da área reinvestiram ou fizeram novos planos de negocio: Atmo, CBS, Clear Channel, Elemidia, Indoormidia, JCDecaux, Kallas, Onbus, Onthespot, Otima, Outernet e Soll Mídia foram algumas delas. Principal entidade do setor, a Associação Brasileira de Mídia Out of Home trocou de nome, lançou nova identidade para absorver mais players e declarou que o meio mira 10% de share do mercado publicitário em cinco anos – ate junho de 2014, tinha 3,84%.

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3. Outra reviravolta da Abril
A Editora Abril passou por uma grande reformulação no segundo semestre deste ano, logo após anunciar a transferência de dez de seus títulos à Editora Caras. O executivo Alexandre Caldini deixou O Valor Econômico para assumir a presidência do grupo, voltando à casa onde já esteve por 14 anos e da qual havia se desligado em 2012. Chegou implementando grandes mudanças, incluindo o desligamento de mais de 20 executivos, entre superintendentes e diretores com anos de carreira na Abril. Deixaram a empresa nomes como Thais Chede, Helena Bagnoli, Claudia Vassalo e Paulo Camossa. Caldini levou nomes do Valor para a editora e promoveu jovens profissionais de destaque em marketing e publicidade que, segundo o executivo, já pensam o trade de modo multiplataforma. Também incrementou aliterações nas unidades de negócios, apostando que, assim como as mudanças nos quadros da empresa, são passos importantes para que a Abril possa crescer.

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4. O novo queridinho do esporte
De canal preterido pelas maiores operadoras de TV paga do Brasil, o Esporte Interativo termina o ano de 2014 como o centro das atenções e das expectativas dos amantes de futebol. O polpudo aporte financeiro de R$ 80 milhões feito pelo Turner em 2013 permitiu que o canal investisse em tecnologia e se fortalecesse na disputa por direitos de alguns dos melhores torneios do planeta. Assim foi com a Champion League, o maior campeonato de clubes do mundo, que reúne craques do futebol europeu e que, por 20 anos, fez parte da grade da ESPN. Além de tirar o campeonato da concorrente, o canal conseguiu também os direitos exclusivos de transmissão da Champions na internet pelas próximas três temporadas (2015-16, 2016-17 e 2017- 18). Com esse valioso produto em mãos, aliado à forte presença digital que o canal construiu (já são mais de 9,7 milhões de fãs no Facebook), o mercado acredita que a emissora terá mais facilidade em negociar sua entrada em operadoras como Net e Sky, movimento fundamental para ampliar a base de espectadores.

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5. A renovação do digital
Conceitos como mobilidade, personalização, publicidade nativa e Big Data nortearam as estratégias de investimento de diferentes players digitais neste ano. O Terra fez um aporte de US$ 10 milhões em sua interface gráfica, priorizando a adaptação de conteúdo a dispositivos móveis. A Microsoft fez uma mudança global em seu layout para valorizar anunciantes e marcas. O Brasil Post, lançado neste ano, trouxe ferramentas sólidas de native ads ao País e inspirou Batanga Media e Yahoo a seguirem a tendência. Quatros players internacionais que reforçaram suas marcas no País foram o BuzzFeed, o El Pais e o Baidu, que lançou seu buscador em português e pretende investir R$ 120 milhões em suas operações brasileiras para aprimorar as áreas de captação e segurança de dados. Apesar desse fortalecimento das plataformas, os seis principais portais em audiência no Brasil deixaram de fazer parte do Projeto Inter-Meios, de Meio & Mensagem.

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6. A batalha dos vídeos
Por um bom tempo, o YouTube reinou como "a" plataforma de vídeos. Mas o Facebook quer mudar essa história. A rede de Mark Zuckerberg celebrou em outubro um dado da Comscore de que havia superado o YouTube nos EUA em visualizações no desktop. O Facebook tem investido fortemente em vídeo. Em dezembro de 2013, adotou o auto-play, em que o filme começa a rodar automaticamente no feed, mas sem áudio. Neste ano, na Copa, o escritório brasileiro lançou para o mercado um formato premium para vídeo publicitário que só estava disponível nos EUA. Aliás, de maio a agosto o consumo de vídeos na rede cresceu 50% no mundo. Em setembro, o Facebook anunciou a inserção de contagem das visualizações na pagina. Mas o YouTube não pretende perder a majestade. Ele tem sofisticado seus canais, serviços (como um streaming de música) e comunicação – no Brasil, foi parar em campanhas de mídia exterior. Em dezembro, o YouTube mexeu no seu contador de visualizações porque a música-fenômeno Gagnam Style, do coreano Psy, bateu a quantidade maxima que permitia exibir. O hit, que já tinha sido o primeiro vídeo a atingir o recorde de dois bilhões de views (em junho), exigiu uma ampliação da variável do algoritmo de 32 bits para 64.

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7. Novo horário nobre
A chegada de Danilo Gentili e Otavio Mesquita as madrugadas do SBT deu inicio a uma agitação na faixa pós-zero hora como não se via ha algum tempo nas TVs abertas. O programa que costumava apresentar, o Agora É Tarde, continuou no ar, na Band, com Rafinha Bastos. Atrações que passaram a disputar com a Globo um horário no qual Jô Soares costumava reinar. Além de manter o late show, a emissora se aproveitou da Copa para fortalecer o Corujão do Esporte. A Band também anunciou reforços semanais no horário, como a Trip TV. Realities em todas as emissoras tem invadido a madrugada. O movimento se expandiu pelos ponteiros e chegou as primeiríssimas horas da manha, quando a Globo estreou o Hora Um. A emissora de Silvio Santos já mantinha um telejornal nessa faixa. As novidades tiveram saldo positivo na maioria dos canais e o SBT chegou a ter picos de liderança na madrugada.

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8. Negócios Otimizados
O modelo automatizado de compra de mídia digital já existe há alguns anos e experimentou crescimento acentuado em mercados mais conectados. Mas, nos últimos meses, as maiores empresas internacionais especializadas em mídia programática também revelaram interesse no Brasil. Abriram escritório por aqui players como Media Math, Tum, Pubmatic e Rubicon, além de trading desks vinculadas a multinacionais da comunicacao, como Affipert (Havas) e Xaxis (WPP). Embora a regulação específica desse mercado ainda seja incerta, as novas possibilidades movimentam publishers, agências e anunciantes na busca das melhores oportunidades e ferramentas para negociar inventários automaticamente. Um estudo do eMarketer indica que os investimentos em real-time bidding (RTB), uma das modalidades da mídia programática, deve atingir quase US$ 70 milhões no Brasil em 2017.

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9. Jornais unidos
A Associação Nacional de Jornais (ANJ) aproveitou a décima edição do Congresso Brasileiro de Jornais (CBJ) para apresentar um projeto inédito. Reunindo os principais publishers em prol do reposicionamento do meio, a campanha "Jornal. Está em Tudo" teve o objetivo de mostrar ao mercado a amplitude do conteúdo produzido por essas empresas, noticiário esse que costuma ser compartilhado nas redes sociais, blogs e outros sites. O projeto ainda engloba três iniciativas importantes: o Digital Premium, que une nove dos maiores grupos de jornais em torno de uma adnetwork; o Marketplace, plataforma de venda de formatos padronizados para o impresso, prevista para ser lançada em 2015; e um novo sistema de métrica que muda o antigo conceito de circulação por audiência, contemplando números de leitores nos múltiplos canais.

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10. A força de ser Vice
Em junho de 2013, a Vice Media recebeu investimentos de US$ 70 milhões feito por Rupert Murdoch. A empresa passou a valer US$ 1,4 bilhão e conseguiu ainda mais força para seu projeto de tomar-se a maior rede de conteúdo jovem do mundo – em setembro de 2014 voltou a receber investimentos de US$ 500 milhões das empresas TCV e A&E Networks e passou a valer US$ 2,5 bilhões. Seguindo seu crescimento global, seu braço brasileiro recebeu o apoio de Daniel Conti, ex-Turner e Moonshot, contratado como general manager, e em dezembro de Cesar Bergamo, ex-Globo Condé-Nast, Editora Trip e Carta Editorial, como diretor comercial. Eles se juntaram ao sócios-fundadores Tony Cebrian, presidente da operação brasileira; Fernanda Negrini, editora-chefe; e Gabriel Klein, diretor de criação. A empresa já tem cinco anos no País e aproximadamente cem profissionais. Seu modelo de negócios é baseado em mídia, licenciamento de conteúdo e projetos para marcas. Uma das produções recentes foi um episódio local da série internacional Munchies: Chef’s Night Out, com o chef Henrique Fogaça, do restaurante Sal Gastronomia, e do Masterchef – vídeos são o carro-chefe da plataforma.

Por Bárbara Sacchitiello, Igor Ribeiro, Lena Castellón, Mirella Portiolli, Rúvila Avelino e Teresa Levin

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