O futuro da BBC está em xeque

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O futuro da BBC está em xeque

Governo conservador recém-eleito admitiu que a maior rede de televisão pública do mundo pode ser menor e mais barata


16 de julho de 2015 - 1h18

Referência mundial em qualidade e em formato de televisão pública, o modelo da BBC foi posto em xeque nesta quinta-feira 16. O secretário de mídia britânico, John Whittingdale, disse no Parlamento que começou a analisar a escala e a abrangência da BBC por meio de um grande estudo que antecede a renovação do alvará da emissora, que vence em 2016. “Precisamos nos perguntar se a BBC deve ser tudo para todos e em todas as plataformas ou deveria ter uma missão mais bem definida e precisa”, destacou Whittingdale.

Entre as revisões que poderão ser feitas estão a forma de financiamento, a escala de produção e uma supervisão mais rigorosa por parte de uma nova agência reguladora. Naturalmente, o governo atual deve esbarrar na popularidade da empresa. A tentativa em mexer com uma instituição de 92 anos de existência deve gerar repercussões polêmicas. De um lado, estão os defensores do modelo da BBC, de outro, aqueles que acreditam, que ela é uma organização burocratizada, inchada e responsável por sufocar a concorrência privada.

A BBC é mantida por uma taxa de licença para por todas as famílias com televisão. A emissora emprega mais de 19 mil pessoas e teve um custo operacionais de 5 bilhões de libras esterlinas entre 2014 e 2015. No início do mês, a emissora demitiu cerca de mil funcionários. Os cortes foram feitos para compensar um prejuízo estimado em aproximadamente R$ 730 milhões. Em comunicado, a emissora afirmou que o corte em massa é resultado da mudança de hábito dos telespectadores, que trocaram a televisão pela internet – cada domicílio britânico com um aparelho de televisão paga à emissora pública cerca de 150 libras por ano. "A receita com taxa de licença em 2016/17 prevê arrecadar 150 milhões de libras a menos do que o esperado em 2011", disse a BBC.

O corte abrange os departamentos de marketing, comunicação, finanças, RH, TI e jurídico. De acordo com informações da Reuters, 69% dos adultos britânicos assistem à TV ao vivo. Em relação aos jovens, metade já prefere usar dispositivos móveis com acesso online. Tony Hall, diretor-geral do grupo britânico, enviou um email aos funcionários informando a decisão. Segundo o The Guardian, o executivo ressaltou que “em tempos de escolhas muito difíceis, a prioridade é concentrar no fornecimento de conteúdo para todos os públicos. Eles são a razão da nossa existência. Não devemos decepcioná-los", disse.

 

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