Netflix é o bode, pirataria é o elefante

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Netflix é o bode, pirataria é o elefante

Em painel sobre os avanços da TV Everywhere, representantes de programadoras e operadoras falaram sobre os maiores obstáculos do setor no País


6 de agosto de 2015 - 1h05

Em um debate intitulado “TV não-linear, realidade e futuro da TV paga” era de se esperar que as plataformas de OTT (como o Netflix) dominassem boa parte das conversas. Tidos como vilões do setor de TV por assinatura no Brasil, esses players são sempre alvo de reclamações e críticas por parte de programadoras e operadoras de canais pagos, uma vez que não estão sujeitos à regulação tributária do setor e também, por não possuírem operação física no Brasil, o que permite que levem seu serviço aos clientes por preços bem mais baixos.

Essas mesmas reclamações foram feitas no painel que abriu o último dia da Feira e Congresso da Associação Brasileira de TV por Assinatura (ABTA), na manhã desta quinta-feira, 6, em São Paulo. Apesar disso, parte dos players está ciente de que esse tipo de concorrência pode não ser tão monstruosa como parecia se eles próprios souberem enfrentá-la com as mesmas condições que elas oferecem aos consumidores: bom conteúdo e liberdade para consumi-lo quando e onde as pessoas quiserem.

“Apesar de concorrem conosco de forma desleal, devido a questão tributária e de infraestrutura, as plataformas OTTs ajudaram a indústria a ser mais rápida”, admite Flavia Hecksher, diretora de marketing da Globosat. “Precisamos entregar conveniência e serviços para atender à ansiedade das pessoas por conteúdo e, com isso, minimizar a concorrência com essas plataformas”, aposta Rafael Sgrott, diretor de vídeo da Vivo TV.

Márcio Carvalho, diretor de marketing da Net, usou uma metáfora para explicar o peso do Netflix para a indústria de TV paga. “Essas empresas são como o bode que está na sala. Ele ainda está pequeno, mas não podemos deixa-lo crescer”, brincou.

Para frear esse “bode”, as operadoras e programadoras apostam no desenvolvimento de serviços próprios de TV everywhere. A Oi TV, por exemplo, aproveitou a ABTA para lançar o Oi Play, que permite ao assinante acesso ao conteúdo de 30 canais, em diversas telas. Em outubro, a operadora lançará um portal que agregue esse conteúdo por gênero, permitindo que o público escolha seus filmes, séries, jogos e outros programas diretamente. “A Oi TV é a âncora da nossa companhia e queremos oferecer as melhores experiências ao consumidor, que demanda liberdade para escolher aquilo que quer assistir”, comenta Bernardo Winik, diretor nacional de varejo da Oi TV.

Do ponto de vista das programadoras, a TV everywhere já é uma realidade. Flávia revelou que um quinto da audiência total da Globosat já consome os programas on demand (seja na própria TV ou em outras telas). A companhia pretende aprimorar o Globosat Play, que oferece acesso ao conteúdo ao vivo e também à biblioteca de todos os seus canais, em diversas telas. “Sentimos que o assinante está incorporando esse novo hábito de maneira mais intensa. Ainda é preciso facilitar esse processo, pois o login nas plataformas das operadoras é um pouco complicado. Mas o everywhere é um caminho certo”, define a diretora. A Discovery, por outro lado, ainda não tem uma plataforma própria de conteúdo on demand no Brasil, mas não duvida do potencial da tendência. “Já temos uma experiência não linear dentro das plataformas das operadoras e sentimos a grande demanda do consumidor. Estamos estudando projetos para entrarmos diretamente nessa área”, conta Alessandra Pontes, vice-presidente de vendas afiliadas da Discovery Networks.

Elefante
Não é só as plataformas OTT, no entanto, que vem exigindo muito investimento e trabalho por parte dos players. A atual instabilidade econômica e a pirataria também demandam muita energia de todos os envolvidos na cadeia. “Se mencionei que o OTT é o bode, a pirataria é um elefante”, reclamou Márcio Carvalho, da Net. Segundo ele, o problema da irregularidade no sinal também irá exibir um enorme controle na distribuição do conteúdo on demand dos canais. “A pirataria é um caso de polícia e um caso cultural que acaba sendo nosso maior competidor”, admitiu.  

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