Protestos: sobrou para o Facebook

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Protestos: sobrou para o Facebook

Em meio às manifestações deste domingo, alguns manifestantes criticaram o acordo entre a rede social e o Governo Federal, feito em abril deste ano para ampliar o acesso à internet no País


17 de agosto de 2015 - 8h38

Pedidos de impeachment, defesa à Operação Lava Jato, dizeres contra a corrupção. Esses foram alguns dos temas estampados em faixas e cartazes pelo Brasil nas manifestações deste domingo, 16. Entre eles, porém, alguns soaram inusitados, foram os que fizeram menção ao acordo fechado entre o Governo Federal e o Facebook para ampliar o acesso à internet no Brasil. Nos dizeres, mensagens como “Facebook, nós te amamos, mas não se venda” e “Facebook, você já tem milhões, não precisa do governo”.

Os cartazes fazem parte de protestos que são realizados desde o momento em que o acordo foi firmado, em abril. Na ocasião, Dilma Rousseff e Mark Zuckerberg se encontraram no Panamá, durante a Cúpula das Américas. Na época, a organização Proteste contestou a parceria, observando que o projeto Internet.org, aplicado pela rede social em países da América Latina, África e Ásia, viola direitos assegurados pelo Marco Civil da Internet como privacidade, liberdade de expressão e neutralidade da rede. "Ao prometer o ‘acesso gratuito e exclusivo’ a aplicativos e serviços, o Facebook está na verdade limitando o acesso aos demais serviços existentes na rede e oferecendo aos usuários de baixa renda acesso a apenas uma parte da internet", afirmou a entidade.

Na ocasião, a Proteste divulgou uma carta assinada por 33 instituições pedindo que qualquer parceria respeite o Marco Civil, em especial, da neutralidade da rede. Procurado, na ocasião, o Facebook reforçou a fala de Zuckerberg no momento do acordo: "para dar acesso à internet a mais pessoas, é útil oferecer alguns serviços gratuitos. Se alguém não puder pagar pela conectividade, é sempre melhor ter algum acesso que nenhum".

Segundo o fundador do Facebook, o Internet.org não bloqueia ou regula acesso a nenhum serviço ou cria conexões especiais. "Queremos que muitos provedores de internet se juntem ao projeto para que a maior quantidade possível de pessoas possa estar conectada."

Em maio, a carta foi direcionada à presidente Dilma Rousseff com críticas ao projeto. “O Facebook não explica durante quanto tempo os beneficiários poderão manter o acesso gratuito e nem quais critérios serão utilizados para definir as áreas de implantação do projeto”, disse Flávia Lefèvre Guimarães, conselheira da Proteste e membro do Comitê Gestor da Internet no Brasil, em apresentação na Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática da Câmara Federal, que debateu sobre o acordo.

Conheça o Internet.org:

Foi lançado em agosto de 2013 com o objetivo de aumentar o acesso da população mundial à internet. No mundo, a iniciativa conta com a colaboração de grandes companhias como Ericsson, Mediatek, Opera, Samsung, Nokia, Qualcomm e outras organizações, entidades e governos. O argumento para a criação do Internet.org é de que dois terços da população ainda não utiliza a rede mundial de computadores e com isso, surge a necessidade de uma organização que desenvolva um método de levar a rede aos usuários excluídos digitalmente.

Nas Filipinas, por exemplo, o projeto já oferece acesso gratuito à web via aplicativos em parceria com a operadora de telefonia local Globe Telecom. Na Índia, em parceria com a Unilever, a rede desenvolveu a expansão do acesso. Segundo Zuckerberg, o consumo de dados móveis naquele País dobrou em aproximadamente quatro meses de operação. Em dez anos, o objetivo é somar mais de três bilhões de pessoas conectadas.

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