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A comunidade open source do WordPress

Stuart West, chief financial officer global da Automattic, empresa proprietária do WordPress, fala sobre o modelo open source de negócios da companhia


9 de setembro de 2015 - 9h23

Em 2003, os norte-americanos Matt Mullenweg e Mike Little criaram um software livre para abrigar 2 mil blogs e o batizaram de WordPress. Doze anos depois, além de funcionar como espaço para criação de sites e blogs, comporta 58 milhões de publicações mensais e permite o gerenciamento de conteúdo na web – 24% de tudo o que está na internet foi publicado por meio dela. Nesta entrevista, Stu West, chief financial officer global da Automattic – empresa proprietária do WordPress – fala sobre o modelo open source de negócios e a importância da diversidade na equipe da companhia, que conta com 375 funcionários espalhados por 42 países.

Busca por talentos
O Brasil é um de nossos mercados mais fortes. Em termos de receita, está entre os dez maiores (em primeiro lugar estão os Estados Unidos, seguidos por Reino Unido, França e Alemanha) e temos dois milhões de blogs no WordPress.com no Brasil. A comunidade brasileira é muito forte, o português é o quarto idioma mais utilizado em nossa plataforma, depois do inglês, espanhol e indonésio. Mas há apenas dois funcionários no País e deveríamos ter dez vezes mais. Temos uma equipe de 375 pessoas, sendo que 65% estão nos EUA. Quero recrutar mais pessoas do Brasil, contar a história sobre como trabalhamos. Não temos escritório em nenhuma parte do mundo, fazemos home office e nos comunicamos online. A cada três meses, nos encontramos pessoalmente.

Open source
Atribuímos o sucesso de nosso produto ao fato de trabalharmos sob os princípios do open source, que significa que todos podem se envolver e contribuir. Não é como o Google, por exemplo, onde um número muito pequeno de pessoas trabalha na área de tecnologia. Essa é uma mentalidade nossa, essa filosofia nos encoraja a abrir nosso software para que todos saibam exatamente como ele é feito. Há milhares de pessoas que contribuem com o software e, com isso, funcionalidades são aprimoradas e os erros consertados. Em um modelo open source, dá para trabalhar em parceria e sem formalidades, algo fundamentalmente colaborativo.

Produtos
Temos upgrades dos mais simples, como o domínio para um blog, aos mais sofisticados, como o backup em tempo real. Oferecemos esses recursos premium, mas somente 1% dos nossos usuários precisa deles. Para nós é ótimo, porque é o que paga nossas contas, nos ajuda a seguir independentes e coloca o WordPress na mão de muita gente gratuitamente. Em primeiro lugar vem a ambição de impulsionar o uso de nossa plataforma. Hoje, temos 24% dos sites, mas queremos chegar a 51%. Tampouco temos modelo publicitário, mas oferecemos o WordAds, ferramenta que ajuda usuários que querem criar anúncios dentro do WordPress. Temos clientes na indústria de mídia nos EUA, como Fortune, Forbes e Time Magazine, que utilizam o serviço para construir parte de seus modelos de publicidade.

Wikipedia
Faço parte do conselho do Wikipedia há sete anos. Ajudo a supervisionar a fundação nos EUA, que em muitos sentidos assemelha-se ao WordPress. São empresas apaixonadas por comunidades, com princípios similares. O Wikipedia tem o objetivo de democratizar informações, e nós, de facilitar publicações. Pessoalmente, acho que todas as empresas de software deveriam ser open source, pois impulsiona a construção do melhor produto, sem prender-se a uma suposta vantagem que apenas sua companhia tem. Espero que nos próximos dez anos a maioria das empresas se torne mais abertas. A Apple está apostando em um modelo open source para seu app de idiomas. Até eles estão percebendo o poder disso.

A íntegra desta matéria está publicada na edição 1676, de 07 de setembro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android

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