A produção nacional precisa de um tsunami

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A produção nacional precisa de um tsunami

Showrunner de Narcos, Chris Brancato, explicou o sucesso da série da Netflix e analisou mercado nacional


9 de novembro de 2015 - 6h42

"Ter um bom roteiro e um ator de grande repercussão em uma produção local pode ser tão devastador quanto um tsunami".

A afirmação de Chris Brancato, criador, roteirista e showrunner de Narcos, explica parte do sucesso da série sobre o narcotraficante Pablo Escobar, interpretado por Wagner Moura. A produção da Netflix conta ainda com a direção de José Padilha, outro elemento importante na opinião de Brancato.

O criador de Narcos participou do painel “Roteiros para um ambiente multitelas”, nesta segunda-feira, 9, primeiro dia do TelasFórum, evento realizado pela Converge Comunicações, em parceria com a secretaria de cultura da Prefeitura de São Paulo e com a agência de fomento cinematográfica do município, a Spcine, sobre o mercado audiovisual.

Além de audiência, os ingredientes permitem que a Netflix realize sua estratégia, de produzir conteúdo local em áreas onde pretende aumentar sua presença. “Estaríamos felizes se só os brasileiros gostassem, mas caiu no gosto mundial. As pessoas estão interessadas em boas histórias”, contou o profissional, que comparou ainda o papel que os roteiristas desenvolvem nos Estados Unidos com outros mercados. “Há um modelo para que os roteiristas virem produtores. Os programas são direcionados por apenas uma pessoa”, explicou.


A queda dos heróis

Durante o debate, Mauricio Stycer, do UOL, afirmou o Brasil não consegue ser um celeiro de grandes séries porque os canais são dependentes de publicidade e, por consequência, de audiência. “Não há ousadia. Esse nó limita a chegada de grandes séries”, disse. O jornalista reforçou que esse é o motivo para que veículos grandes não apostem em atrações com roteiros inovadores ou com tempo de exibição diferente.

Brancato acrescentou que é preciso encontrar um denominador comum para abandonar as narrativas tradicionais, baseadas em heróis. “Aconselho que os produtores levem ousadia para meios como Netflix, que não se importam com audiência e sim com a repercussão”, falou. O profissional complementou dizendo que a expansão dos serviços on demand afetou as grandes redes de formas que não imaginavam. “Força as TVs a criarem serviços como Netflix e HBO Go. Não há mais espectadores cativos, temos que provocar interesse. É o novo desafio”, afirmou.
 

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