ABTA apresenta relatório do setor

Meio & Mensagem
25 de novembro de 2015 - 11h32

Com uma economia instável em praticamente todos os setores e grandes desafios peculiares ao atual momento do mercado audiovisual, a TV paga encerra 2015 com um olhar confiante para 2016, prevendo manter seu crescimento, mesmo que mais desacelerado, e atenta aos Jogos Olímpicos. Essa expectativa se reflete nas páginas do relatório Mídia Fatos, desenvolvido junto ao Comitê Técnico da Associação Brasileira de Televisão por Assinatura (ABTA), que será apresentado ao mercado nesta semana. “É um documento importante para o setor porque mostra como estamos evoluindo”, diz Oscar Simões, presidente da ABTA, que destaca o aumento do consumo de TV paga.

Segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), há mais de 19,6 milhões de domicílios com TV paga, que viabilizam o acesso de 60,8 milhões de espectadores aos canais pagos e coloca o mercado nacional como o maior da América Latina e o sétimo do mundo. Entre dezembro de 2014 e julho deste ano, o órgão registrou aumento de 9% da base. A projeção é alcançar 22,8 milhões até 2020. O levantamento está à disposição das agências, associados e líderes de órgãos reguladores, nas versões digital e impressa.

Mais telas e atrações
A disputa entre os atletas no Rio de Janeiro, no próximo ano, é aguardada pelos resultados que a cobertura pode oferecer. Para atender às expectativas, os canais de esporte vêm se preparando de diversas formas. O SporTV, por exemplo, terá 40 canais (16 na TV e 24 digitais) exibindo as modalidades, além de um aplicativo que otimiza o acesso aos canais. “Todas as plataformas estão no nosso plano comercial”, diz Fred Müller. As cotas de patrocínio do SporTV já foram comercializadas.

A ESPN Brasil terá outros desafios, além de agradar a anunciantes e assinantes. Por se tratar de um evento no País, a equipe local irá coordenar e apresentar a transmissão para as filiais do grupo internacional. “Estamos alinhados para preparar a melhor Olimpíada possível”, afirma Renata Policicio, vice-presidente de pesquisa internacional.

Sem os diretos de exibir a competição esportiva, a Turner, que este ano adquiriu o Esporte Interativo, pretende fomentar sua programação no período. A programadora também explorará o direito à transmissão da Champions League em 2016. Apesar dos Jogos, não há indícios fortes de melhoria econômica.

A Discovery aposta na proatividade comercial e na força de suas marcas para driblar a crise.  “As oportunidades de branded content que desenvolvemos serão fundamentais para superarmos os desafios”, fala Roberto Nascimento, vice-presidente de vendas publicitárias da Discovery Networks Brasil. “Nesses momentos temos que ser ainda mais criativos, trabalhar em formatos e oportunidades comerciais para nossos parceiros e anunciantes”, explica Roberta Kotait, director media network sales and promotions. Em 2016, os canais Disney continuarão investindo em produções feitas na América Latina, parcerias e no conteúdo direcionado para a família.

Já a PlayTV quer reforçar o conteúdo do universo geek e atender às solicitações de seus espectadores, de 12 a 24 anos. “A pedido deles, exibiremos animes com áudio original em japonês”, comenta Caê Coelho, diretor de operações e negócios do canal. A estratégia da Fox, por sua vez, será a de manter a produção de conteúdo nacional e de programas ao vivo. “Lançaremos o canal premium Fox+ e uma plataforma multitelas do NatGeo”, conta Arnaldo Rosa, vice-presidente de publicidade da programadora.

Na avaliação de Corazza, diretor executivo de publicidade da Turner, a parceria entre os players é outro quesito fundamental para superar as dificuldades que virão. “Juntos, fortalecemos o meio”, afirma o executivo.

A íntegra desta entrevista está publicada na edição 1687, de 23 de novembro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.