No médio prazo, desktop continua relevante

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No médio prazo, desktop continua relevante

ComScore analisa, pela primeira vez, perfil do usuário digital multiplataforma no Brasil, mesclando dados sobre acesso via desktop, smartphone e tablet


26 de novembro de 2015 - 5h00

O produtor audiovisual Fabiano Curi, sócio- fundador da R2O Filmes, mudou sua forma de acesso à internet nos últimos cinco anos. Segundo ele, ter conteúdo e serviço disponíveis na palma da mão por meio de um smartphone foi um dos principais motivos para reduzir sua navegação via desktop. “Ainda uso o PC para acessar a internet, porém com finalidades específicas como pesquisas e busca de referências em redes sociais”, diz Curi. No celular, ele também utiliza aplicativos como WhatsApp e Waze.

Menos usado por Fabiano é o tablet, geralmente para situações pontuais como a apresentação de um portfólio aos clientes. Curi é um dos milhões de brasileiros cujos hábitos no ambiente digital foram mapeados pela ComScore no estudo Brazil’s Multi-Platform Landscape, que considera multiplataforma aqueles que acessam o ambiente digital mesclando desktop, smartphone e tablet. Antes, a empresa contabilizava o número de usuários por plataforma e não pelo uso integrado. Além disso, a pesquisa inseriu elementos demográficos e tipo de consumo por dispositivo pela primeira vez.

Os dados foram consolidados em setembro e divulgados na semana passada. “É uma atualização quenos permite entender como as audiências consomem em diferentes dispositivos”, disse Luciana Burger, diretora da ComScore Brasil, ao apresentar os dados no GMIC Summit São Paulo, evento de tendências mobile. A ComScore contabilizou 94,3 milhões de usuários multiplataforma no Brasil. Desse total, mobile — smartphones e tablets — já representa 63% de todo o acesso digital e 59% do tempo gastoonline. “A fragmentação da mídia digital e dos comportamentos transformou a contabilização precisa das audiências em algo incrivelmente complexo”, explica Luciana. Entre as principais constatações do estudo está o fato de que desktop não perde adeptos na velocidade que se esperava. Conforme relatou o produtor Fabiano no início deste texto, a tendência é que o uso de computadores será complementar.

A pesquisa mostra que muitos serviços antes acessados no desktop estão migrando
para o mobile. Quando o conteúdo é mapas, o acesso em plataformas remotas já é de 51%. O mesmo ocorre com informações sobre o clima: acesso móvel representa mais de 60%. Em consumo de notícias em geral, 50% tem origem no desktop. Quando filtrados só ativos digitais de jornais, 45% é acessado de computadores. Mídias sociais são o tipo de conteúdo mais acessando de modo multiplataforma: 40%. O levantamento também mostra o tempo em que usuários de determinados sites navegam em desktop e mobile. Considerando um usuário médio, ele navega no Google 379 minutos por mês no computador e 1.009 minutos em dispositivos móveis. No Facebook é parecido: 641 minutos no desktop e 1.942 no mobile. No Twitter, são 28 minutos mensais em computador e 72 minutos no smartphone ou tablet. De acordo com Luciana, nos três casos, o maior acesso via mobile está relacionado à funcionalidade da navegação via aplicativos.

Sites de notícias possuem muito mais força no desktop. Enquanto um leitor médio do UOL gasta 82 minutos mensais no computador, são 27 minutos no ambiente móvel. No caso da Globo.com, navega por 133 minutos no desktop e 51 no mobile. No R7,são 20 minutos no computador e 18 no mobile. Na categoria de comércio eletrônico, a relação é mais equilibrada: o consumidor médio que acessa o Mercado Livre gasta 31 minutos no desktop e 33 minutos no mobile. A B2W — que reúne as operações de comércio eletrônico da Americanas, Submarino e Shoptime — possui um tempo de acesso equivalente a 20 minutos no desktop e 40 minutos no mobile.

A força dos apps

Os aplicativos representam 88,8% do tempo acessado no mobile e, conforme ficam mais funcionais, podem acelerar o aumento do uso via smartphone. O administrador Marcelo Prado, por exemplo, diz que resolveria sua vida apenas com um smartphone.“Se você não precisa de um uso mais complexo e tem um bom aparelho, consegue fazer tudo por ali, como lazer, redes sociais, agenda, mensagem, pedir táxi…até meditação”, diz Marcelo.

No universo dos aplicativos, os mais acessados no mobile são os de serviços, que incluem delivery de comida, táxis, fitness e outros. Em segundo lugar está a categoria de mapas, que inclui serviços como Google Maps e Waze. Os aplicativos de games estão em terceiro lugar, seguidos por entretenimento, mídias sociais, esportes, varejo (no qual entram as ferramentas de compras online) e, por último, os aplicativos de notícias. A principal conclusão da pesquisa é que o acesso de conteúdo é cada vez mais “everywhere” e que os aplicativos vão aumentar ainda mais sua presença no mobile. Porém, a sinergia entre as plataformas vai continuar existindo e sendo combinada de acordo com idade e estilo de cada usuário.

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