Guinada contra ad blockers

Igor Ribeiro
21 de dezembro de 2015 - 11h28

Em outubro, o IAB americano publicou um longo mea-culpa sobre a poluição audiovisual que vem tomando a internet graças à banalização de formatos publicitários agressivos à experiência do usuário. Acompanhado de um guia de melhores práticas, o paper se tornou uma espécie de marco oficial sobre a ascensão dos ad blockers — plug ins que barram anúncios em navegadores e uma ferramenta padrão na versão mais recente do sistema iOS da Apple. Pouca gente sabe, no entanto, que uma das maiores empresas de anúncios em vídeo do mundo, a Teads, divulgou semanas antes do IAB uma campanha própria para debater ad blocking, chamada “A publicidade importa”. Pouco depois publicou o “Manifesto por uma publicidade sustentável”.

Essa tem sido uma das principais bandeiras da empresa francesa, que instalou neste 2015 seu escritório paulistano, apesar de operar a distância o mercado local há alguns anos. Seu CEO, Pierre Chappaz, passa pelo País nesta semana para reuniões com a equipe do Brasil que, espera o executivo, “deve se tornar nossa operação número 1 na América Latina ainda no ano que vem, superando o México, que foi inaugurado meses antes”. Outra missão é discutir intensivamente a pauta dos ad blockers com funcionários, anunciantes, agências e publishers.

“É uma mensagem clara do mercado de que devemos parar de aborrecer usuários com anúncios intersticiais, pré-rolls em landing pages, intervenções de alto impacto e outros formatos primitivos. Eles não vão mais suportar esse tipo de coisa, preferem bloquear”, afirma Pierre, que faz uma pequena crítica ao texto do IAB. “Está na direção correta, mas ainda é muito tímido. Eu gostaria que eles simplesmente pedissem à indústria que parasse com tudo isso.”

A íntegra desta matéria está publicada na edição 1690, de 14 de dezembro, exclusivamente para assinantes do Meio & Mensagem, disponível nas versões impressa e para tablets iOS e Android.