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?Leitor da Caros Amigos também consome?

De acordo com Wagner Nabuco, diretor-geral da revista, ainda existe preconceito das marcas em relação à linha editorial da publicação


21 de janeiro de 2016 - 3h47

A Caros Amigos acaba de chegar às bancas com um novo projeto gráfico. Wagner Nabuco, diretor-geral da revista, explica que o formato valoriza ainda mais o texto. “Diante da dificuldade de custos com compra e produção de boas fotos, vamos priorizar o texto, utilizando cada vez mais grafismos”, diz Nabuco.

Ao Meio & Mensagem, além das mudanças gráficas, o jornalista fala sobre o atual momento financeiro da revista e comenta as dificuldades de as marcas criarem projetos em parceria com uma publicação "declaradamente de esquerda". “Leitor da Caros Amigos não é só bicho-grilo, ele toma vinho, viaja, se veste”, explica, sinalizando que os anunciantes ainda possuem receio da linha editorial da revista.

Meio & Mensagem – Com esse novo layout a Caros Amigos quer reforçar a plataforma papel?

Wagner Nabuco – Virou quase uma regra no mundo impresso as revistas perderem sua essência e abandonarem aquilo que fazem delas um diferencial. Principalmente no ambiente digital. Com essa mudança gráfica, a gente valoriza ainda mais o texto e reforça o conteúdo da revista como algo para o papel. 

M&M – De que forma a revista está lidando com as dificuldades vividas pelo meio impresso?

Nabuco – Sempre tivemos muita dificuldade para sobreviver. É natural que isso acontecesse com uma revista que tem a linha editorial como a nossa, assumidamente de esquerda. O que agrava é a situação já vivida pelo meio impresso que vem perdendo participação. Basta olhar para Veja, IstoÉ e Época. Ao meu ver, de forma equivocada, as revistas acharam que poderiam substituir seus conteúdos por tuites e memes deixando de valorizar sua função. Acho que o mercado aprendeu com o errro e está repensando o papel do impresso. 

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M&M – A Caros Amigos enfrenta dificuldades com o mercado?

Nabuco –  Muitas marcas têm medo de anunciar. Já ouvi várias vezes anunciantes falarem isso. É muito díficil conseguir o anúncio de um banco privado, por exemplo. Bato na porta de todas essas marcas e não adianta. Tem tantas oportunidades, tantos segmentos, cosméticos, gastronomia, moda. Os leitores da Caros Amigos viajam, comem, se vestem, não são bicho-grilos apenas. Uma vez ouvi que a Caros Amigos tem um ambiente editorial hostil.

M&M – Isso vem das marcas, das agências, dos dois?

Nabuco – Os suditos são mais realistas do que o rei. Vem muito mais das agências. Existe miopia.

M&M – Do outro lado, a revista não é favorecida por propaganda estatal?

Nabuco – Claro que temos mais chances de conseguir um anúncio do Banco do Brasil, Caixa Econômica ou Petrobras, mas isso não quer dizer que estamos alinhados com nennhum governo. Inclusive, publicamos diversas histórias criticas ao atual governo sobre ajuste fiscal e juros. Mas é muito díficil no Brasil que entendam isso.

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