Fazedores ou pensadores?

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Opinião

Fazedores ou pensadores?

Com o passar dos anos e a diluição do papel do marketing dentro das empresas, o setor de marketing promocional precisou realmente se recriar


9 de maio de 2016 - 11h42

Fui convidado a participar de um evento no formato design thinking sobre os desafios do mercado de live marketing. Coordenado pela Fenapro, que realizou este mesmo formato, só que com maior amplitude também para o mercado de agências de propaganda, os resultados finais serão divulgados em breve com forte apoio da Ampro. Não quero criar “spoilers” sobre o que foi discutido por lá, mas sim trazer à tona o que se passava pela minha cabeça enquanto discutíamos o cenário do live marketing brasileiro.

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Ações evoluíram assim como sua nomenclatura, atualmente chamada live marketing

Fazedores ou pensadores ? Qual é o perfil ideal de profissional que o mercado de live marketing irá precisar no futuro? No passado, o próprio nome “below the line” já restringia as ações e o perfil dos envolvidos. Era como se as palavras “below” e “ line” já dessem uma configuração de algo em menor escala ou de menor importância. Lembra do “senta ali, Claudia!”, que um dia a Xuxa disse no ar? Pois é… Gênios se reuniam ( tomando whisky como em Mad Men ) com sacadas nunca antes pensadas e depois alguém teria que fazer a coisa sair do papel. Sem brincadeira, já fui uma vez visitar uma grande agência de propaganda e o “pessoal da ativação” ficava literalmente no subsolo do prédio. Nada mais sugestivo!

Com o passar do tempo, o termo evolui para “marketing promocional”, algo como se tivesse conquistado o direito de ter uma sala no térreo ou quem sabe no 1º andar desta mesma agência. Mas as equipes de marketing dos clientes foram divididas entre planejamento de longo prazo (desenvolvimento de produtos) e curto prazo (trade marketing). Não era mais só um interlocutor neste cliente, as coisas começaram a ficar ainda mais complicadas.

Com o passar dos anos e a diluição do papel do marketing dentro das empresas (quais e quantos são os departamentos de marketing que hoje são responsáveis pela jornada completa do consumidor com a marca ou serviço ou ficaram restritos à comunicação de marca?), o setor de marketing promocional precisou realmente se recriar. As mídias sociais mudaram tudo!

Hoje é difícil encontrar uma marca que não esteja avaliando quais são os seus pontos de contato com os consumidores finais e quais deverão ser as estratégias e ações neste sentido.

Com o termo live marketing, acredito eu, o setor realmente começa a buscar espaço nas decisões estratégicas das marcas de forma indiscutível. O papel dos executivos e empreendedores deste setor passa por uma valorização muito forte. Deixar um perfil somente de executor como uma imagem do passado é necessário. Buscar um perfil do executor que consegue utilizar a força das experiências ao vivo como experiências memoráveis a favor das marcas deveria ser o novo mantra!

Neste sentido as agências do setor (através da Ampro ou individualmente) deveriam buscar abrir o diálogo com o C-Level das organizações para terem certeza de que as ações estratégicas e de longo prazo incluam as ações de live marketing como uma ferramenta para geração de negócios, contatos e engajamento emocional.

O “fazedores ou pensadores?” não deve ser visto como uma encruzilhada definitivamente, mas sim como um processo evolutivo. Um gestor de ideias com poder de execução fantástico, sem a necessidade de intermediários para se conectar aos consumidores digitais.

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