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Opinião

Sim, chegou a hora! Os jogos Olímpicos vão começar

A Rio 2016 vai dificultar a retomada do crescimento do País ou pode contribuir para criar um clima de otimismo que favoreça a volta dos investimentos?


3 de agosto de 2016 - 8h00

Foto: Reprodução

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Outubro de 2009. O País vivia em céu de brigadeiro. Economia pujante, índices de inflação e desemprego baixíssimos e reconhecimento internacional davam a impressão de que o Brasil caminhava — depois de mais de 500 anos — a passos largos para a entrada definitiva no seleto grupo de países desenvolvidos.  

A cereja do bolo veio com a escolha como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, no Rio de Janeiro, desbancando grandes cidades mundiais como Chicago, Doha, Tóquio, Baku, Madri e Praga.

Era a coroação definitiva para um país que, dois anos antes, em 2007, também havia sido escolhido para sediar a Copa do Mundo de Futebol, em 2014. Não sem razão, o “eu sou brasileiro, com muito orgulho, com muito amor” se espalhou em uníssono e cobriu Norte a Sul, Leste a Oeste do País. Afinal, era a certeza de que teríamos garantidos investimentos de mais de R$ 28 bilhões, grande parte feita pela inciativa privada, e um consequente legado para o Rio de Janeiro como visto em Barcelona, por exemplo, sede dos Jogos em 1992.

Apenas para lembrarmos, naquela época um estudo da Fundação Instituto de Administração (FIA) estimava que a competição poderia movimentar US$ 51 bilhões em recursos e gerar 120 mil empregos. É sabido que a herança de uma Olimpíada é o engrandecimento das cidades escolhidas, com benefícios práticos para a população local e, de certa forma, para o país.

Passado o torpor inicial, a pergunta feita por mim e, certamente, por milhões de brasileiros é: será que vamos conseguir? Junto com o anúncio veio a incerteza e o receio de que o Brasil pudesse não ser capaz de realizar tamanho evento que exige, antes de mais nada, planejamento enorme, amplo e preciso, além de grande vontade política e econômica.

Agosto de 2016. Passados sete anos do anúncio e a alguns dias do início dos Jogos Olímpicos, muita coisa mudou. Politicamente e economicamente, principalmente, o Brasil desacelerou nos últimos meses e o que era para ser comemorado, hoje ganha preocupações em vários setores da sociedade.

No entanto, o que de fato nos compete de agora até o momento de a tocha olímpica apagar é ter a determinação de que faremos nosso melhor, mesmo que dentro de limitações impostas ou trazidas em função de nosso jeito brasileiro de ser.

Como principal vitrine do mundo, ainda que por 20 dias, teremos a obrigação de receber as pessoas bem (e essa qualidade é uma característica brasileira) e proporcionar a melhor impressão possível para os atletas olímpicos e para aqueles que vêm assistir in loco ao maior evento esportivo mundial.

Fica a pergunta que vale um ouro olímpico: os Jogos vão dificultar a retomada do crescimento ou podem contribuir para criar um clima de otimismo que favoreça a volta dos investimentos? Essa resposta só teremos mais para frente. É certo, por exemplo, que se tudo ocorrer como previsto, podemos ter um ganho em termos de imagem que, no longo prazo, ajudará a consolidar a cidade do Rio de Janeiro como destino turístico.

Como já mencionado por diversas autoridades, será muito triste saber que poderíamos ter mais bem capitalizado um evento desta magnitude, expondo nosso país de uma maneira jamais vista, sabendo que uma oportunidade como esta seguramente não acontecerá nos próximos dois séculos.

Evidentemente que a situação atual mexeu com as expectativas e ações de muitas marcas que viam nos Jogos Olímpicos o evento ideal para alavancar seus negócios, reforçar seus atributos, consolidar seus posicionamentos de marketing. Muitas recuaram desmotivadas pelas incertezas. Outras diminuíram os investimentos, economizando os recursos e deixando de gerar valor às marcas.

Mas, ainda assim, o esforço publicitário deve permitir que os investimentos em mídia registrem uma alta de até 10%, motivados unicamente pelos Jogos Olímpicos.

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