Não é a propaganda que está mudando. É o mundo.

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Opinião

Não é a propaganda que está mudando. É o mundo.

Ainda temos uma visão egoísta e típica de quem olha para o próprio umbigo. Aproveitando o quase trocadilho, o buraco é mais embaixo


20 de setembro de 2016 - 11h03

Quando você sai do seu ambiente de conforto e olha com profundidade para criações e inovações que estão de fato mudando a vida das pessoas e o mundo, você passa a enxergar seu universo de forma diferente. Nós, publicitários – me incluo aqui –, temos mania de repetir que “a propaganda está mudando” ou “a propaganda não é mais a mesma”. É verdade. Mas ainda temos uma visão egoísta e típica de quem olha para o próprio umbigo. Aproveitando o quase trocadilho, o buraco é mais embaixo.

A publicidade, ou melhor, a comunicação, está mesmo muito diferente. Às vezes achamos que é somente pela quantidade enorme de mídias e redes sociais existentes. Ou pelas novas maneiras de remuneração entre as empresas envolvidas em um projeto. Mas não é bem assim. Todos os setores da economia vêm sofrendo grandes transformações nos últimos tempos. E a propaganda é só mais um destes setores. Indústria, comércio e serviços em geral vêm sofrendo disrupturas frequentes.

Após três dias em São Francisco imerso no encontro da Singularity University, posso dizer que o que vem por aí é muito maior do o que já chegou. Fundada por Ray Kurzweil e Peter Diamandis, a Singularity University é um lugar para se pensar o futuro. Mais até que isso, tentar prevê-lo. E até agora acertaram bastante.

Ray Kurzweil é americano, inventor e futurista. Suas invenções vão desde o primeiro programa que entende nossa fala e traduz em texto para uma página em branco no computador (o famoso text to speech), até teclados sintetizadores musicais e o scanner de mesa. Seus livros estão entre os mais vendidos no mundo todo e Kurzweil já foi premiado pelas principais instituições de educação, como o MIT.
Peter Diamandis nasceu na Grécia, onde acabam de lançar uma edição de selos postais com sua imagem. Criador e conselheiro do XPrize, fundação que premia grandes invenções que gerem impactos relevantes na humanidade e que tem como apoiadores pessoas como Elon Musk, CEO da Tesla, e Larry Page, fundador do Google. Foi a XPrize que viabilzou o Space Ship One, programa espacial privado com envolvimento de Sir Richard Brenson, do grupo Virgin, por exemplo.

Esse monte de nomes de pessoas e descobertas importantes foi só para mostrar que esses caras não estão brincando quando o tema é futuro.

Voltando ao encontro, foi uma agenda intensa durante os três dias de evento, com palestras, apresentações, competições e premiações em áreas distintas para projetos que nasceram dentro da Singularity e pessoas do mundo inteiro focadas na mesma coisa: o amanhã.
No campo da medicina, por exemplo, foi abordado como a tecnologia acoplada ao nosso corpo vai fazer a saúde evoluir nos próximos anos. Como viveremos mais e melhor, e como doenças como o câncer estão perto da cura.

Foram abordados ainda temas como nanotecnologia, mercado de trabalho, indústria farmacêutica, agricultura, transporte, comunicação, programas habitacionais, exploração espacial e fontes de energias limpas. Ou seja, um pouco de tudo foi discutido. Mas importante mesmo, nessa enxurrada de previsões e informações, é a velocidade que tudo vai acontecer. E já está acontecendo.

Esse crescimento das tecnologias e do conhecimento é exponencial. Este mesmo crescimento exponencial vale para todos os setores da economia. Inclusive o nosso. O que precisava de anos para ser pensado, agora bastam algumas horas. O que precisava de supercomputadores para o processamento, agora basta um smartphone. O que levava horas para ser pesquisado, agora bastam alguns segundos. Tudo e todos estão cada vez mais interligados e conectados.

Nos últimos 15 anos testemunhamos enormes transformações no nosso dia-a-dia. Mas apertem os cintos: segundo a Singularity e seus gurus, os próximos anos serão ainda mais transformadores e disruptivos. E quem souber como trabalhar a comunicação de maneira mais eficiente nessa nova ordem mundial, pode muito bem estar palestrando no próximo evento da universidade do futuro.

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