Surf olímpico

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Opinião

Surf olímpico

COI tem procurado o que funciona melhor para o país sede, para o público internacional e principalmente para os jovens


24 de outubro de 2016 - 11h11

Round 4 do campeonato mundial de surfe, etapa RioPro WSL, Postin

Há alguns meses o Comitê Olímpico Internacional (COI) anunciou os cinco novos esportes que serão adicionados aos próximos Jogos Olímpicos de verão em Tóquio: Beisebol/softball, karatê, escalada, skate e surf.

Os objetivos do COI com estas novidades são vários.

O karatê e o beisebol são dois dos esportes mais importantes do Japão. O país sede tem direito e influência na recomendação. Afinal, é importante que os Jogos reflitam a cultura esportiva local. Uma Olimpíada no Japão sem estas duas modalidades não teria o mesmo apelo para os torcedores locais.

O softball entrou na onda, apesar de não ser tão popular assim, principalmente pela necessidade de ter esportes praticados por homens e mulheres. O COI tem um compromisso de manter uma participação igualitária entre os sexos.

A escalada e o surf têm um papel de aumentar o apelo do evento para o público jovem. Apesar de não ser dos mais conhecidos, a escalada se beneficiou desta onda. Já o surf, um dos esportes mais bem organizados e internacionais, promete ser um dos destaques dos Jogos de 2020.

A questão agora é quem sai.

Há um número limite de participantes nos Jogos Olímpicos. Para manter o evento gerenciável e os custos para o país sede sob controle; o número não pode passar de 13.500 atletas. Se entram algumas centenas de jogadores, escaladores, lutadores e surfistas, alguém terá que sair.

Aí começa outra disputa entre as Federações Internacionais.

Algumas têm seu lugar garantido. Atletismo e natação não têm muito com o que se preocupar, mas muitas outras não têm este privilégio. O boxe, a luta greco-romana, o nado sincronizado e o tênis de mesa de tempos em tempos devem provar que continuam honrando o seu lugar ao sol.

Basta ver o que passou com a Federação Internacional de Luta Greco-Romana. Há dois anos, quando houve a votação, eles foram eliminados. Tiveram que se candidatar novamente e concorrer com outras modalidades. No final, acabaram ganhando, mas passaram um belo aperto.

Esportes que participam dos Jogos Olímpicos têm mais destaque, visibilidade e, consequentemente, investimentos de governos e patrocinadores. Por isso, a disputa é tão acirrada. Todos os outros esportes fazem o melhor que podem para pagar as contas, mas têm uma desvantagem muito grande por não ter a força dos Jogos lhes impulsionando.

Depois dos Jogos do Rio de Janeiro, muitas Federações passaram a criticar o golfe e o tênis por não terem mandado suas principais estrelas. A ausência de tenistas e golfistas mandou mensagens muito ruins para o COI e cria um potencial problema para suas respectivas Federações. Se não há interesse de participar, será que deveríamos mantê-los como esportes Olímpicos?

Este processo mostra o quão ligado está o Comitê Olímpico Internacional. O monitoramento constante do que funciona melhor para o país sede, para o público internacional e principalmente para os jovens é o que garante que o evento continue relevante depois de 120 anos de sua primeira edição moderna, na Grécia.

O que virá em 2024? Corrida de drones? Vídeo games? Em breve saberemos.

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