Vamos falar sobre compliance

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Opinião

Vamos falar sobre compliance

Agências, produtoras, veículos e você precisam estar preparados para a nova realidade de padrões éticos corporativos e para o controle e ações de combate à corrupção e ilícitos


14 de dezembro de 2016 - 16h23

Foto: Reprodução

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Compliance. A esta altura, você provavelmente já ouviu esse termo, que parece nome de remédio. E é isso mesmo. Ao adotá-la diariamente, empresas se previnem contra males da pior ordem e, caso eles ocorram, estarão preparados para combatê-los. Mas, afinal, o que é compliance?

Compliance vem do verbo inglês to comply, que, por sua vez, pode ser traduzido como o agir de acordo com alguma regra ou ordem. Trocando em miúdos, compliance é tudo aquilo que uma empresa estabelece em termos de regras e procedimentos internos que pretendem assegurar uma conduta empresarial ética e em conformidade com a lei dos seus sócios, diretores, colaboradores e fornecedores.

A adoção de políticas de compliance certamente não é nenhuma novidade e muitas empresas já observam, em maior ou menor grau, regras específicas de conduta. O mercado publicitário brasileiro, inclusive, é um que já atua em observância a várias normas de ética e conduta, editadas pelo Cenp e pelo Conar.

A preocupação com o compliance é cada vez mais presente, em decorrência da edição de leis mais duras, da atuação mais efetiva de autoridades e da colaboração entre países e instituições na investigação, apuração e sanção desses atos. No Brasil, a recente edição da Lei Anticorrupção e a atuação ostensiva do Ministério Público e do Poder Judiciário chamaram a atenção para a importância da adoção constante de condutas éticas por parte das empresas.

É um erro fatal ignorar a importância de um programa de integridade corporativa, que irá estipular as normas de conduta e procedimentos internos, um canal de comunicação e denúncias de irregularidades, o treinamento dos seus colaboradores, a interação com fornecedores e clientes e, principalmente, o comprometimento da alta direção.

Esse não é um problema apenas de agências e profissionais que atendem a clientes públicos ou que atuam em marketing político. Mesmo que essas empresas tenham uma maior exposição, qualquer companhia ou profissional precisa se preparar e observar regras de compliance.

Clientes já demandam das agências a adoção de um programa de integridade como condição de contratação. Empresas que integram grandes grupos internacionais ou que tenham essa pretensão também precisam estar cientes de que serão cobradas pelas matrizes para a adoção de práticas de compliance.

Por isso é essencial que se dediquem a montar seus programas de integridade, construídos com a atenção às peculiaridades dos negócios travados nesse setor e, amiúde, às particularidades de cada empresa. Essa tarefa precisa ser feita tendo em mente que um programa de integridade é muito mais que um código padrão. Ele é uma estrutura mais complexa e abrangente de integridade corporativa e um instrumento vívido de suporte e orientação no agir das empresas.

Algumas já despertaram para essa nova realidade, estruturando seu programa de integridade, ou, ao menos, parte dos seus elementos. Uma delas inclusive, a Nova/SB, acaba de ser contemplada com o selo “Empresa Pró-Ética”, que atesta a qualidade do programa de integridade de uma empresa.

O Pró-Ética é uma iniciativa conjunta do Ministério da Transparência, Fiscalização e Controladoria-Geral da União, do Instituto Ethos e de mais sete organizações (BM&FBovespa, ApexBrasil, CNI, Sebrae, Ibracon, Febraban e Etco), que anualmente recebe e avalia, segundo critérios rígidos e objetivos, a qualidade dos programas de integridade empresarial.

Num setor em que a imagem corporativa e a comunicação ao mercado estão na sua própria concepção, é importante que agências, produtoras e veículos avaliem a perspectiva de candidatar seus programas de integridade ao selo.

Todo bom profissional de comunicação sabe que a qualidade do produto e a correta exposição dele, quando aliadas, traduzem o seu sucesso. Esse é o pensamento que deve orientar as empresas ao investirem em ética.

A obtenção do selo Pró-Ética, nesse aspecto, é o reconhecimento dessa dedicação e um importante indicativo da integridade da empresa, que pode ser utilizado por ela em sua política de comunicação corporativa, ressaltando seus valores e princípios.

O selo Pró-Ética ainda não tem a importância de um prêmio em Cannes ou de um Caboré, mas, num mundo cada vez mais preocupado com a integridade, ele pode ser um importante aliado na captura de um leão ou de uma coruja.

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