Live Carnaval marketing

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Opinião

Live Carnaval marketing

Ponto para os “bloquinhos” que estão sabendo gerenciar a dissonância de relevância versus financiamento — ao contrário dos sambódromos do Rio e de São Paulo, que perderam conexão emocional com suas audiências


1 de março de 2017 - 17h13

Carnaval marca o auge do verão no Brasil e várias marcas têm este período do ano como seu pico de sazonalidade. Mas, fazendo uma análise mais ampla das oportunidades de live marketing que surgem com esta temporada de eventos, podemos chegar à conclusão de que este setor está sofrendo um processo de mudança radical nos modelos de negócios atuais. Podemos falar até em disrupção carnavalesca! Momo revised, ou algo por aí!

Vamos analisar alguns fatos recentes para entendermos este meu ponto de vista. São Paulo conseguiu ultrapassar a tradição carioca dos “bloquinhos” de Carnaval neste ano de 2017. De acordo com os números oficiais tivemos mais de 500 blocos na capital paulista enquanto o Rio de Janeiro teve 451 no mesmo período. Minha análise: o Carnaval tradicional do sambódromo de ambas as cidades perdeu conexão emocional com as suas respectivas audiências. Ficaram focados em financiamento de empresas ou público e se esqueceram dos fundamentos básicos. Ponto para os “bloquinhos” que estão sabendo gerenciar esta dissonância de relevância versus financiamento.

Casa-Comigo-Carnaval

Bloco Casa Comigo, em São Paulo (crédito: divulgação)

Os famosos camarotes de São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador estão drasticamente alterando os seus respectivos modelos de negócios. Saem as marcas patrocinadoras entra a venda de ingressos. Se o Carnaval tradicional está perdendo espaço para outras formas mais espontâneas como os “bloquinhos” é fácil fazer uma correlação: os camarotes ficaram “datados”. A espontaneidade não estava na passarela e, com certeza, não atraía mais as marcas patrocinadoras.

Ponto para as formas mais espontâneas e também para uma descentralização dos investimentos em uma só temporada como o Carnaval. São João ou outras festas populares podem se beneficiar.

Outro ponto importante é verificar a cada vez maior participação da música eletrônica dentro das festividades carnavalescas. Várias marcas já fizeram ações neste sentido nos anos anteriores, mas neste Carnaval 2017 verificaram-se em quase todas as cidades-referência algum tipo de show ou até trios elétricos completamente “afastados” das músicas carnavalescas como conhecemos. Ponto para o engajamento do público mais jovem que não se vê mais dançando “marchinhas” de quase cem anos atrás executadas até a exaustão neste período.

Creio que este meu ponto de vista tenta demonstrar que como tudo na vida existem ciclos, e nas atividades comerciais existe a mesma tendência. O Carnaval como produto televisivo ou corporativo está passando por uma enorme transformação. As marcas, ainda mais em tempos de crise, passaram a questionar-se sobre o real retorno das ações como sempre foram feitas e descobriram que sem a conexão emocional da ação de live marketing com a sua audiência não existe negócio viável. Ou se buscam formas mais baratas ou mais efetivas. Um típico darwinismo capitalista.

Os salões de festa dos clubes tradicionais já foram a referência em períodos carnavalescos. Hoje vivem mais da tradição do que da relevância. Desfiles em avenidas eram o “must” mas a falta de infraestrutura ou a interferência nas cidades era tão alta que foram construídos verdadeiros “altares” para estas atividades (os sambódromos), que hoje padecem de relevância aos não diretamente envolvidos. Formas mais espontâneas e descentralizadas me parecem estar vivendo o início do seu ciclo comercial e de relevância. Qual será o próximo ciclo? Carnaval digital? Duvido…Carnaval fora de época? Só para fanáticos… Não Carnaval? Nossa que depressivo…. Qual será este enredo?

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