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Opinião

Hollywood vai a Las Vegas para a Cinemacon

Maior encontro de cinema do mundo mostra o que há de novo nesse mercado que movimentou 38 bilhões de dólares em bilheteria no mundo em 2016


31 de março de 2017 - 15h39

A maior e mais esperada convenção mundial da indústria do cinema, a CinemaCon reuniu em Las Vegas, por quatro dias, os principais executivos do mercado global, onde participam principalmente empresas exibidoras de cinema, grandes estúdios e distribuidores, além dos mais diversos fornecedores de toda a cadeia, que influenciam nesse ecossistema cinematográfico. Posso dizer que de maneira geral o evento, que neste ano tem como tema a celebração do “Moviegoing Experience”, trata de três principais assuntos: evolução tecnológica do ponto de vista de projeção e tudo que tange o ambiente dos cinemas; conteúdo através dos grandes lançamentos do ano; e operacional, para discutir pontos como eficiência e serviço.

Foto: Reprodução

Foto: Reprodução

A Nato, principal associação de exibidores do mundo, é o hosting do evento. Em uma de suas apresentações com o tema referente a evolução do mercado, foi mostrado o gigante faturamento em bilheteria de 2016, onde os mercados domésticos norte-americano e internacional somaram mais de 38 bilhões de dólares, recorde histórico até então. Interessante ainda é quando olhamos a expectativa de crescimento que, de acordo com as projeções apresentadas até 2022, é baseada em grande parte no desenvolvimento internacional, ou seja, países como China, Índia e Brasil estão puxando a fila, enquanto o mercado americano está estável.

Ponto alto do evento são as apresentações dos filmes que serão lançados nos próximos meses, feita pelas chamadas Majors, como Warner, Fox, Paramount, Disney e Universal, e também por estúdios considerados independentes, como Lionsgate, STX Films e Amazon Studios, sendo que essas duas últimas são novidades no cenário de Hollywood. A maneira com que cada estúdio se apresenta é um verdadeiro show, pois alguns optam por criar performances no palco, outros, de maneira muito irreverente, mostram conteúdos inéditos que vão desde trailers que ainda não foram lançados até cenas de “backstage”, muitas ainda em pós-produção.

Porém, o momento mais estimulante, que causa grande excitação e mostra a grandeza e o glamour do mundo do cinema, é a presença dos principais atores, produtores e diretores de filmes. É incrível a experiência de você ouvir direto do criador e de quem trabalha para que o filme aconteça os motivos como a história foi desenvolvida e mais ainda a extrema criatividade de como ela é executada e contada ao grande público.

Foram apresentadas pela empresa Revolt Media algumas pesquisas qualitativas sobre o principal perfil consumidor de cinema, os millennials, para exemplificar alguns insights sobre a mudança no hábito de consumo de filmes

Menos poético e sedutor, mas muito importante para o contexto do evento, posso dizer que grande parte das palestras passava pela discussão sobre o comportamento do público. Foram apresentadas pela empresa Revolt Media algumas pesquisas qualitativas sobre o principal perfil consumidor de cinema, os millennials, para exemplificar alguns insights sobre a mudança no hábito de consumo de filmes. Também nesse estudo mostrando a forte relação desse perfil com redes sociais, o palestrante sugeriu uma mudança interessante na forma de comunicação dos filmes, onde o call to action da campanha deveria acontecer nos primeiros 10 segundos da mensagem.

Na pauta também estavam assuntos como novas ferramentas de smart data e DMPs do mundo offline, que ajudam a controlar, clusterizar e tornar mais dinâmica a decisão sobre cada mudança no contato com o consumidor, desenvolvendo de maneira contundente programas de fidelidade e com possibilidade de se criar algoritmos inteligentes para o pricing dos ingressos, assim como já foi desenvolvido no mercado hoteleiro e de passagens aéreas. Curiosa e polêmica também é a discussão sobre como o VR poderia afetar o negócios dos exibidores, tema também do SXSW.

Em ambos os eventos ouvi que, de fato, isso está sendo desmitificado, pois tanto o storytelling quanto o momento e o porquê você está consumindo são diferentes. Não imagino ficar duas horas com um capacete vendo um filme, mas sim experimentando um trailer especial do filme que vai ajudar a construir a vontade da pessoa ir ao cinema assistir ao longa.

Volto para casa mais fascinado por esse lúdico mundo do cinema, feliz por fazer desta indústria que traz para a vida das pessoas momentos únicos de entretenimento, que ao mesmo tempo gera socialização e desconecta por alguns minutos da realidade.

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