Uma técnica revolucionária de comunicação

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Opinião

Uma técnica revolucionária de comunicação

Compartilho com vocês uma técnica revolucionária que vai resolver a sua vida. Ela se aplica para toda e qualquer ocasião, do trabalho à vida pessoal, e pode inclusive ser utilizada na escola dos seus filhos


19 de outubro de 2017 - 12h47

Alerta! Não nos responsabilizamos pelo uso indevido da técnica que apresentamos neste texto.

Compartilho com vocês uma técnica revolucionária que vai resolver a sua vida. Ela se aplica para toda e qualquer ocasião, do trabalho à vida pessoal, e pode inclusive ser utilizada na escola dos seus filhos. A técnica consiste em mandar um e-mail e assumir que o conteúdo da mensagem foi lido, compreendido e aceito pelo destinatário. Super simples! Não “perca tempo” com técnicas ultrapassadas de comunicação, esperando a outra pessoa responder e-mails, atender telefonemas, ou confirmar reuniões! Mande um e-mail auto-respondido!

Você precisa aumentar o faturamento? Mande um e-mail dizendo o seguinte: “Prezado cliente, se você não responder a este comunicado nas próximas 24 horas, você aceitará um aumento de 10% nos preços dos produtos”. Não vamos cometer nenhuma ilegalidade! E depois de 24 horas, aumente o valor do boleto do cliente.

Mandamos os e-mails dizendo “Isto não é um SPAM”, do e-mail “importante@empresa.com.br” e temos tido enorme aceitação dos clientes com poucas pessoas respondem desautorizando a ação pretendida. Se você não entende de gestão, não atrapalhe o negócio dos outros!

Logicamente, a técnica acima não existe e é ilegal. Mas todos os dias nos deparamos com situações inacreditáveis como essa: pessoas mandam e-mails e assumem que se comunicaram. As novas tecnologias e a velocidade do dia a dia banalizam as interações humanas, impactando negativamente o que fazemos ou queremos fazer.

Uma escola de classe média-alta de São Paulo mandou um e-mail para os pais solicitando uma autorização específica, já condicionando que a não manifestação significaria no aceite dos pais. Eu fiz questão de aceitar explicitamente, e quando questionada, a escola explicou: da muito trabalho correr atrás de todos os pais que não se dão ao trabalho de responder aos e-mails da escola.

Estamos resolvendo um problema com um outro problema! Será que os pais tem obrigação de se manifestar? Porque será que alguém acha que não tem problema ignorar um questionamento feito pela escola?

Extrapolando, recebemos tantos e-mails, mensagens de texto, WhatsApp, telefonemas, vídeo-chamadas que é virtualmente impossível responder a todos. A não ser que você seja a Luiza Trajano e tenha um “entourage” para responder a todos os seus e-mails, pode ser realmente difícil limpar a sua caixa de entrada. Eu faço questão de responder a todos os e-mails, mesmo se for uma mensagem simples ou para dizer que responderei depois, mas reconheço que nos últimos anos alguns e-mails me escaparam.

Comunicar é preciso. E comunicar tem que ser preciso. Temos que nos atentar à forma de se expressar, na exatidão gramatical, e também se a mensagem foi devidamente entregue a quem deveria recebê-la (independente da tecnologia). Jamais assuma que uma mensagem foi entregue, lida e compreendida. Faça follow-up se o destinatário demorar para se manifestar, e procure utilizar diferentes tecnologias. Se a mensagem for importante, solicite que acusem recebimento (não só o recebimento eletrônico/return receipt). E faça a sua parte: responda aos seus e-mails!

Vamos des-banalizar as interações humanas: um telefonema, ou ainda melhor, uma conversa cara-a-cara é uma técnica revolucionária que conquista muito mais que um e-mail.

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